O Diário de Oli Salmir

4 de maio de 1948

Hoje minha avó veio trazer o presente de aniversário da mamãe, ela não pôde vir na festa que fizemos para ela no domingo.

Eudora e eu quase a derrubamos quando ela chegou, nos jogamos em cima dela para abraça-la. Senti um beliscão da mamãe enquanto ela nos tirava de cima dela, não sei se Eudora também o levou.

Minha mãe conseguiu convencê-la a almoçar com a gente. Eudora e eu a levamos para sala enquanto minha mãe cortava cebolas, e ela deu para cada uma um envelope com uma quantia vulgar de cruzeiros.

   Senti na hora o olhar cortante da mamãe em nossa direção, sem ao menos olhá-la. Eudora me chamou para dar uma volta na rua antes que ela nos fizesse devolver. Ouvimos nossa mãe dizer para voltarmos a tempo do almoço.

Como esperado, Eudora quis comprar um batom ou um ruge. Normalmente eu também prefiro comprar algo do tipo, mas senti vontade de comprar uma coisa diferente.

Quase enlouqueci minha irmã. Fomos em todas as lojinhas de bijuterias, cacarecos e bibelôs e não conseguia me decidir.

Ela estava com medo de se atrasar, eu também estava, mas a vontade de encontrar algo era maior. Por fim encontramos esse diário na papelaria da dona Nilza, que é pertinho de casa, e me interessei logo de cara, como uma atração magnética.

— É sério Oli?— perguntou minha irmã frustrada por não termos entrado na papelaria antes— Você já tentou escrever dois diários e não conseguiu.

— A última vez que tentei tinha oito anos, tenho disciplina o suficiente agora.

— Tanto faz, vamos pagar isso logo, estou morrendo de fome.

Foi assim que adquiri esse diário, fui sincera, realmente acredito que dessa vez terei disciplina para continuá-lo.

E aí, gente?🌙

Recomendo ler este diário em conjunto com O Verão dos Pace, os capítulos serão bem curtinhos, por enquanto não tem dias exatos para posta-los, fiquem bem ligados e me deem um Feedback dos dias da semana que serão melhores para vocês