07. Reentrosamento

964 96 52
                                    


O cheiro de álcool invadiu as narinas de Vaella, que acordou assustada e se sentou na cama, encontrando Baela e Rhaena a encarando enquanto um Meistre segurava um pequeno frasco e um tecido.

Já tinha amanhecido e ela não tinha noção do que tinha acontecido. Ela só se lembrava de se sentir muito fraca, de gritos e de sangue.

—Vae! —As gêmeas falaram juntas e abraçaram a irmã.

—O que aconteceu? —Vaella perguntou. —E-eu tenho que ver como o Aem...

—Você desmaiou! —Baela contou. —Do nada você caiu, ninguém entendeu nada, até que o papai falou que você tinha machucado a mão.

—Você sabe quem é a gente, né? —Rhaena perguntou. —Eu acho que você chegou a bater a cabeça no chão... E talvez o vovô tenha tropeçado na sua cabeça, mas não tenho certeza...

—Acho que é por isso que estou com uma dor de cabeça insuportável. —Vaella sorriu para as irmãs. —E é óbvio que eu sei quem vocês são, Rhae e Bae...

—Vamos, meninas, deixem o Meistre cuidar da mão da irmã de vocês. —Daemon falou pela primeira vez e só então Vaella notou que ele estava ali. —Você está bem?

—Não dá para só enrolar um paninho não? —Vaella perguntou. —É que eu tenho pavor de agulhas, papai.

—Eu vou estar aqui com você, vai ser rápido. —Daemon se sentou ao lado da filha, que estendeu a mão para o Meistre.

—Foi um corte profundo, minha Lady, por isso tenho que fazer a sutura. —O homem explicou enquanto aplicava um líquido que ardia muito, a ponto de Vaella instintivamente tentar recolher a mão. —Sinto muito, mas é preciso.

—Obrigada. —Vaella agradeceu. —Onde está a Nyra e os meninos? E o Aemond? Como está o Aemond?—Ela perguntou ao seu pai.

—Rhaenyra está com outro Meistre. A Alicent a feriu ontem. —Daemon respondeu. —Luke quebrou o nariz, Jace está bem. Não sei sobre o Aemond, mas acho que eles vão embora hoje.

—A Alicent o quê?! —Vaella perguntou.

—Achei que você tinha visto. —Daemon respondeu.

—Eu vi sangue, mas achei que era meu. —Vaella respondeu enquanto franzia o rosto por conta da sutura. —Depois eu vou procurar o Aemond, antes que ele vá para Porto Real... Aí passo o resto do dia com a Nyra.

Daemon não falou nada, apenas a encarou por alguns instantes, até que voltou a falar.

—Acho que podemos conversar um pouco hoje... só nós dois. —Daemon propôs. —Você andou dizendo que nunca é ouvida... acho que pode ser bom eu te escutar e você me escutar.

—Eu também acho. —Ela respondeu e encarou o pai.

—Já está quase acabando, Vae, você conseguiu. —Daemon sorriu quando viu o Meistre passando pomada no machucado e enfaixando a mão de Vaella.

—Você estava comigo, pai, é claro que eu conseguiria. —Ela respondeu com um sorriso e viu Daemon arquear as sobrancelhas a sorrir. —O que foi?

—Depois de um ano você voltou a me chamar de pai. —Daemon comentou. —E eu estou satisfeito.

—Mas eu sempre... —Vaella revisou a própria memória e notou que nos últimos tempos, o chamava pelo nome. —Desculpa.

—Você sempre me chamava assim quando falava com os outros, mas não falava diretamente comigo. —Daemon respondeu. —E não precisa pedir desculpas por isso.

FOGO E BRONZE - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora