[Concluído] Se há uma coisa que o amor sabe fazer bem é jogadas.
Ao se lesionar em um jogo agitado de pré-temporada, Stephen Curry ── o famoso e talentoso jogador de basquete ── se preocupa com o seu futuro na competição. Porém, ao entrar no consult...
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N A O M I S A N T I A G O 🩺
O dia começou estranho.
Stephen está mais quieto hoje. Seus olhos, normalmente brilhantes com humor e travessura, estão um pouco mais sérios enquanto ele se concentra nos exercícios de alongamento. Eu estou acostumada com atletas absorvidos em suas rotinas de recuperação, mas algo em Stephen parece diferente. Ele não é apenas determinado ── ele é observador.
E eu sei exatamente o que ele está observando. Ou melhor, quem.
Desde que cheguei ao Warriors, tenho feito tudo ao meu alcance para manter minha relação com Klay puramente profissional. Ele parece estar tentando fazer o mesmo, mas há algo de não dito, uma tensão flutuando no ar sempre que nossos caminhos se cruzam. Eu tinha esperança de que Stephen, com seu carisma e jeito brincalhão, não notasse isso. Mas, aparentemente, pedir isso é esperar demais.
── Está tudo bem? ── pergunto, tentando quebrar o silêncio enquanto ajusto sua perna para o próximo alongamento.
Ele olha para mim, uma expressão neutra no rosto. Mas seus olhos, esses não conseguem esconder a curiosidade. Espero ele dizer que sim e continuar em silêncio, pelo menos faria minha mente não se preocupar mais. No entanto, não é isso que acontece.
── Estou bem. Só... pensando.
── Pensando? ── Repito, arqueando uma sobrancelha. Stephen não é o tipo de pessoa que pensa em silêncio. Ele sempre pensa em voz alta, normalmente com uma piada ou comentário sarcástico.
── Em você, na verdade. ── Ele admite, e o calor sobe no meu rosto. ── Em você e no Klay. Eu percebo as coisas, sabe?
E lá vamos nós. Claro que ele percebe. Stephen é um jogador de basquete, acostumado a ler a quadra, a entender jogadas antes mesmo de acontecerem. E aqui estou eu, tentando esconder algo que é provavelmente óbvio para qualquer um que preste atenção.
Mas eu tenho o direito, não? É o meu drama. Minha história. Minha dor. Querendo ou não, por mais legal e incrível que Curry seja, eu ainda o conheço não faz nem um mês.
Em outras palavras: isso não é da conta dele.
Mas, ao invés de dizer algo como isso, eu respiro fundo, considerando minhas palavras cuidadosamente. Talvez seja mesmo a hora de esclarecer as coisas. Ou pelo menos parte delas.
── Klay e eu... nós nos conhecemos de forma... mais pessoal. Só isso ── Digo finalmente, tentando manter minha voz firme.
Stephen não diz nada de imediato. Ele apenas me observa, seus olhos analisando cada microexpressão no meu rosto. É desconcertante, e eu tenho que lutar contra o impulso de desviar o olhar.
── Pessoal, tipo... um namoro? ── Ele pergunta, sua voz é cuidadosa, sem querer parecer invasivo.
Dou um pequeno aceno de cabeça, sentindo-me exposta demais.
