Capítulo 8|Ruínas

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𝐌𝐞𝐠𝐚𝐧 𝐖𝐚𝐥𝐥𝐚𝐜𝐞

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𝐌𝐞𝐠𝐚𝐧 𝐖𝐚𝐥𝐥𝐚𝐜𝐞

Jó 33:15-16:
"Em sonhos ou em visões de noite, quando cai sono profundo sobre os homens e adormecem na cama, então lhes abre os ouvidos e lhes sela a sua instrução.

✞︎

Salto da cama com o coração acelerado, como se estivesse prestes a explodir. Instintivamente, levo a mão atrás da cabeça, procurando algum ferimento, mas não encontro nada.
Flashes da noite passada começam a preencher minha mente, mas tudo está confuso. Eu não sei como cheguei aqui.

Olho ao redor do quarto, tudo parece normal.

"Foi só um sonho?", penso, tentando me convencer.

Me aproximo do espelho, mas não há nada de diferente em meu reflexo. Ο rosto é o mesmo, sem marcas. Molho meu rosto com água fria, na tentativa de clarear a mente.

Mas a imagem dos olhos vazios de papai... ela não sai da minha cabeça.

"Foi só um sonho", repito para mim mesma. Apenas um sonho.

Vou em direção a varanda da entrada da casa, meu pai está sentado no banco com a sua bíblia aberta.

-Perdeu a voz agora? Não tem a decência de falar com seu pai?

Sua voz é calma, mas carregada de uma dureza que me faz parar. Respiro fundo e, finalmente, encontro suas palavras.

Paro, suspirando, me viro e olhos seus olhos procurando o que vi ontem

- Bom dia pai

-O convento pediu sua ajuda com as crianças que chegaram recentemente - 
ele diz, sem levantar os olhos da bíblia.

-O convento das irmãs era onde eu ajudava de vez em quando, cuidando das mães solteiras e seus filhos.

- Ok... -  tento encerrar o assunto

Desço a escada da varanda quando, de repente, um carro se aproxima em alta velocidade.

O pastor Elias surge correndo em minha direção. Cada passo pesado afunda na lama, o desespero estampado em seu rosto.

Parecia ter visto um fantasma. Ele estava na igreja quando fiz a ressurreição...

- Pastor! Ele morreu! - a voz áspera ecoa pelo ar meu pai continuar sentado como se fosse normal!

- Quem morreu, Elias - pergunta meu pai, sem pressa, ainda sentado, como se nada o perturbasse.

- O pastor Nolan! Ele está morto! - Elias grita, ofegante

Um suspiro escapa dos meus lábios, surpreso.

- Como? -  meu pai pergunta, ainda sem demonstrar qualquer emoção.

- Enforcado! Ele está pendurado na entrada da igreja, tem sangue por todo o lugar! - Elias grita novamente, com a voz quase sumindo.

Sangue...?

- O senhor precisa ir até a igreja! - Elias praticamente implora.

Sem dizer mais nada, meu pai se levanta, caminha em direção à caminhonete e parte, deixando-me ali, sozinha, vendo-o ir embora.

✞︎

Caminho lentamente pelo campo da faculdade. Gotas de chuva escorrem pelo meu rosto, o vento frio sopra forte, e sinto meu queixo tremer. Aperto o casaco contra o corpo, tentando me proteger do frio cortante.

O pastor Nolan está morto... Enforcado, deixado pendurado na frente da igreja, o estômago cortado. As mãos, cortadas fora. A notícia já se espalhou por toda a cidade.

Alguns dizem que foi um acerto de contas. Todos conheciam o passado de Nolan antes de ele se converter.

O maior traficante de drogas do estado, convertido da noite para o dia.

Até agora, a polícia não tem pistas de quem o matou.

São boatos e mais boatos.

A faculdade está praticamente vazia hoje, poucas pessoas andam por aqui com a chuva persistente. Ando pelas estradas vazias, e sinto uma estranha excitação correndo em minhas veias.

Algo em mim anseia que algo aconteça. Um medo que pulsa junto com meu sangue.

As irmãs do convento sempre disseram que esses pensamentos eram errados, assim como os machucados em meus dedos. Elas me ensinaram que Deus seria minha salvação

Mas o desejo pela dor ainda está aqui dentro de mim.

O desejo que queima minha alma, as brasas ainda estão acesas, elas clamam para que algo as acenda novamente

Eu sei que é errado, mas pq o errado é tão tentador


Estou tão perdida em meus pensamentos que não percebo quando tropeço e caio numa poça d'água, meu celular cai longe.

Estendo a mão para pegar meu celular, mas uma figura aparece antes de mim. Olho para cima e vejo alguém pegá-lo primeiro. A pessoa caminha até mim, e quando vejo seu rosto, meu estômago se aperta.

- Você é desastrada né ovelhinha

Sinto meu rosto esquentar, não só pelo constrangimento de cair, mas pela presença de Hades.

Ele me observa com aquele sorriso torto, quase predatório, que sempre me deixa desconfortável. Estendo a mão para pegar o celular que ele segura, mas ele o mantém fora do meu alcance por alguns segundos, brincando com a situação.

— Não vai nem agradecer? — ele pergunta, com uma voz carregada de ironia.

— Me devolve logo isso, Hades — digo, tentando não demonstrar o quanto sua presença me incomoda.

Ele dá uma risada curta, finalmente me entregando o celular.

Pego minha coisas e me levanto rapidamente, mas ele segura meu braço forte.

— Você deveria ter mais cuidado, ovelhinha — ele repete, agora com um tom de aviso.

Encaro seus olhos negros que parecem tão triste na primeira vez que eu vi ele estava de noite mas agora ele parece tão familiar.

O seu toque parece ser certo, como se eu conhecesse ele de algum lugar, meu corpo relaxa com seu toque


Antes que eu possa responder, ele se afasta lentamente, sem olhar para trás. Fico ali, parada, sentindo o vento frio bater contra meu corpo, mas o verdadeiro calafrio vem de suas palavras.

✞︎

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⏰ Última atualização: Sep 18 ⏰

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