Ser filha de Jhonny Lawrence não era algo que Helyna Lawrence adorasse contar para qualquer um, ela tinha um pai alcoólatra sem rumo na vida e com certeza ela não aceitaria ter o mesmo destino que ele.
A rotina era pacata e sem diversão alguma, apen...
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Os cobras estavam no dojo treinando junto do sensei Kreese, Helyna desferia os golpes com certeza e precisão no ar mas sua mente estava em outro lugar, mais especificamente, em um certo alguém chamado Miguel Diaz que se encontrava no hospital, era difícil assimilar todas as informações de uma vez.
Era difícil engolir a conversa que teve com Samantha naquele mesmo dia.
- Turma, temos visita - ele avisa mas Helyna já sabe de quem se tratava pessoa.
- O que acha que está fazendo? - jhonny estava indignado com aquela traição, mas não surpreso.
- O que parece? Ensinando meus alunos.
- Seus alunos?
- Você deixou eles quando mais precisavam, alguém tem que ensinar eles a vencer.
Jhonny tentou chegar no Kreese mas Helyna deu o primeiro passo da direção dele, sendo seguida pelos outros alunos do dojo.
- Vai embora - pediu forçando a voz a não falhar.
- Depois de tudo que eu fiz? Até você Hely..
- Não me venha com sermão, não agora - ela interrompeu - Compaixão é fraqueza, e eu quero ser forte.
Helyna caminhou pela calçada despreocupadamente com a bolsa pesada nas costas, com a mente a milhão tentando a alertar sobre suas próximas ações, assim que chegou na praia, viu jhonny sentado na areia, bebendo, não podia estar menos surpresa, era claro que ele iria beber, o álcool sempre foi o refúgio dele.
Assim como Miguel era o dela.
Jhonny levantou quando a Lawrence estava a alguns passos dele e se virou, uma expressão surpresa tomou conta do rosto apático do homem que logo voltou a sentir raiva de si mesmo, não queria que sua filha o visse daquela forma de novo mas já tinha falhado tantas vezes, com ela, com Robby e agora, com Miguel, que já não fazia mais sentido tentar ser melhor.
- Não faça isso - Hely alertou, com a voz calma - Você precisa encarar as coisas de frente, eu sei que é difícil, mas tem sido difícil a muito tempo para mim. Eu nem chorei, o Miguel tá no hospital correndo risco de morte e eu nem chorei, nem consigo chorar por ter medo de ser fraca - ela riu em escárnio enquanto jhonny se mantinha calado ouvindo com atenção cada palavra da filha- Então me desculpa, ok? Você é um bom sensei, mas o que eu preciso agora é de um mau sensei, e só o Kreese pode me proporcionar isso.
As semanas continuaram se passando normalmente enquanto Miguel estava em coma no hospital, para a Lawrence, os dias pareciam estranhamente normais demais até que um dia pode se lembrar que os dias só eram especiais com ele, tudo que fazia ou compartilhava com Miguel se tornava especial para ela, e agora, não tinha mais ele.
Helyna deixou a bolsa ser revistada se forçando a não revirar os olhos com toda aquela balela, se algum aluno quisesse entrar com uma arma perigosa, ele daria um jeito e entraria tendo aquela segurança ou não, e além do mais, não precisava daquilo quando se tinha o caratê ao seu favor.
