Die with a smile

170 15 7
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Desde o momento em que entrei no nosso apartamento – quer dizer, no apartamento do Christopher, embora ele insista que aqui sempre foi e sempre será "nosso" – uma onda de sensações me tomou por completo. Para ser sincera, eu sempre acreditei que ele tinha vendido esse lugar, que havia apagado de vez qualquer vestígio de nós dois. Mas, ao invés disso, aqui estou, e, para minha surpresa, estou extremamente feliz por estar de volta.

Assim que passei pela porta, foi como se o mundo tivesse silenciado. Mesmo com a minha cabeça girando, carregada de mil pensamentos, a nostalgia que este lugar evoca me acalmou, ainda que só um pouco. Estar aqui é como ser convidada a viajar ao passado, a um tempo que pareceu tão distante, mas que, de repente, se fez presente novamente. Tudo estava exatamente como me lembrava – ele manteve tudo intacto, como se o tempo não tivesse tocado este lugar, como se não houvesse distância entre quem éramos e quem somos agora. Meu coração se aqueceu ao ver que, apesar de tudo, aquele pedaço da nossa história ainda estava aqui.

O sentimento entre nós nunca se apagou. Passamos por crises, silêncios prolongados e distância forçada, mas a conexão sempre esteve lá, pulsando silenciosa. Christopher sempre foi o meu porto seguro, o ponto fixo no caos que era a minha vida. Eu passei boa parte dos meus anos ao lado dele – seja como colegas de banda, parceiros de trabalho ou amantes secretos, tentando equilibrar o que era permitido com o que realmente sentíamos. O fim da novela e do RBD trouxe uma liberdade estranha, mas também reforçou as barreiras que não podíamos atravessar. Estar em cima daqueles inúmeros palcos, cantando ao lado dele sem poder declarar meu amor, era uma tortura constante. Mas tínhamos contratos a seguir, ordens a obedecer. Christopher sempre odiou essas amarras, rebelde como era, enquanto eu... bem, eu aceitei vender minha alma para a Televisa e para Pedro Damián.

Agora, de volta a este apartamento, tudo isso parece reviver. Cada escolha que fiz, cada sacrifício para chegar aonde estou, me custou algo precioso. Renunciar ao Christopher, renunciar a esse lugar que por tanto tempo foi nosso refúgio... isso foi uma das maiores perdas da minha vida. E agora, aqui estou, de volta, mas me perguntando: será que algum dia realmente conseguimos seguir em frente?

Christopher observava cada movimento meu com aquele olhar intenso que sempre teve. Ele sabia que estar ali era difícil para mim, mas não disse nada, deixando que eu tomasse meu tempo para absorver o momento depois da nossa conversa inicial.

— Eu pensei que nunca mais voltaria aqui, Chris — murmurei, minha voz um pouco mais frágil do que eu gostaria.

— Eu nunca quis apagar esse lugar, Dul. Sempre foi parte de nós... de mim.

As palavras dele me atingiram em cheio. Eu sabia que esse apartamento representava muito mais do que apenas um espaço físico. Era o símbolo de uma época em que éramos livres, mesmo que em segredo.

— Acho que sempre soube disso — admiti, com um sorriso leve, mas melancólico. — É estranho, voltar aqui depois de tanto tempo... parece que tudo mudou, mas, ao mesmo tempo, nada mudou.

Pase Lo Que Pase - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora