Capítulo 9.

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Notas da autora: Vocês vão entender no meio do capítulo do por que as músicas! Aproveitem <3.

𝐄𝐥𝐥𝐢𝐞 𝐁𝐞𝐚𝐮𝐦𝐨𝐧𝐭

Minha respiração falhava, e o suor cobria meu corpo e rosto. Ethan sabia como pegar pesado no treino. 
Céus! Mal sei como consegui sobreviver aos golpes e desviar de alguns. Fui imobilizada tantas vezes que perdi as contas. Pelo menos consegui aplicar alguns desses nele também. Isso só prova que ele foi treinado por mais tempo do que eu e que costuma fazer isso com muita frequência.

Ainda estávamos dentro do ringue. Encostei as costas nas barras e me sentei. Eu quase não tinha fôlego sobrando. Tenho sorte de minha asma ter cessado e raramente ter um ataque, mas não é impossível. Sempre guardo uma bombinha em casa, na bolsa e no carro.

— Há quanto tempo você pratica? — pergunto por curiosidade. Ethan se sentou ao meu lado, também estava suado; a regata branca marcava seu corpo esculpido. 
Preciso parar de reparar nessas coisas.

— Desde meus 13 anos — falou, e o olhar azul tinha algo vazio, mas, ao mesmo tempo, um brilho iluminava seus olhos. Fico um pouco surpresa com a idade em que ele começou. — Meu pai sempre me treinou.

— Você tem quantos anos agora?

— Vinte e sete.

— Então você treina há 14 anos — falei mais para mim mesma, e ele assentiu. Era a primeira coisa que eu sabia sobre Ethan. — Entendo. Comecei aos pouquinhos, meu pai e eu brincávamos de lutinha quando eu era menor. — Dei um sorriso, olhando para o chão ao me recordar das boas memórias juntos. Olhei para Ethan, que permanecia sério, mas tinha um olhar compreensivo.

— Que bom que aproveitou sua infância, Ellie — disse, e eu assenti. Minha atenção logo foi para um ponto fixo ao longe.

— Preciso ir — falei ao me lembrar que amanhã era sábado; eu tinha que arrumar as malas para ir ao aniversário de Katherine na chácara. Iríamos viajar amanhã cedo para arrumar as coisas e, à noite, teríamos a festa. — Até mais — falei, e ele acenou com a mão. Calcei minhas botas antes de sair.

...

Cheguei com as roupas de mais cedo. Deixei as que utilizei no treinamento para lavar no banheiro mais próximo. Kath parecia estar em casa, fui até a cozinha e a encontrei procurando algo para comer na geladeira.

— Oi, mana — digo, entrando na cozinha e tirando o sobretudo, apoiando-o no encosto de uma das cadeiras.

— Oi — a loira vestia um pijama de gatinho agora. Ela fechou a geladeira. Kath carregava uma geleia de morango na mão. — Tenho uma notícia boa e uma ruim. Qual você prefere primeiro?

— A ruim — escolho a péssima primeiro, pois a boa sempre dá uma expectativa melhor e quebra a ruindade da outra.

— Convidei Anne e Eloise para a festa — ao ouvi-la, arqueei uma sobrancelha, incrédula com essa informação. Foram elas que começaram os boatos antigos de que eu era uma péssima administradora nas missões por ter tido um descuido que resultou na morte do meu parceiro. Eu ia abrir a boca para xingá-la, mas fui interrompida com o dedo indicador dela que se levantou. — Antes que você surte, eu basicamente fui pressionada por elas para que aceitasse... e tudo isso por culpa da boa notícia — falou, abrindo a geleia que tinha deixado sobre o balcão da pia.

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