Capítulo 21 - Trancados no quarto

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POV Tauane

"Você não vai a lugar algum. Se você sair você não volta mais!" - Disse segurando seu braço tentando conter um cara que acabou de ameaçar a vida de alguém. Se fosse um tempo atrás eu poderia até pensar que era só uma expressão ou modo de falar, mas o cara se transforma em um lobo. Eu duvidei dele e ele provou ser real. Então se ele falar que vai voar, se teletransportar ou fazer soltar teia pela mão como o homem aranha eu acredito. Eu virei uma completa crédula de qualquer coisa que ele disser. Quem dirá uma coisa simples que qualquer um é capaz de fazer como matar alguém. Eu é que não quero testar esse lado dele agora.

"O que?! Eu não posso voltar aqui se eu for matar ela? - Esse cara... e eu aqui igual uma idiota trancada com ele...

"Não. Você não vai poder voltar... Eu nem volto a olhar na sua cara. Você não pode tratar a vida de alguém como se fosse algo tão banal assim" - Eu sou médica, eu salvo vidas eu não as tiro. Mesmo não sendo eu quem iria mata-la mas eu saberia que foi por culpa minha. Eu também seria responsável ou ainda cúmplice de assassinato se permitisse 

"Ela te machucou! Você acabou de falar! Ela precisa aprender o seu lugar..." - falava o Tayler todo alterado. Seu olho parecia diferente...

"Eu não sou contra ela ter uma lição não. Mas não acho que precise ser assim... Nem acho que precisa vir de você a punição... Talvez se eu desse nela os mesmos chutes e soco já estariam bom..."

"Ela também te chutou? Ela vai morrer hoje!" - Então ele se levanta da cama e vai em direção a porta e eu no desespero corro para impedi-lo de sair colocando meu corpo na frente da porta

"Sai da frente." - Eu não só não sai como também peguei a chave da porta tirando de algum lugar uma coragem que eu nem sabia que tinha - "Amor, por favor, sai da frente..." - disse o Tayler em um tom cansado

"Não!"

"Amor... Você não entende a gravidade disso! Eu sei que isso tudo é novo para você mas você não é apenas a minha companheira mas também é a Luna dela. Ela desrespeitou a matilha inteira fazendo isso. Ela merece no mínimo ser torturada e depois morrer. A morte como punição é uma pena misericordiosa" - e com isso eu sinto um arrepio percorrer meu corpo todo

"Eu que fui agredida não me ofendi tanto assim... porque outros ficariam ofendidos. Ninguém me conhece... Só você."

"Todos já te conhecem. Eu fiz o comunicado geral. E mesmo que fosse só eu... Você não tem noção do quanto eu estou me controlando aqui. Por favor sai da frente e abre a porta"

"Eu não vou sair! Você não vai sair também pode se acalmar aqui dentro!" - então eu coloco a chave dentro do sutiã e então ele sorri

"Você acha que eu não teria coragem de pegar a chave dentro do seu sutiã? Isso seria um prazer para mim. Mas eu também posso simplesmente derrubar a porta e sair"

"Se você derrubar a porta e sair eu terei que dormir sem porta. Você já se perguntou porque eu estou trancando a porta agora? Por que a Helena e a Katy ficam invadindo o nosso quarto"

"Foi assim que isso aconteceu? Ela veio aqui e fez isso com você?" - O olhar de culpado e a resistência em dizer com palavras o que aconteceu comigo ontem já mostrava a dor que ele estava sentindo mas se isso o fizesse entender que não poderia derrubar a porta por mim tudo bem. Eu posso insistir mais nisso e detalhar um pouco o momento

"Sim... ontem ela invadiu aqui e ficou tentando me insultar  com alguma coisa que não vem ao caso agora... mas ela não conseguiu pois eu retruquei tudo. Eu acho que irritei demais ela ontem então ela me deu um soco no estomago... eu cai sem ar no chão e disse mais algumas gracinhas para ela. Ela não aguentou muito e me chutou algumas vezes... Por isso você não pode derrubar a porta. Eu preciso dela trancada... me sinto mais segura e a vontade" - a cada palavra minha parecia que ele ficava cada vez mais alterado. 

Raptada por um AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora