Capítulo 4

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                         ROSALIA

O cheiro daquela casa velha não parecia mais o mesmo quando Madden estava ali. Era como ele fosse tóxico demais para o oxigênio que eu respirava.

Levantei o rosto, não querendo demonstrar obediência alguma para ele. Era um homem bonito, além disso, obediência feminina devia ser uma sobremesa diária para seu ego e alimentá-lo com seu doce favorito seria minha morte.

Estava de frente para mim, ainda, sentado como se não tivesse opção, eu sentada no chão sujo com as costas encostada na parede mais próxima. Naquele momento, seus olhos me fuzilavam antes do silêncio ser quebrado com o rancar do meu estômago, mais alguns minutos e eu o mandaria de volta quando recebesse a mensagem que o pacote foi entregue. Madden voltaria assustado, para sua família assustada e logo saberiam o que poderia acontecer caso mexessem comigo.

— Está com fome? — a pergunta correu de seus lábios molhados por todas as vezes que passou a língua entre eles — Posso te dar comida.

— Não somos amigos. — virei o rosto.

— Vingança não alimenta ninguém, sabia?

Não o respondi, porque sabia. Mas a vingança faz a fome parecer um sonho distante.

Mais alguns minutos e nenhuma resposta. Olhei para nossos celulares postos ao lado de onde meus pés estavam apoiados, logo a tela do celular de Madden estava acesa. A mensagem de uma garota, pedindo para foder enquanto expressava saudades.

Olhei para ele e depois para o celular, algo fez meu coração acelerar mas passou rápido demais quando meu celular tocou alto demais para meus pensamentos intrusivos. Era o número de Rita, quem estava encarregada de entregar a menina até o lugar de a família de Madden a encontraria.

— Oi? — busquei a resposta da minha irmã, mas não a tive.

— Para informar que o pacote foi entregue com sucesso, mas antes de chegar no destinatário... — era Ivarsen Torrance. Ele provavelmente estava com sua filha nos braços em uma avenida movimentada e minha irmã sob suas botas.

O nervosismo que antes somente corria quente por meu sangue, subiu para meu cérebro e sequer pensei quando a reação de jogar meu celular na parede surgiu antes de qualquer pensamento estável. Antes de coagir qualquer movimento, meu corpo foi rendido por mãos grandes agarrando-me pelos pulsos e os firmando próximo ao meu peito. Era Madden segurando-me com força, seu corpo maior parecia uma parede para qualquer coisa que pudesse me atingir, mas a única coisa que poderia me atingir ali era ele.

Não conseguia pensar em como se soltou tão rápido ou como seu movimento foi tão silencioso, eu apenas conseguia agir com todas as emoções que fervilhavam dentro de mim. Usei a força para dar uma cabeçada em seu rosto, o movimento fez com que ele me soltasse para longe, bati com força na parede a frente e escorreguei para a escada ao lado. Cai por vários degraus, sentindo meu corpo completamente dolorido, e só consegui respirar quando meu rosto descansou no piso inferior do qual Madden estava.

O sangue escorreu pelo canto da minha boca, eu conseguia sentir o gosto. Os passos de Madden estavam descendo para onde eu estava, era como a canção da morte e eu sabia quem morreria

Tentei mover meu corpo para longe, mas minha cabeça foi erguida do chão pelos dedos de Madden no meu couro cabeludo.

— É isso o que acontece quando as pessoas deixam os sentimentos confundirem a mente delas... — sua voz estava perto do meu ouvido enquanto a umidade crescia no meio das minhas pernas — elas perdem o controle. E se, elas perderem o controle... Ele pode cair nas mãos de qualquer um que possa controlar melhor, sabia?

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⏰ Última atualização: Oct 01 ⏰

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