01. Pedrarruna

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Rhaenyra Targaryen caminhava pelo castelo dos Royce acompanhada por Criston Cole quando ouviu o rugido de Caraxes, denunciando que Daemon não havia seguido o plano inicial de esperar a princesa esclarecer com Rhea Royce o bilhete que chegou misteriosamente na Fortaleza Vermelha. A herdeira do Trono lembrava-se de cada letra escrita naquele pedaço de papel.

"Princesa, não posso me identificar, mas a senhora precisa saber que a filha do Príncipe Daemon está viva. É uma situação muito difícil de se explicar, mas ela precisa ser tirada de Pedrarruna antes que seja tarde demais. Não faça nada contra a nossa Lady, ela não é má, só está fora de si."

—E se ele não cumprir o combinado, Princesa? —Criston Cole perguntou enquanto escoltava Rhaenyra, que procurava a criança na parte dos dormitórios do castelo.

—Ele vai, sir Cole. —Rhaenyra respondeu. —Tenho certeza que ele não vai matar a Lady Rhea.

—E se realmente não existir nenhuma criança? —Cole insistiu.

—Acredito que essa criança realmente está viva. —Rhaenyra respondeu. —Caso contrário, por maior que seja o respeito pela família real, alguém já teria tentado esclarecer nossa chegada repentina. Estamos vasculhando o castelo e ninguém tentou impedir.

—Tem razão, Princesa. —Cole respondeu e, instintivamente, protegeu Rhaenyra quando ouviu gritos nos andares inferiores. Parecia uma discussão realmente acalorada, principalmente quando ambos reconheceram a voz de Daemon, que parecia ter finalmente encontrado Rhea.

Enquanto os dois desciam com certa pressa, Daemon e Rhea se encaravam perto do quartinho onde a Lady tinha tentado assassinar a própria filha momentos atrás. O Príncipe nem precisou procurar a esposa, uma vez que ela mesma apareceu em sua frente, coisa que não impressionou Daemon, que sabia o quão corajosa aquela mulher poderia ser.

—O que está fazendo aqui? —Ela perguntou e fez sinal para que seu primo Gerald não intervisse. —Não quero você aqui, vá embora de Pedrarruna.

—Eu não vejo a hora de voltar para Porto Real. —Daemon respondeu. —Mas antes, vou levar minha filha comigo.

—Você não pode levar o que não existe. —Rhea respondeu e não demonstrou medo quando Daemon avançou e segurou seu rosto com raiva. —A idade já está afetando a sua memória? Os Sete foram bondosos quando mataram a merda daquela criança ainda no meu ventre.

—Eu sei a verdade. —Daemon rosnou. —Que você escondeu a minha filha por três malditos anos! E eu vou leva-la comigo.

Rhea pareceu surpresa com a revelação do marido e seu rosto tomou uma expressão que seria possível supor que aterrorizou até mesmo Daemon, que não era de se assustar com muita coisa.

—Eu rezei tanto para que ela não fosse sua. —Rhea riu. —Eu queria tanto que aquela coisa fosse uma bastarda... Não há palavras para descrever o horror que eu senti quando vi que ela tinha seu sangue, seu corno!

—Rhea, você é tão insignificante que eu estou pouco me fodendo para você e seus amantes. —Daemon respondeu. —Eu só quero a minha filha. Vou poupar a sua vida, ninguém vai mexer com você, dei minha palavra ao Rei.

Daemon soltou a esposa e caminhou para longe dela, que tinha sido amparada pelo primo, mas continuou a tecer ofensas ao príncipe, que parecia procurar alguém.

—VOCÊ NÃO VAI ME MATAR PORQUE É UM COVARDE! —Ela berrou. —SÓ PENSA QUE É PODEROSO PORQUE VOA NUMA CRIATURA QUE COSPE FOGO! EU ODEIO VOCÊ!

—Rhea, a única coisa que me impede de te matar agora mesmo é a criança que você tanto odeia. —Daemon riu. —E eu não sou tão covarde quanto você, que machucou o sangue do seu sangue.

FOGO E BRONZE - Aemond TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora