𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, 𝘷𝘦𝘪𝘨𝘩.

𝘊𝘐𝘜́𝘔𝘌𝘚.

Thiago e Iza estavam juntos há quase um ano, e o relacionamento deles era cheio de companheirismo e carinho. Os dois tinham uma conexão especial, compartilhavam interesses e adoravam a companhia um do outro. Mas, como em qualquer relacionamento, havia pequenos desafios. O principal deles, ultimamente, era o ciúme.

Iza sempre fora um pouco ciumenta, e embora confiasse em Thiago, certas situações mexiam com ela. Thiago, por sua vez, era carismático e sempre atraía a atenção, especialmente em festas e eventos sociais. Era alguém naturalmente simpático e conversador, o que algumas pessoas, às vezes, confundiam com interesse.

Numa noite de sábado, os dois foram convidados para a festa de aniversário de um amigo em comum. A festa era em uma casa grande, cheia de luzes e música alta, e estava lotada de pessoas. Thiago e Iza chegaram juntos, de mãos dadas, e tudo parecia ótimo. Eles riram, conversaram com amigos e estavam se divertindo, como sempre faziam quando saíam juntos.

Porém, à medida que a noite avançava, algo aconteceu que mexeu com o humor de Iza. Enquanto Thiago estava no balcão pegando bebidas para os dois, uma garota que Iza não conhecia se aproximou dele. Ela observava à distância, e o desconforto começou a crescer. A garota parecia animada, sorrindo demais e tocando o braço de Thiago enquanto conversavam. O sorriso de Thiago, sua postura relaxada e a maneira como ele ria das piadas da garota fizeram com que uma onda de ciúmes tomasse conta de Iza.

Ela ficou parada por alguns minutos, observando de longe, tentando decidir o que fazer. Parte dela sabia que Thiago jamais faria algo para desrespeitá-la. Mas ver aquela garota, claramente interessada, agindo de forma tão desinibida, fez com que Iza se sentisse insegura.

Thiago, alheio à tempestade que estava se formando na cabeça de Iza, continuava sendo simpático com a garota, sem perceber suas intenções. Quando finalmente voltou com as bebidas, ele notou o semblante fechado de Iza. Ela o olhava de uma forma que ele não via com frequência.

— Aqui está sua bebida — disse ele, com um sorriso, tentando manter o clima leve.

Iza pegou o copo, mas sem dizer uma palavra. O silêncio dela o incomodou imediatamente.

— Está tudo bem? — perguntou Thiago, inclinando-se um pouco para tentar entender o que estava acontecendo.

Iza, sentindo a raiva e o ciúme borbulhando dentro de si, respondeu com uma voz contida:

— Tudo bem? Você está me perguntando se está tudo bem depois do que eu acabei de ver?

Thiago ficou confuso, sem entender aonde ela queria chegar.

— Do que você está falando? — perguntou, sinceramente sem saber a origem da frustração dela.

Iza respirou fundo, tentando manter a calma, mas a imagem da garota sorrindo e tocando o braço de Thiago ainda estava fresca em sua mente.

— Aquela garota que estava falando com você no bar. Ela estava claramente dando em cima de você, e você nem percebeu. Ou pior, percebeu e não se importou.

Thiago arregalou os olhos, surpreso com a acusação.

— Iza, calma. Ela só estava conversando. Eu nem sabia quem ela era, ela só apareceu do nada. Não foi nada demais, eu juro.

Mas Iza, ainda incomodada, balançou a cabeça.

— Sério, Thiago? Ela estava praticamente se jogando em cima de você, e você ficou ali, rindo e conversando como se nada estivesse acontecendo! Você não percebe como isso me faz sentir?

Thiago começou a entender a profundidade do que ela estava sentindo. Ele sabia que Iza era ciumenta, mas não havia percebido que aquela situação a teria afetado tanto. Ainda assim, ele queria evitar que aquilo virasse uma briga maior do que precisava ser.

— Eu realmente não notei, Iza — respondeu ele, agora mais calmo. — E mesmo que ela estivesse tentando alguma coisa, eu não dei bola. Eu estava só sendo educado. Você sabe que eu não tenho interesse em mais ninguém além de você.

Mas as palavras não foram suficientes para acalmar Iza. Ela olhou para ele, ainda frustrada.

— Às vezes, você é educado demais. E isso faz parecer que você não vê quando outras garotas estão te dando em cima. E, Thiago, eu me sinto mal quando você não percebe isso. Eu não quero ser a namorada ciumenta que reclama de tudo, mas eu também não quero ficar quieta enquanto outra pessoa tenta algo.

Thiago suspirou, percebendo o quão importante aquele assunto era para ela. Ele se aproximou, colocando a mão gentilmente no braço de Iza.

— Eu entendo, Iza. E me desculpa se fiz você se sentir assim. A última coisa que eu quero é que você fique insegura por minha causa. Eu preciso prestar mais atenção nisso, eu sei. Mas você também precisa confiar em mim. Eu nunca faria nada que pudesse machucar a gente.

Os olhos de Iza suavizaram um pouco, mas ainda havia uma pequena nuvem de insegurança ali.

— Eu confio em você, Thiago. Só que às vezes é difícil ver outras pessoas se aproximando de você desse jeito. Eu só quero que você seja mais atento a isso.

Thiago assentiu, percebendo que essa era uma preocupação válida.

— Eu vou ser, prometo. Mas, por favor, me avise quando algo assim te incomodar na hora, ok? Não quero que você fique guardando esses sentimentos até que eles explodam. Eu quero que a gente sempre converse sobre essas coisas.

Iza respirou fundo e finalmente sorriu, ainda que de forma tímida. Ela sabia que Thiago estava sendo sincero, e isso a confortava.

— Eu vou tentar. Desculpa se fui dura demais agora.

Thiago riu e deu um beijo na testa dela.

— Não precisa pedir desculpa. Eu só quero que a gente fique bem.

Os dois se abraçaram, sentindo o alívio de terem resolvido a situação antes que ela se tornasse maior. A festa ainda rolava ao redor deles, mas, naquele momento, tudo o que importava era a conexão que tinham um com o outro.

Iza sabia que o ciúme era algo com o qual ela ainda precisaria lidar, mas também sabia que Thiago estava ao lado dela, disposto a ser compreensivo e a melhorar. E, para Thiago, o mais importante era que eles pudessem enfrentar esses desafios juntos, fortalecendo o relacionamento a cada passo.