Capítulo V

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O dia estava extremamente quente, mesmo com o relógio ainda não tenha batido dez horas da manhã. O sol estralava no céu azul que não tinha nenhuma nuvem para que pudesse se esconder. O vento soprava pouco, e quando soprava parecia que fazia o calor se alastrar ainda mais.

Os dedos de Tom batem no volante quase que de forma ritmada, os seus lábios secos e machucados eram umedecidos com a língua a todo instante, e os óculos escuros não o impossibilitavam de ficar em alerta a espera de qualquer sinal da presença de Megan.

As três batidas sincronizadas no vidro fez o canto do seu lábio se inclinar em um meio sorriso, quando ele sai do carro os seus olhos percorrem o corpo da garota como se a estivesse mapeando, tentando garantir que em cinco dias nada tenha mudado drasticamente nela.

A única coisa nova nela eram as pequenas bolsas avermelhadas que se formavam embaixo dos seus olhos, talvez por falta de dormir decentemente, ou por chorar até pegar no sono, mas Tom nunca iria se arriscar em perguntar, porque de qualquer forma ele era o responsável por aquilo.

O seu sorriso se torna completo quando ele percebe o quanto a barriga dela tinha crescido, talvez fosse só impressão, mas para ele, estava mais aparente que antes. Coisa que não seria difícil, já que Megan sempre foi extremamente magra, e a gravidez ficou visível rapidamente em seu corpo.

— Bom dia, baby.

O rosto já vermelho de Megan por conta do calor se torna ainda mais vermelho e ela sorri tímida, quase como se pudesse se esconder.

— Bom dia, Tom. Você está bem?
As mãos dela estavam atrás do seu corpo que se balançava por conta de  uma inquietação que ela não o seguia controlar. Que ela odiava sentir.

Era como se diversas borboletas começassem a nascer e voar em seu estômago e ela desesperadamente queria que fosse apenas os enjoos matinais da gravidez. Queria poder vomitar ali mesmo e parar de sentir aquilo, mas ela sabia que mesmo que vomitasse até alcançar o suco gástrico, as borboletas ainda estariam voando em seu estômago.

— Dormi sim e vocês?

E vocês, ela gostava quando ele se referia a ela no plural. Gostava quando ele incluía o bebê nessa equação. Gostava quando ele perguntava do bebê como se ela e ele fossem um só.

— Dormimos sim. — Ela se aproxima da porta do consultório. — Podemos...? — Ela aponta com o polegar.

Tom a acompanha até o balcão, ela abre a ficha e em pouco tempo são chamados para a sala do médico. A garota já se senta na maca e fica balançando os pés, igual uma criança que espera sair do castigo.

O médico entra no consultório um tempo depois, um homem alto com tatuagens que vinham até o seu pescoço entra na sala olhando o prontuário em suas mãos.

— Megan Miller? — A voz grossa do doutor preenche o consultório quase que batendo na parede. — Sou o Doutor Keller. Tudo bem?

— Oi! — A garota sorri. — Isso, e sim. Tô bem, sim. — Ela tenta falar simpática, tentando conter a sua ansiedade.

Ele vai até a mesa deixando o prontuário em sua mesa, depois se aproxima dela colocando o estetoscópio em seu peito e ouvindo as batidas do seu coração que estavam aceleradas, tanto por conta do exame e de talvez descobrir se o seu bebê seria menino ou menia, tanto pelo fato do Tom estar parado ali ao seu lado, com as mãos no bolso encarando cada movimento que eles faziam, como um cão de guarda treinado para atacar e matar.

— Está ansiosa?
Ele pergunta e logo sorri vendo ela balançar a cabeça confirmando. — É normal, eu estranharia se não estivesse.

Ele manda ela se deitar e levantar o vestido, o gel gelado faz com que ela se encolha um pouco, o aparelho é passado, subindo e descendo em sua barriga fazendo a imagem do bebê surgir na tela ao lado dela. O médico vai apontando cada parte do corpo no exame para eles. Megan se emociona sentindo seus olhos arderem conforme vê o bebê se mexer e esconder o rostinho a medida que o aparelho apertava a sua barriga.

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⏰ Última atualização: Sep 09 ⏰

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