01. Início

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Vietnã, 05 de Setembro de 2026 às 23:53

Chanyeol entrou naquele galpão abandonado com o rifle empunhando. Por suas temporadas escorriam um suor frio, seus passos eram cautelosos e sua mão era firme, isso apenas por conta de seu trabalho. Por dentro seu corpo derretia com pânico, seu coração batia tão rápido que seu corpo poderia desabar a qualquer momento com o mal estar. 

Estava em pânico.

Ouviu os passos arrastados se aproximando, o coturno sendo arrastado no chão arenoso e, com certeza, sabia quem era o responsável por aqueles passos incertos e descuidados. Conforme o confronto se aproximava, Chanyeol ficava ainda mais nervoso, ouvindo os fungares baixos e o choro dolorido.

— Amor, vamos pra casa… — pediu, em seu interior quase suplicou — Me diz onde você está e vamos pra casa… — sussurrou.

Ouviu os passos arrastados novamente, aquele barulho de passos na terra lhe dava arrepios, lembrando de uma época a qual não gostava.

O lugar estava escuro, iluminado parcialmente por uma luz avermelhada, talvez fogo ou talvez luzes de emergência, era difícil saber. Era difícil saber se o galpão daquela fábrica abandonada estava quente, pois seu corpo tremia com o frio, o medo do que poderia acontecer.

E Chanyeol sabia, nem mesmo na guerra havia se sentido assim antes.

— Por favor… — sussurrou mais uma vez para si mesmo.

Andava lentamente pelo galpão abandonado, olhando ao redor os antigos silos, pensando onde eles estavam escondidos, esperando encontrar Baekhyun bem e em segurança. 

— Você é um filho da puta! — ouviu as palavras sendo gritadas e logo depois um grito alto de pura frustração.

Chanyeol congelou, parou no meio daquele lugar, cercado pelos silos da antiga fábrica de farinha de milho.

— Como eu pude ser tão idiota? — ouviu novamente, mas dessa vez o som foi acompanhado da silhueta tortuosa do Byun, aproximando devagar, com passos arrastados.

O garoto segurava um revólver nas mãos trêmulas, apontando-o para o Park.

Chanyeol engoliu em seco, suando ainda mais. Sabia que ainda que trêmulo, Baekhyun o acertaria perfeitamente, afinal, foi ele quem o ensinou.

Amor…

— Há anos você vem me mantendo preso naquela fazenda, me dando desculpas para não sair. Se dizendo preocupado comigo, se dizendo me proteger… — soltou um riso de escárnio, balançando a cabeça para os lados — Me proteger de quem, Chanyeol? O assassino sempre foi você. Achou que eu nunca descobriria?

— Me perdoe. Era um trabalho. Mas eu jamais machucaria você.

— Chega de mentiras. Chega! Eu sempre quis me vingar do assassino dos meus pais, eu não sabia que seria tão fácil, não sabia que era o homem que dormia do meu lado. — gritou irritado, entre lágrimas.

Chanyeol concordou e suspirou, largando seu rifle e ajoelhando-se no chão, em frente ao Byun.

— Eu entendo. No fundo eu temia que esse dia chegasse. Mas eu aceito. O ensinei pra isso, não foi?! Então só… acaba logo com isso…

Chanyeol fechou os olhos, abaixando a cabeça e aguardando.

O som alto do tiro foi ouvido ao longe, fazendo Junmyeon, que corria em direção ao galpão, sentir suas pernas congelarem, o derrubando contra o chão quando ouviu os disparos.

Seu coração parecia prestes a pular do peito. Sabia que algo havia acontecido com seus meninos.

Talvez fosse tarde demais.

Hong Kong, 25 de agosto de 2020 ás 22:46

— Tudo pronto. Alvo na mira. — disse o Park, ajeitando o fone em seu ouvido e logo depois olhando mais uma vez pela mira de seu rifle.

Estava vendo com exatidão, cem metros à frente, o presidente Byun e sua esposa na sala de reuniões.

