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"Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar, olhou-a de um jeito muito mais quente do que costumava olhar" - Valsinha

Annie 🪷
Duque de Caxias | Maio 2024.

O dia amanheceu corrido, na verdade a semana inteira foi corrida, mas eu não esperava menos já que hoje é a festa da associação dos moradores, aqui do nosso bairro.

Esse evento acontece a anos, e é sempre uma festança para todos, tudo feito pelos próprios moradores através de doações e trabalho voluntário!

Roda de samba é a vontade, comida, bebida, e muita dança.

Esse ano não estou tão animada quanto antes, talvez seja porque trabalhei dobrado essa semana.

Torci para que o Igor ficasse com a Kiara esse final de semana em São Paulo, assim eu ficaria tranquila e descansaria mais, só que foi em vão.

Depois que ele foi embora, ela perguntou por ele no primeiro e no segundo dia, e depois esqueceu do pai completamente.

Eu suspirei aliviada assim que finalizei a gypsi brainds no cabelo da cliente, ela tirou a atenção do celular e olhou no espelho, no mesmo instante abriu um sorriso gigantesco.

— caraca Annie, não canso de dizer o quanto você arrasa! — eu sorri.

Isso é gratificante, cansativo, mas gratificante.

Tirei algumas fotos do cabelo dela, e subi pro insta do salão, bebi um pouco de água e senti meu estômago roncar de fome.

Minha primeira e última refeição foi no café da manhã, as 7h, agora  são 16:30 da tarde.

A festa começa às 19h.

Me aproximei da rua, e vi a decoração linda que estavam fazendo, a galera bem animada mesmo.

— Isso tá um esculacho! — Murilo gritou do outro lado da rua, olhei para ele e ri, e ele acenou para mim. — Tu cola né?

— Tô pensando! — respondi elevando minha voz, pelo barulho que estava.

— Pensando em vir né? Bem bonitona. — gargalhei.

No mesmo instante vi a Kiara junto de outras crianças do bairro, pintando algumas garrafas pets que farão parte da decoração.

— Esse festival não é nada sem você. — Murilo chamou minha atenção. — Tem sua cara. — eu neguei com a cabeça, pelo comentário.

Ele continuou sorrindo, do jeito que encantaria qualquer mulher, em outras circunstâncias ele não me seria um péssima opção.

Mas sou tão traumatizada com relacionamentos que prefiro deixar meus pés no chão, cuidar da minha família e do meu salão.

— Tenho que trabalhar. — eu respondi de volta. — E se tu quer que eu vá nesse festival, capricha numa marmita pra mim, preciso de proteínas pra noite! — pisquei para ele.

— 5 minutinhos tá aí, minha dona. — gesticulou com a mão, aceitando meu comando.

Entrei de volta no salão, e trombei com a Lucy que me olhou, desconfiada.

I NEVER FORGET YOU | Thiago SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora