Palácio de Venetti, Lastra, 12 de fevereiro de 2023, 8h45.
21 dias para o casamento
~Alex's Pov:
Estou mancando um pouco, mas não estou aleijado. Acordei bem-disposto essa manhã após uma tarde e noite inteiras junto de meu amor. É, bem, não sei que horas eu fiquei tão besta pra me referir a ela desse jeito em primeira pessoa, mas enfim, é o que ela é afinal de contas.
Eu a deixei dormindo em minha cama quando saí do quarto e fui, sem ninguém saber de nada, para o galpão do Quartel General do Exército. Abriram a porta do carro para mim quando cheguei, e logo adentrei a construção na surdina, como o combinado mandava. Ali, encontrei uma única luz sobre o tal Constantino Bossoni, além de alguns soldados do marechal Bernardi. Todos fizeram continência para mim, e logo me sentei em uma das cadeiras.
Me sinto um vovô andando de bengala.
- Já começaram?
- Não, senhor – o marechal me informa – Estávamos esperando o senhor chegar.
- Pois bem, comecem o interrogatório. Não quero demorar muito tempo.
Logo o militar para na frente do criminoso, dando um chute nas pernas do homem. Ele resmunga de dor, erguendo a cabeça para olhá-lo.
- Se colaborar conosco, não vai sofrer muito. Comecemos pelo começo: quem foi o mandante?
O homem fica em silêncio por um longo tempo. Logo depois, recebe um tapa no rosto.
- FALA!
- EU NÃO SEI!
O cara foi espancado pelo velho. Um soco na cara, chutes... o rosto do tal Constantino ficou cheio de sangue.
- Você sabe, foi o comandante do ataque. Responda de uma vez e sua pena poderá ser reduzida.
- F-foi alguém do alto escalão da família...
- Quero nomes, rapaz. Diga de uma vez.
- Eu não sei os nomes, posso jurar pela Santa que não sei! Só sei que era alguém do alto escalão.
- Mais nada, mesmo?
- Sim senhor. Juro por todos os santos!
- Está bem, sem muito drama. O mandante estava no país quando tudo aconteceu?
- Não estava. Eles estavam em alguma ilha longe daqui, e acho que não vão voltar tão cedo.
O marechal olha para mim, e sinalizo para acabar com o interrogatório. Não adianta torturar, ele não vai falar nada muito relevante. Antes, apenas disse que ganhou 10 mil euros lastrinos para que pudesse realizar o trabalho.
Volto para casa antes que percebessem meu sumiço. Quando entro em meu quarto, Lívia ainda está dormindo. Ela é linda de todas as formas possíveis. O que eu tiver de fazer para mantê-la assim, serena e segura, farei sem pensar duas vezes.
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Alguns dias depois...
São 17h55 da tarde. No momento, estou me arrumando para ir ver uma ópera nacional, chamada "Su questa strada", feita pelo maestro Homero Bianchi, um dos mais conceituados em Lastra e em todas as ilhas do Tirreno.
Meu pavio é curto, então não é de se admirar que estava me estressando com a gravata borboleta, xingando a 15ª geração do imbecil que criou isso. Ouço a risada de minha noiva ao entrar em meu quarto.
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O Grande Plano 💍 - reescrita
Roman d'amourOnde a rainha Paola, para poder passar o trono para seu neto Alex, precisa arrumar uma nobre para ser a nova rainha de Lastra (uma ilha - fictícia - próxima à Sicília). Com a solteirice do herdeiro, uma crise política sobre o sucessor começa a se in...