— Você não terá duas chances, lembre-se disso. 

Chanyeol bufou ao ouvir o chefe, principalmente pelo tilintar impaciente da bengala de Zitao batendo contra o chão. Sabia que muito além de eliminar aqueles vermes que não fariam falta alguma ao mundo, ele queria uma vingança pelo tiro que recebeu no joelho décadas antes.

— Tem mais algumas pessoas no prédio. Estão chegando pra reunião.

— Elimine todos. Se sobrar um, continuarão com essa empresa de merda. Você sabe o que eles realmente fazem, sabe o que pessoas como eles fizeram com sua irmã…

— Cale a boca! — disse entre dentes — E faça o meu pagamento antes, sabe que não me verá novamente após esse trabalho.

— Tsc, eu sei porque te chamam de fantasma, Park. Não foi nada fácil achar você para esse trabalho. — riu — Dois minutos, a reunião já vai começar. Lembre-se Park, esse é um código vermelho.

Chanyeol bufou, olhando pela mira os homens em ternos caros entrando na sala.

— Quarenta e cinco para todos estarem na sala. Não recebi meu pagamento ainda… — disse e ficou aguardando na linha, recebendo um sinal em seu smartwatch antes que o tempo acabasse — Tem, alguém que não estava no planejamento…

A voz de Chanyeol saiu quase como um sussurro, um pensamento alto.

Eram apenas quinze segundos, mas a cena diante de seus olhos parecia em câmera lenta. 

O garoto sorridente e um pouco deslocado entrou na sala adjacente do prédio, vestindo calça jeans rasgada e jaqueta de couro. Possuía um lindo sorriso tímido e uma franja que denunciava que ainda estava na escola. A mente do Park o trouxe a recordação de semanas atrás, vendo o garoto na livraria da esquina, quando estava verificando a área.

— Park, está na hora. Três, dois…

Chanyeol voltou seus sentidos ao trabalho e o fez com precisão, com menos de um minuto disparando cinco balas, abatendo todos os sete presentes na sala de reuniões.

— Elimine todos. 

— O trabalho está feito. — foi firme.

— Todos. — repetiu mais uma vez, então Chanyeol entendeu. 

Pode ser que ele não estivesse planejando matar aquele garoto, mas Zitao estava. Talvez ele mesmo tivesse o atraído até aquele local.

O garoto estava ajoelhado sobre o chão, com as mãos nos ouvidos, os tiros foram tão precisos que nem houve tempo para muitos gritos, mas talvez ele estivesse imaginando o que aconteceu na sala ao lado, quando os corpos de seus pais caíram ao chão com aquele som característico de ossos batendo no assoalho.

Ou talvez porque uma grande quantidade de sangue escorria por debaixo da porta.

— Eu não vou matar o garoto. — disse com um sorriso, quase debochando.

— Faça isso agora! — Chanyeol pode ouvir a batida da bengala no chão, denunciando a frustração do mais velho — Eu te disse que tipo de missão era, Park. Acabe com todos.

— Quanto tempo eu tenho? Quanto tempo até outro agente chegar no prédio?

— Menos de dois minutos. — disse entre dentes, já sabendo o que ele faria — Se meus homens chegarem primeiro, você estará morto.

— Se eu chegar primeiro, então você nunca mais nos verá. Nem o garoto ou a mim. — disse, colocando sua arma nas costas.

— Então agora é uma caçada, Park.

Notas:

Eu nem sei dizer pra vocês qual o gênero dessa fanfic. Um romance? Um mistério? Um Dark Romance? Não sei kkkjkk eu fiz todo um plano ela, mas o tempo pra escrever está me complicado, no perfil tem o link de alguns posts que fiz no Bsky contando sobre.

Essa fanfic eu comecei quando o Chanyeol tava no exército, por isso a capa é essa e desenterrei agora por causa de The Frog. Se vocês gostarem eu continuo, ela vai ser curta. 3 ou 5 capítulos. Se não gostarem, eu deleto e finjo que nunca aconteceu kkkkkkkk

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