22. Corrente

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POV Aemond

Aemond sabia que a morte de Lucerys Velaryon destruiria Vaella, mas não imaginava que seria a ponto de ela tentar se matar. Honestamente, parte dele sabia que a morte de Luke não era o único motivo, mas entendia que havia sido o principal.

Se Vaella era conhecida por alguém, esse alguém era Aemond, que, mesmo desejando que ela se moldasse a ele, a conhecia o suficiente para saber que ela jamais mudaria seu jeito por ele e Aemond a amava do mesmo jeito.

Talvez a amasse ainda mais por saber que ela não mudaria seu jeito por ninguém.

Mas parte dele ficou com raiva de ela não ceder e, para tentar manter um equilíbrio onde ele não se rendesse tanto, ele não aceitou o pedido dela de fugir para o lado de Rhaenyra.

Era um contraponto difícil escolher entre a lealdade a sua família e lealdade ao seu amor.

Mas tudo mudou quando ele viu que Vaella tentou se jogar da janela.

Ele nunca sentiu tanto medo quanto naquele momento, porque se ele tivesse demorado um segundo ou tivesse obedecido quando ela o expulsou, Vaella estaria morta e isso o mataria em vida.

Ele a jogou no chão e a imobilizou antes de a controlar e a obrigar a tomar leite de papoula. Aemond detestava quebrar limites dessa maneira, mas era o melhor a se fazer. Era a única alternativa para ele a blindar de tentar outra vez.

Vaella estava deitada na cama, totalmente embriagada e sedada pelo álcool e pelo leite de papoula. Aemond a cobriu com cobertores grossos e a encarou, permitindo chorar para demonstrar o medo do que poderia ter acontecido.

Depois, ele saiu do quarto por tempo suficiente para chamar um servo e dar ordens bem específicas a ele. Talvez aquilo deixaria Vaella com mais raiva de Aemond, mas ele precisava a proteger de alguma maneira.

E foi o que ele fez.

POV Vaella

Quando abriu os olhos, Vaella viu que estava deitada na cama de Aemond, o que significava que ela não tinha morrido. Sua cabeça doía um pouco enquanto flashes confusos invadiam a sua mente e, após organizá-los, ela entendeu que Aemond havia a impedido de se jogar da janela e parte dela se sentiu grata.

Foi como um novo respiro para ela se recuperar o suficiente para lutar ao lado de Rhaenyra e por Rhaenyra.

E por Luke, por Visenya, por Arrax, por Ed.

A Lady resolveu se levantar para lavar o rosto e encarar o dia pela janela. Ela estava meio sonolenta e só percebeu que algo estava errado quando chegou a uma certa distância e, de repente, se sentiu presa a algo. Por ter feito força para caminhar, Vaella moveu o corpo com pressa e acabou se desequilibrando e caindo no chão.

—Ai! —Ela murmurou enquanto se levantava do chão. —Mas que porra é essa? —Ela se perguntou assim que enxergou uma tornozeleira que a prendia a uma corrente.

Vaella logo começou a tentar passar o pé pelo elo da tornozeleira, uma tarefa inútil que apenas serviu para a deixar irritada. Ela queria chorar de tanta raiva, mas, por algum motivo, não o fez, porque no segundo seguinte, a porta do quarto se abriu e ela enxergou Aemond entrar.

—Ella. —Ele sussurrou quando a viu.

—O QUE SIGNIFICA ISSO, AEMOND? —Ela berrou enquanto tentava tirar o pé da tornozeleira.

—É literalmente para te proteger, amor. —Ele se ajoelhou ao lado dela, que gemia de dor ao tentar passar o pé pelo aro. —Ei, pare com isso.

—Por que você começou a me machucar tanto? —Ela perguntou baixinho. —Primeiro escolhe aquele assassino do seu irmão no meu lugar, depois me impede de ir embora e então não me escolhe outra vez e agora... você me deixa acorrentada?

FOGO E BRONZE - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora