Capítulo 35 ⚽️

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RICHARD RIOS ⚽️

— Melissa — grito, ouvindo tudo começar a apitar e Melissa adormecer.

Enfermeiros me empurram para a parede enquanto vejo mais sangue na mesa do que deveria. Na mesma hora, sinto um desespero pelo risco de perder a mulher que amo.

— Preciso cuidar da bebê, senhor... — A pediatra pede minha filha Cecília, que está acomodada em meus braços. — Senhor Montoya...

Eu a entrego e depois sou conduzido para fora. Nasceram minhas duas filhas da maneira mais atrapalhada de todas. As duas precisaram ir para a incubadora, mas quase perdemos a Luiza, uma vez que chegou ao ponto de ser necessário colocar um respirador para que ela vivesse. Porém, agora estou em risco de perder a minha Melissa.

Eles me encaminham para a recepção e encontro os meus amigos.

— Irmão! — Piquerez se aproxima e o abraço forte, sabendo que está comigo neste momento difícil. — Como está a Melissa? E as crianças?

Respiro fundo antes de dizer:

— As gêmeas nasceram, mas uma delas, a Luiza, vai precisar de mais cuidados. Cecília está saudável

— E a Melissa? Como ela está? — Camila insiste na pergunta enquanto acaricia a barriga de 7 meses.

Nem da pra acreditar que a Melissa engravidou depois da Camila, e ainda conseguiu dar a luz primeiro. É apenas 4 semanas de diferença uma da outra.

— Eu não sei — afirmo, quase chorando de desespero. — Eu só sei que não posso perder a mulher que amo.

Endrick e Veiga também me abraçam para me confortar, enquanto Bruna e Gaby ficam com a Camila. Nós ficamos horas esperando pelo fim da cirurgia. O tempo passa, e como as duas estão abaixo do peso, não permitem visitas, exceto pelo pai que sou eu.

A minha loucura é que ainda estamos sem notícias da Melissa. Depois de quase doze horas de cirurgia, a médica nos chama.

— Como ela está? — pergunto de uma vez.

— Foi complicado. A senhorita Belmonte teve uma grande hemorragia depois do parto, mas depois de muita dificuldade, conseguimos conter. Ela ficou na UTI, mas vou liberá-la, dependendo da sua evolução.

Rapidamente me ajeito, colocando a roupa protetora para ir ao local. A Camila se oferece para revezar nas visitas e somente nego, até porque ela está grávida. Ela aceita, mas quem fica no primeiro momento sou eu. Demoram algumas horas para permitirem que eu entre; só de ver o seu rosto, sinto um alívio descomunal. Seguro em sua mão e somente a beijo, esperando que acorde. Horas se passam, já está de dia e eu ainda não dormir, velando seu sono.

Então, ela abre os olhos.

— Onde é que estou...

— Melissa. — Me levanto, deixando um beijo casto de seus lábios. — Graças a Deus, você acordou.

— Richard, e as nossas filhas? — pergunta, passando a mão na barriga, que agora não é mais a mesma. — O que aconteceu com a Luiza?

— Primeira coisa, senhorita Belmonte: você não pode ficar falando.

— Eu estou preocupada...

— E segunda: a Luiza teve mais dificuldade de respirar, mas está na incubadora, junto com a Cecília. No entanto, ela precisou ser entubada, mas...

— Meu Deus.

— Calma, meu amor. – beijo sua testa — Assim que for permitido, vou te levar para vê-las. As duas. – Ela sorri.

— Eu quero muito ver os nossas filhas.

Afasto-me para falar que Melissa despertou e, rapidamente, as coisas começam a entrar no eixo. Aviso aos nossos amigos que a Mel está bem, mas que não pode receber visitas. Todos mandam estima de melhoras para nós.

Mando uma foto das meninas para o grupo da minha família e todos começam a me parabenizar.

— Oi. – ouço a voz do James

O que esse desgramado faz aqui?

— O que faz aqui?

— Eu vim ver a Mel, como ela está?

— Está bem. Não pode receber visitas. – digo

— As meninas estão bem? Nascerem prematuras, será que não prejudicou muito? – falou preocupado

— Elas estão bem, graças a Deus.

— Richard, eu só quero que saiba que eu amo demais essas crianças. Antes mesmo de você ama-las, eu já amava. Só peço, por favor, que não me impeça de vê-las. Eu não quero nada com a Melissa, a não ser a amizade. Eu amo ela como uma irmã, jamais tiraria ela de você. Torço muito para que vocês deem certo. Eu tô com a Nicole agora, então não precisa se preocupar. – falou

Puta que pariu!

Parece que um caminhão saiu das minhas costas. Vocês não tem noção do alívio que eu senti ao ouvir tudo isso. Mas o que mais ficou na minha mente foi a seguinte frase:

"Antes mesmo de você amá-las, eu já amava."

Isso foi como um murro na minha cara. Eu de verdade entendo agora que eu não tenho o direito de afastar ele das minhas filhas, porque no início ele fez mais por elas do que eu, que sou o pai.

— Pode deixar, irmão. Quando elas forem liberadas para receber visita vou te ligar. – falo

— Obrigado, Rios. – tu agradeceu.

A Patricinha e o Jogador - Richard Rios Onde histórias criam vida. Descubra agora