由美

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Yumi (由美)

Substantivo

Origem e Significado: Nome feminino japonês que combina os caracteres "由" (yū) significando "origem" ou "razão" e "美" (mi) significando "beleza" ou "perfeição".

Definição: "Yumi" traduz-se como "bela" ou "perfeita", evocando uma imagem de graça e virtude.

Uso Cultural: Frequentemente escolhido por famílias que desejam refletir qualidades de elegância e sofisticação no nome de suas filhas.

Nota: Apesar de seu significado ideal, o nome "Yumi" pode às vezes contrastar com a personalidade da pessoa que o carrega, criando um jogo de expectativas e realidade.

--- ۵ ---

   — Mimi, você sabia que quando a mamãe estava esperando você descer do céu o seu nome era pra ser diferente?

   Uma voz suave falava com um tom suave, o doce timbre misturado com a brisa leve que insistia em fazer cócegas em sua pele, você se sentou ao lado da mulher com cuidado, as pernas pequenas se escondendo por baixo da saia grande demais do Kimono que vestia fazendo com que a mulher soltasse uma risada meiga. Seus olhos correram até ela rapidamente, não conseguia ver muito bem seu rosto, o sol praticamente lhe cegava ali fazendo com que desviasse o olhar para a areia da praia.

   — Eu gosto do meu nome.

   Você murmurou com a voz baixa se enrolando nas próprias palavras fazendo com que a mulher risse ainda mais, ela levou a mão até a areia desenhando algo ali com a ponta do dedo indicador.

   — Eu também gosto do seu nome meu amor... mas antes eu pensava que deveria ser "Yuri".

   — Igual o meu!

   Você exclamou, ela sorriu antes de negar com a cabeça devagar.

   — Quase, Mimi, seu nome significa bela e perfeita.

   — E Yuri?

   — Lírio... são minhas flores favoritas, é assim que se escreve.

   Ela balbuciou enquanto afastava a mão da areia, apenas o traço suave ali "百合".

   — Eu vou te comprar muitos lírios então mamãe.

   Você disse de maneira decidida o que apenas arrancou um riso suave dos lábios da mulher que apenas concordou antes de curvar o corpo sobre o seu minúsculo ali lhe abraçando com força, você fechou os olhos sentindo o cheiro dela ali. Sua mãe cheirava a amaciante de lavanda, creme de baunilha e bala de hortelã.

   E lírios.

   Mas acima de tudo ela cheirava a casa.

   Você abriu os olhos devagar, sentia suas bochechas molhadas, estava chorando. Havia sonhado com ela... de novo.

    E de novo não conseguiu ver seu rosto, mesmo que no dia a dia visse mil fotos e mil retratos dela.

   Você respirou fundo antes de se sentar sob o acolchoado com cuidado, estava amanhecendo, a luz do sol aos poucos invadindo seu quarto grande demais para uma pessoa; se sentia cansada... exausta para ser mais sincera. Abaixou os olhos para o próprio corpo, ainda vestia o mesmo vestido rosa claro de seda natural da noite passada onde havia oficialmente se apresentado em rede nacional juntamente ao Príncipe Kaito o primeiro na linha de sucessão para imperador... estava oficialmente noiva. 

   Bem... já estava desde que se entendia por gente esse era um dos maiores motivos para as gritarias entre seus pais, as discussões, os tapas... Até o dia em que sua mãe um dia não aguentou mais aquela situação, os gritos de Megumi —  seu irmão do meio — naquela manhã quando ele a encontrou no jardim da mansão, de Naoya — seu irmão mais velho — lhe segurando com força nos braços para que você não corresse para fora e não visse a cena.

   Mas por algum motivo não era aquilo que mais mexia consigo... e sim o fato de seu pai — Naobito Zenin — em frente as enormes portas do saguão que davam para o jardim externo, a postura rígida como sempre e o rosto apático, ele nem ao menos chorou enquanto levavam sua esposa embora, ele nem ao menos lhe abraçou, ou lhe colocou para dormir aquela noite ou em qualquer uma das outras.

   Lhe deixou sob cuidado da governanta — Akari Nitta — e passou dias, meses, anos... trabalhando como doido no escritório, falando com você apenas o essencial sobre casamento, família real, tradição, linhagem e toda aquela baboseira que você já estava cansada de ouvir. A cada ano que se passava os presentes de aniversário que ele lhe entregava ficavam mais e mais luxuosos e bem, você sabia que daquela vez não seria diferente. Mas sinceramente? Não estava nem um pouco animada.

   Uma batida firma na porta, sua resposta nem ao menos foi dada e a superfície amadeirada se abriu de uma vez, seus olhos pararam sobre o homem esguio, os cabelos antes pretos agora estava, tingidos de um loiro escuro, seus olhos se encontraram e ele coçou a garganta antes de arrumar a postura de modo firme.

   — Está atrasada, Yumi, sua festa de aniversário, vinte um anos, esqueceu?

   — Sim, Naoya, esqueci.

   Você respondeu com a voz carregada de sarcasmo fazendo com que seu irmão mais velho franzisse os olhos de modo irritado lhe encarando ali

   — Você não me responda sua fedelha ou eu falo para o nosso pai dar um jeito nessa governanta inútil, nem para te criar ela serviu?

   Ele disse com a voz grossa, baixa, em um tom sério, você até pensou em responder mas sabia bem do que seu pai era capaz e sinceramente? Não queria que uma das únicas pessoas por quem sentia um carinho enorme fosse prejudicada por uma birra sua.

   — Desculpe.

   Murmurou contra sua vontade enquanto se levantava da cama por fim andando até o closet que ficava do outro lado do quarto se trancando ali, suspirou olhando seu corpo no espelho, o vestido rosa claro brilhava em sua pele, o anel de noivado simples de ouro branco com apenas um diamante quase que minúsculo também brilhava em seu dedo. Você quis chorar. Yumi Zenin estava noiva, noiva de alguém com mais do dobro da sua idade, aquilo não era certo, por que tinha que passar por aquilo? Você não passava de uma moeda de troca para que sua família continuasse nos passos tradicionalistas de sempre, patriarcais.

   Tudo estava em silêncio mas mesmo assim ao longe se você prestasse bem atenção ainda se lembrava do riso de sua mãe e do cheiro de lírios.

   E bem...

   Era aquilo que lhe trazia o mínimo resquício de paz dentro de toda aquela confusão que envolvia seu ser.

𝐏𝐑𝐄𝐓𝐓𝐘 𝐖𝐇𝐄𝐍 𝐘𝐎𝐔 𝐂𝐑𝐘 ; Kento NanamiOnde histórias criam vida. Descubra agora