𝐎 𝐈diota do 𝐌eu 𝐈rmão | +18

Capítulo 1: Notícia inesperada

Lauren Roberts, uma garota de 19 anos que convivia a maior parte do tempo trancada na biblioteca de sua casa. Seus cabelos eram castanhos, ondulados e oleosos, junto à um penteado de rabo de cavalo. Seus olhos eram azuis brilhantes, semelhantes ao oceano, mas com olheiras profundas. Um óculos gigantesco se destacava em seu pequeno rosto, conjuntamente à sardas quase imperceptíveis. Na maior parte do tempo ela usava roupas pretas, sempre tentando não atrair atenção, mas acabando que mesmo assim chamando, tudo por causa de seu comportamento desastrado.

Acho que essa era a melhor maneira de me descrever.

Frequentemente me mantinha na biblioteca da minha casa estudando e lendo livros, e tenho de admitir, isso se tornou um hábito. Entretanto, diariamente ouvia reclamações de minha mãe de que não saía nem ao menos para me socializar quando eu havia tempo livre. Mas isso não tem nada a ver com gostar ou não, minha timidez e dificuldade de encontrar palavras para dialogar com alguém me impossibilitavam disso e ela fingia não saber.

Estive ouvindo boatos pela vizinhança de que minha mãe estava se relacionando romanticamente com um homem — na maior parte do tempo me informava acidentalmente sobre essas coisas por causa das constantes fofocas que haviam — e que esse homem era o chefe de uma das empresas mais bem-sucedidas e famosas do país: Technology Corp. Essa empresa é responsável por todos os dispositivos midiáticos e inteligências artificiais produzidos e vendidos em todo o país. Mas resolvi ignorar tudo isso, já que, afinal de contas, boatos são boatos.

E meu pai? Bem, ele abandonou eu e minha mãe quando eu ainda estava na barriga dela. Sinto ódio dele até hoje por ter cometido a crueldade de deixá-la sozinha no momento mais difícil da vida dela. Mas, quer saber de uma coisa? Quem vive de passado é museu, vamos focar no presente.

Fui à uma livraria que fica há 10 minutos da minha casa hoje. Ao entrar no estabelecimento, não pude deixar de notar várias pessoas e grupos comprando livros ou discutindo sobre. Meu corpo se encolheu e eu comecei a andar cautelosamente, atenta para não esbarrar em nada e chamar a atenção. Me aproximei de uma estante de livros e avistei o livro que eu tanto procurava, observando-o com um olhar um tanto intrigado. O que mais me chamou a atenção foi a capa, que é simples, mas bonita e atrativa. A única coisa que me impedia de pegar o livro era onde ele estava: na última prateleira da estante, lá no alto. Por um momento pensei em pedir para que alguém pegasse o livro para mim, mas só de imaginar que teria que dialogar com a pessoa, me causa um enorme nervosismo. Com cuidado, apoiei uma das mãos na prateleira onde eu ainda alcançava e fiquei na pontinha dos pés, esticando meu braço até o livro. No mesmo segundo em que consegui pegar o livro, a estante se balançou levemente e os outros milhares de livros caíram em cima de mim. Ligeiramente todos os olhares das pessoas presentes na livraria se desviaram para mim, que estava enterrada na pilha de livros. Merda, merda, merda... Pensei com os batimentos cardíacos acelerados. Um bibliotecário correu até mim e começou a tirar rapidamente os livros de cima de mim. Depois de tirar, ele olhou para mim com um semblante preocupado e perguntou:

— Você está bem?

Calada, olhei ao redor e percebi que todos estavam me encarando. Meu rosto estava com uma vermelhidão intensa, e não era por causa do impacto forte com que os livros caíram no meu rosto. Ao perceber que não havia nenhuma brecha sem pessoas para que eu pudesse encarar, voltei meu olhar para o bibliotecário e o encarei relutantemente.

— S-sim... — respondi com um tom de voz quase que inaudível.

Mesmo assim ele parecia ter ouvido, então se levantou e estendeu sua mão em minha direção. Sentindo meu rosto ferver de vergonha, eu hesitantemente aceitei a ajuda e coloquei minha mão sobre a do garoto, o que fez com que arrepios fossem enviados por todo o meu corpo. Faz bastante tempo desde que eu tive contato físico com alguém.