CAPITULO 31 - EXPLOSÃO

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*Hey, hey, hey foi aqui que pediram tiro porrada e bomba?*

Neji se remexia em sua carteira. Simplesmente, respirar o mesmo ar que Fū era, no mínimo, irritante. Ela precisava mesmo ficar pendurada em seu pescoço? Por isso estava tão difícil de respirar. Que droga, ele precisava se concentrar, o menor erro nessa poção, se tivesse sorte, seria uma explosão.

Ele repetia isso a si mesmo tantas e tantas vezes que quase acreditava.  Tentava se auto convencer, mas quem ele queria enganar?

Ele sabia.

Ele sabia que aquilo que dilacerava sua alma, que exigia cada gota de sua força de vontade era saber que ela estava no mesmo cômodo que ele e ele não podia olhar para ela! Não podia sequer se virar. Fora fraco mais cedo quando se pegou encarando-a. Foram apenas alguns segundos, mas que poderiam ter custado caro, caro demais.

Na sua última conversa com seu pai, naquele maldito jogo de quadribol ele sabia, sabia que ela corria perigo, sabia que o avô era capaz de tudo para manter a pureza de seu sangue nobre. Mas que droga.

"Eu sei! Sei que não faria isso. Você sabe dos riscos que é ser um Hyūga. Sei que é bom, filho. Jamais passaria esse fardo a alguém que gosta, é muito perigoso, poucos aguentam. E você é um deles. Você aguenta.  Porque você é a melhor coisa que eu já fiz."

Aquela conversa miserável reprisava em sua mente como um sino quebrado que range sem parar, não como um convite feliz,  no seu caso, ele estava  anunciando que chegou o seu fim.

Chamar Fū para entrar na sala tinha parecido um plano razoável, ao menos no começo. O pai da garota era o governante chefe de uma pequena, mas rica ilha ao sul. Talvez não fosse a pretendente de escolha da sua família, mas por hora serviria para tirar o avô da sua cola. É claro que ele não tinha olhos em Hogwarts, naquelas terras Minato Namikaze era rei e sabia cuidar de seus súditos. A menos que você estivesse ali dentro, aquelas paredes eram impenetráveis. Impenetráveis aos olhos, ao menos… Porque aos ouvidos… Talvez algum fuxico se espalhasse, talvez dissessem que ele gostava de Fū, mas isso era o de menos. O verdadeiro motivo, o único e verdadeiro motivo que ele segurou o braço da menina e a arrastou sala adentro, era para não ouvir ela dizer aquelas míseras palavras, as mesmas  míseras palavras que proferira no passado e aquilo assolava sua alma até hoje. Se ela a chamasse de sangue ruim na sua frente…

Ele não seria forte o bastante.

Até pra ele que previa o futuro suas ações eram incertas.

Já disse que prever o próprio futuro era o ponto fraco dos Hyūgas? Pois bem. A visão perfeita tinha um ponto cego.

Talvez num ataque de raiva ele tomasse Tenten nos braços e saísse voando janela a fora sem olhar para trás. O que estava pensando ele acabara de fazer dezesseis anos, isso não podia ser um bom plano. Talvez amaldiçoasse a menina sem noção e a transformasse numa pulga.  De um jeito ou de outro o seu disfarce de indiferença não sobreviveria aquelas duas malditas palavras (SANGUE RUIM).

Deu mais uma mexida no seu caldeirão e uma bolha verde e ácida estourou. Concentração, Neji!! Você consegue não pensar nela.

E falando nela…

Tenten estava imitando a voz manhosa de Fū que sugeria o próximo ingrediente da lista de poções a Neji, quando sentiu uma bolinha de papel bater no topo de sua cabeça, ao se virar,  viu a ruiva Uzumaki três lances de escada acima, ao lado de Suigetsu. Rindo!

Quando se voltou a frente um papelzinho dobrado estava em cima do próximo ingrediente que precisaria usar. Abriu o mostrando a Temari para ler junto.

"Pare de olhar para quem não te quer, já tá feio."

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