O leão bailarino

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Desde que pedi o divórcio ao Paco, posso dizer que as coisas estão melhores

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Desde que pedi o divórcio ao Paco, posso dizer que as coisas estão melhores. Ele parece outra pessoa, não que a mudança seja por minha causa, mas pela Maria Paula. Embora ainda trabalhe muito, ele sempre encontra tempo para estar com ela e seus outros filhos, e isso tem aliviado um peso em nossos ombros.

Por outro lado, eu me vejo dividida entre ser mãe e continuar minha carreira como artista. Minha agenda está mais cheia do que nunca, e as oportunidades de trabalho continuam surgindo. Ariel tem sido incansável e, consequentemente, me feito trabalhar intensamente também. Hoje, por exemplo, tenho uma entrevista em um podcast sobre saúde mental, e estou muito feliz por poder contribuir e ajudar meus fãs que sofrem de distúrbios pós-pandemia, sejam quais forem. Sei bem o quanto é difícil lidar com isso, e foi a minha gravidez que me salvou da depressão. Sem ela, talvez eu nem estivesse aqui para contar minha história.

Ser atriz, cantora e compositora sempre foi uma parte fundamental da minha felicidade, mas ser mãe... isso é o que realmente me move. É o que me faz levantar da cama todos os dias, com propósito e força para enfrentar qualquer desafio.

Ao terminar de me arrumar, olho para a Maria Paula, que está brincando tranquilamente no chão da sala, e sinto uma onda de amor e gratidão me inundar. Eu sabia que, independentemente dos altos e baixos, tudo valia a pena por ela.

Peguei minha bolsa, respirei fundo, pronta para mais um dia de entrevistas e compromissos. Antes de sair, dou mais uma olhada na Maria Paula, que me lança aquele sorriso inocente e cheio de vida. Eu me agacho ao lado dela, beijo sua testa e sussurro:

— Mamãe vai sair rapidinho, mas logo estou de volta, tá bom?

Ela balança a cabeça e continua brincando, alheia ao turbilhão que às vezes toma conta da minha vida. Fecho a porta, sabendo que, por mais corrido que seja o dia, meu coração sempre volta para ela.

O caminho até o estúdio do podcast é tranquilo, mas minha mente está acelerada, relembrando todos os momentos recentes. A entrevista seria um espaço seguro para abrir o coração sobre o que tenho vivido, não só como artista, mas como mulher e mãe.

Chegando ao estúdio, sou recebida pela equipe do podcast. Sentada na poltrona confortável, o microfone à minha frente, me preparo para mergulhar em uma conversa profunda sobre saúde mental, um tema que toca tanto a minha alma.

A entrevista começa com um clima leve, mas carregado de expectativas. O apresentador do podcast, um homem de voz suave e palavras acolhedoras, me cumprimenta com um sorriso acolhedor.

— Hoje temos uma convidada muito especial, alguém que tem inspirado e tocado tantas vidas ao longo de sua carreira. Não apenas como cantora e atriz, mas também como uma voz ativa em temas tão importantes como saúde mental. Seja bem-vinda, Dulce María!

Sorrio, agradecendo com um leve aceno de cabeça enquanto ajeito o microfone à minha frente.

— Obrigada, é um prazer estar aqui. Acho que falar sobre saúde mental é tão importante quanto cantar uma música ou atuar em uma cena. Afinal, tudo começa na nossa mente, não é?

Pase Lo Que Pase - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora