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O Rei dos Piratas.
O tão infame e medonho, o que cujo nome ecoou até os céus, o que causou a grande era dos piratas há vinte anos, cujo poder foi inigualável.
Eu pude ouvir com meus próprios ouvidos e com meus próprios olhos a história passando bem na minha frente. Rayleigh temina de contar a história de Gol D. Roger; sua doença terminal, aquele velho dos cabos gêmeos, a desintegração do bando e a execução.
Eu pude sentir aquilo, uma sensação de perda, devoção e alegria. Não são meus sentimentos, não os sinto, não os vivo. Eu apenas sei que existem. Meus pêlos continuam arrepiados e apenas o que consigo fazer é olhar para meus pés, indo nessa onda de pensamentos.
Não sei explicá-los, são confusos como um furacão, confusos tal qual eu. E ainda mais, me sinto meio perdida pelo imediato de Roger ter chamado-me de "extraordinária" sem ao menos me conhecer, ele sabe de alguma coisa que não sei?
Sinto o sopro quente do cigarro de Sanji se aproximando de mim, e em um segundo sua cabeça estava por detrás de meu pescoço. Ele então sussurra de um jeito quase meloso e inaudível:
- Está bem, Minnie-chan?
- Estou - respondo - só... tentando me recuperar dessa história tão surpreendente - dou um sorriso.
- Que bom, fiquei preocupado, você nunca fica tão cabisbaixa assim.
Ele se escora no sofá novamente e bafora o cigarro, sua face se tornando mais rígida ao ouvir Rayleigh falar com Luffy sobre Shanks, aquele ruivo que ele tem tanto orgulho de falar.
- Dez anos atrás, deve ser por aí, nos encontramos por acaso aqui nesta ilha. Ele estava sem o chapéu de palha que era sua marca e sem o braço esquerdo também. Quando perguntei o motivo ele me disse com muita alegria de você, e desde então, queria muito encontrá-lo, Monkey D. Luffy.
Luffy se esconde em seu chapéu de palha e sorri como uma criança boba, como se tivesse acabado de ganhar um pirulito.
Às vezes esqueço o quanto somos novos demais, o quanto ainda temos que aprender. Acho que sei tudo sobre o mundo, que minhas vivências do passado me permitem ter um pouco mais de conhecimento que outras pessoas da minha idade, mas que tolice a minha.
