3 - 𝖫𝗎𝖼𝗂𝖿𝖾𝗋 𝖬𝗈𝗋𝗇𝗂𝗇𝗀𝗌𝗍𝖺𝗋

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00:28 — Isadora House in Brazil

Jenifer seguiu com Philippe para a pista, mas sua mente ainda estava presa na dança de mais cedo com Lucifer. Os sons ao seu redor se misturavam com as luzes coloridas que piscavam sem parar, criando uma atmosfera quase surreal. Ela tentava se concentrar no momento, mas seus pensamentos a puxavam para outra direção.

Enquanto dançava, Philippe a girou com energia, trazendo-a de volta à realidade por um instante. Ele sempre conseguia tirá-la dos próprios devaneios, pelo menos temporariamente. Ela sorriu para ele, grata pela leveza, mas sabia que algo em seu interior estava diferente. Havia uma agitação, uma ansiedade que não estava ali antes.

Depois de algumas músicas, Jenifer olhou para a multidão ao seu redor. Parecia que tudo estava acontecendo em câmera lenta, e então, seus olhos se fixaram em um ponto específico da sala. E ali estava ele — Lucifer Morningstar, de novo.

Dessa vez, ele não estava apenas observando. Ele caminhava em sua direção, sua postura relaxada e confiante, como se estivesse no controle de tudo ao seu redor. O terno escuro que ele vestia contrastava com o ambiente vibrante da casa noturna, e seus olhos brilhavam com uma intensidade que ela não conseguia ignorar.

Philippe, percebendo a aproximação de Lucifer, soltou Jenifer e deu um passo para trás, erguendo as mãos em um gesto de "tudo bem, a noite é sua". Ele lançou um sorriso maroto para Jenifer antes de se afastar para a pista com outros amigos.

Lucifer parou bem à sua frente, a distância entre eles praticamente inexistente. A batida da música parecia diminuir, como se o tempo estivesse desacelerando mais uma vez.

— Gostou da primeira dança, não foi? — Ele disse com aquele sorriso enigmático, a voz baixa, quase como um sussurro, que só ela podia ouvir. — Achei que você gostaria de outra.

Jenifer, ainda sentindo o efeito de sua presença, tentou manter a compostura. Mas como ignorar a intensidade daquele olhar? Como não se deixar levar pelo magnetismo dele?

— Você tem certeza que não está acostumado a ouvir sempre o que quer? — Ela perguntou, a voz cheia de uma mistura de provocação e curiosidade.

Lucifer soltou uma risada baixa, um som que vibrava no ar entre eles.

— Talvez. Mas com você... parece um pouco diferente. — Ele se inclinou um pouco mais perto, sem quebrar o contato visual. — Eu sempre consigo o que quero, mas isso não significa que eu não aprecie quando as coisas são mais... desafiadoras.

Ela sentiu o calor da respiração dele em seu pescoço, e por um momento, hesitou. Era como se estivesse em um jogo que não tinha certeza de como jogar, mas algo dentro dela a impelia a continuar.

— Está tentando me desafiar, então? — Jenifer respondeu, levantando o queixo levemente, com um brilho de ousadia nos olhos.

Lucifer a olhou de cima a baixo, seus olhos fixando-se nos dela.

— Não exatamente. Mas eu gosto de ver até onde você vai.

Sem esperar resposta, ele estendeu a mão para ela, um convite claro. Desta vez, ela não hesitou. Jenifer colocou sua mão na dele, e juntos, voltaram à pista.

A música havia mudado para um ritmo mais lento e sensual — “Os anjos cantam”, de Jorge e Mateus. Ao contrário da energia vibrante de antes, esse momento carregava uma eletricidade diferente, mais íntima. Lucifer a puxou para perto, seus corpos quase se tocando enquanto ele a conduzia pelos movimentos lentos e cadenciados.

— Então, Jenifer... — Ele sussurrou em seu ouvido enquanto a girava suavemente. — Me diga algo sobre você. Algo que ninguém mais sabe.

Ela o encarou por um segundo, surpresa com a pergunta. Era raro alguém ser tão direto com ela. E havia algo no modo como ele a olhava — uma curiosidade genuína, como se estivesse realmente interessado em saber mais.

𝑶 𝑭𝒂𝒓𝒅𝒐 𝒅𝒐𝒔 𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒐𝒔 𝑪𝒓𝒖𝒛𝒂𝒅𝒐𝒔 Onde histórias criam vida. Descubra agora