Foi exigido um tempo pela Gran-Gran Seraphim, os demônios estavam em seus aposentos, Charlie ditava algumas coisas, já que Lúcifer estava em outra parte do lugar, em uma alcova, o estranho era que parecia conversando, imaginaram que era só uma maneira de arquitetar um plano
Porém, ele conversava com a sombra de Alastor, noticiando ele sobre o que estava acontecendo
— Sim, tudo está indo conforme o planejado, nada saiu dos trilhos, pelo menos por agora – Lúcifer contava os acontecidos para o moreno
— Que bom, tudo está muito bem posicionado aqui, por mais estranho que seja, odeio ficar sozinho no hotel, esse lugar costuma ter muito movimento, aqui mesmo da minha torre, sempre fui acostumado a ouvir os berros e risadas dos meus...amigos – Ouvir isso da voz do radialista foi um tanto que inesperado, mas desde quando era vivo, a única pessoa que contava seus sentimentos era para o Rei do inferno
— Querido, você está meramente fazendo amigos, é totalmente normal – Novamente, como na época do seu romance em Nova Iorque, falava com o rapaz como se fosse uma criança
— É, entendo, mas então, ela deve estar te pressionando muito, não é? – Retornou o questionamento da situação, o locutor estava bastante preocupado afinal não era bom estar em uma espécie de Guerra Fria e ainda presente no território do opositor
— A Gran-Gran é uma pessoa malcontente, sempre foi, mesmo que não tenha sofrido nada e pelo contrário, viveu uma vida longa e próspera, respeitada por todos e é tida como a matriarca – Lúcifer nunca entendeu aquela mulher, teve tudo nesta vida e não parecia grata por isso
— As pessoas mais frustradas são as que tiveram de tudo, pois sempre querem mais que isso – Um ditado que Alastor ouvia de sua mãe, direcionada aos ricos que viviam em Nova Iorque naquela época
— Boa frase, e então já que está tudo pronto, depois que tudo acabar você não quer sabe...sair comigo, eu conheço um bom restaurante e seri- – Foi interrompido
— Mas é claro que eu vou – O radialista tenta esconder seu entusiasmo mas a sombra logo entrega
— Hum, então...tá certo, tá combinado – Lúcifer cora como um adolescente falando com sua paixão de escola
— Sei que tudo acabará bem, porque é você que está no controle – A sombra bate no peito, e como era totalmente controlada pelas emoções do radialista, significava que sentia orgulho, orgulho do homem que amava
— Oh, meu bem, obrigado, espero estar com você em poucos dias – Ele dá um beijo lançado ao ar, a sombra toca em seu peito, bem perto do coração, e some
Um dos Seraphins avistou tudo, um ponto fraco, Lúcifer era infiel a Lilith e ainda era um invertido, se já havia cometido pecados, só precisariam de mais deles
— Senhora! Senhora! Não irá acreditar! – O Seraphim se aproxima da matriarca
— Pois diga, garoto – Não esboça nenhuma reação significativa embora estivesse ansiando uma notícia que colocaria seu lado em vantagem
— Lúcifer foi infiel com Lilith e além disso, o amante é um homem – O rapaz sorri, buscando talvez a aprovação
— Obrigada, cavalheiro, façam com que este garoto receba uma gratificação por sua ajuda – A mãe dos Seraphins tinha um plano, que mal sabia ela, tinha um erro terrível
A nova audiência seria no dia seguinte, A Gran-Gran Seraphim decidiu que, pelo visto, seria melhor para as duas partes — no caso a parte dela — que tivesse esse tempo extra para pensar
— Estou indo para um lugar, os vejo mais tarde! Curtam o céu! – Antes mesmo que pudessem dar um tchau, o alado abriu suas plumas e voou até a baía
A parte escura em específica, longe do porto que recebia os ascendidos, aonde a luz divina menos tocava, aonde havia um pardieiro de uma casa antiquada, caindo as pedaços
Pousou na pequena faixa de areia, se direcionando ao pequeno casebre, batendo na velha porta, ficou lá esperando uns bons minutos
— Esse velho nem deve estar mais vivo, devem tê-lo matado, tendo em vista ao poder ditatorial que o céu anda impondo – Falou para si mesmo, talvez se culpando, pelo fato de que se não tivesse feito o que tinha feito, o impuro não teria morrido
— Do que está falando, garoto? – O velho abre a porta, falando mais do que da última vez, com uma aparência bem mais surrada devido aos bons milênios passados
— Espera, te permitiram viver? – Lúcifer ficou intrigado, achou que devido as lendas talvez já tivessem vindo o procurar, e bom, sumir com ele de vez
— Ah, rapaz! São covardes como ratos! Eles temem a parte da onde a luz divina não toca, não me surpreende o fato que não descem ao inferno sem proteção devida – Pela primeira vez, o Impuro teve uma conversa natural com ele
— Acho que sim – O arcanjo estava ainda meio surpreso com a mudança de personalidade do velho, pensou que talvez fosse pelo menor consumo do fruto, já que estava muito longes das macieiras que nasciam em território divino, onde luz ilustre tocava no solo
— E então, veio aqui por quê? – O anjo idoso perguntava, as vezes dava até alguns movimentos involuntários estranhos, como piscar o olho rápido demais, consumir a maçã foi bem prejudicial para ele
— Eu só gostaria de saber sobre o que vai acontecer, o que ocorre se eu ganho? – Ele tinha que saber de certas coisas, o Impuro era o único que responderia, mesmo que de maneira vaga
— Liberdade através de ruína – O Impuro novamente retorna a sua personalidade excêntrica
— Ruína do poder celeste? – O rei questiona, pois apenas pensava ser isso
— A ruína para os que estão no meio, mas não os afetará – Parecia não falar nada com nada
— Hum? – Estava mais confuso do que peixe fora da água, o arcanjo caído ouvia cada frase, pensava, e retornava a não entender nada
— Os afetados, cima e baixo, serão raciocinados com clareza – Finalmente Lúcifer pôde entender, e se desesperou no mesmo instante
— Você...está...descrevendo o Apocalipse? – Quando isso clareou em sua mente, pela primeira vez na vida, sentiu medo - E se...eu por acaso, perder?
— Obliteração completa do povo de baixo pelo povo de cima – Ele não estava falando de um extermínio comum, mas extinção completa
Céu e inferno era o calcanhar de Aquiles de um e do outro, não havia ganho ou perda, e o que acontecesse, iria iniciar eras sombrias
Lúcifer se encontrava num dilema, enfrentar um possível apocalipse ou a extinção de todo o povo infernal, sentia ira com tudo isso
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EITA GENTE, NESSE ÚLTIMO PARÁGRAFO EU TIVE UMA IDEIA FODA DO NADA
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Até o último resquício de meu ser-Radioapple
FanfictionSe ele sempre me acompanha, porque não o acompanhar?