03: t r a t a m e n t o

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S T E P H E N  C U R R Y 🏀

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S T E P H E N  C U R R Y 🏀


Desde que comecei o tratamento com Naomi, minhas manhãs têm sido diferentes. Não é só pela dor ── que, diga-se de passagem, é um tormento constante ── mas pela presença dela. Naomi Santiago tem um jeito único de fazer a sala de fisioterapia parecer menos estéril e fria. Talvez seja o sorriso, ou a maneira como seus olhos brilham quando está concentrada em seu trabalho. Ou talvez seja o fato de que, por mais que eu tente puxar assunto, ela sempre mantém um certo mistério.

Naomi é boa no que faz, isso é inegável. Cada movimento que ela me orienta a fazer é meticulosamente calculado, cada alongamento e exercício é executado com uma precisão quase cirúrgica. Mas o que mais me intriga não é sua habilidade profissional ── é o que ela não diz. 

E tem todo o lance com Jordan Poole, seu irmão. Toda vez que penso nisso, sou envolto por um véu de curiosidade quase sem noção, gritando para descobrir o drama por trás do comportamento deles.

Mas de qualquer forma, estou aqui sentado, com o tornozelo latejando, e ela está à minha frente, focada, ajeitando os equipamentos como se estivesse prestes a fazer uma cirurgia de extrema precisão ── quando, na verdade, tudo o que ela vai fazer é esticar meu tendão por alguns minutos. Mas, de alguma forma, ela faz parecer a coisa mais importante do mundo. Eu devia estar focado na recuperação, pensando em cada movimento, mas, toda vez que ela se aproxima, minha concentração escapa. E não ajuda o fato de que, além de ser boa no trabalho, Naomi é… bem, vamos dizer que eu não esperava que meu fisioterapeuta fosse alguém que me deixasse tão distraído assim. 

É engraçado. Um segundo estou avaliando se vou conseguir estar em forma para a temporada, e no seguinte, estou tentando entender por que ela me afeta tanto. Talvez seja o jeito que ela segura o olhar por mais tempo do que o necessário, ou o fato de que ela fala sobre músculos como se fosse uma arte. Eu deveria me preocupar mais com o meu retorno às quadras, mas, honestamente, é difícil me concentrar na dor quando tudo o que passa pela minha cabeça é se ela percebe o quanto eu estou tentando não parecer um adolescente de ensino médio diante dela.

Até que a garota, dona de boa parte dos meus pensamentos atuais, começa a sessão.

──── Vamos, mais uma vez. ──── Ela instrui, enquanto ajusta minha perna em um ângulo específico. Eu faço uma careta de dor, mas sigo suas orientações.

──── Isso é o melhor que você pode fazer? ──── brinco, tentando aliviar o clima com um pouco de humor.

Ela ri, um som suave que sempre consegue me fazer sorrir, mesmo quando sinto que meu tendão está prestes a se partir ao meio. E que estava doendo. Doendo muito. Doendo pra caramba!

𝘫𝘰𝘨𝘢𝘥𝘢𝘴 𝘥𝘰 𝘢𝘮𝘰𝘳, 𝐒𝐓𝐄𝐏𝐇𝐄𝐍 𝐂𝐔𝐑𝐑𝐘  ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora