05. Faz de conta

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China, 29 de agosto de 2026, às 19:43.

Chanyeol entrou na parte de trás do furgão. O equipamento estava pronto para a missão de campo.

Já havia desmontado e montado suas armas diversas de vezes, desejava ser tão inteligente quanto Junmyeon e talvez, só talvez, pudesse fazer algo melhor do que esperar.

Segurou uma das blusas de Baekhyun em suas mãos, sentindo o cheiro do garoto ainda no tecido e naquele momento sentiu lágrimas escorrendo por seu rosto como há mais de dez anos não acontecia.

Desejava que seu garoto não tivesse sido tão ingênuo ao ponto de se afastar da casa naquela tarde de vinte e cinco de agosto.

Desejava que mais uma vez Junmyeon tivesse voltado da cidade e usado o código que tinham para dizer que estava tudo bem.

A casa de fazenda era afastada de tudo e todos, hectares de distância da próxima fazenda e quilômetros e mais quilômetros da próxima cidade.

A cada dois meses Tio Jun ia com a caminhonete até a cidade, onde fazia as compras para a casa, tudo aquilo que não tinham como colher da própria terra, e também verificava os equipamentos em seu galpão.

Haviam muitos bloqueadores de sinal e detectores de presença ao redor da propriedade, aqueles equipamentos não eram para monitorar a segurança Baekhyun, mas sim se ainda estavam caçando Chanyeol, por onde andavam. Sabiam que achar alguém como ele era quase impossível, então Junmyeon desejava que eles desistissem em algum momento.

Sempre que voltava para casa, avisava ao Park qual era a situação.

Se ele lhe dissesse que a grama continuava verde como sempre, então saberia que poderia viver tranquilamente por mais dois meses, eles não o encontrariam naquele tempo. E por muitos anos essa foi a mensagem que o tio havia trazido.

Até que aquele junho de 2026 chegou, e então ele lhe deu um sinal amarelo, avisando que não haveria flores naquela primavera. 

Isso significava que eles, possivelmente, o encontrariam em breve, precisavam se preparar para o inevitável.

Foi então que em agosto Junmyeon  lhe disse que o verão seria rigoroso.

Chanyeol sabia, eles haviam chegado.

Coreia do Sul, 29 de agosto de 2020, às 13:57.

Chanyeol acordou o garoto com delicadeza. O ajudando a sair do carro e levando para dentro do quarto do motel.

Baekhyun não sabia de onde estava vindo todo aquele cansaço, mas seguiu dormindo por mais algumas horas depois de ser deixado na cama.

Percebeu ao acordar que aquela foi a primeira vez que dormiu de verdade nos últimos dias. Desde do dia que havia encontrado Park Chanyeol não havia dormido de verdade em nenhum momento.

Sentir-se inseguro, tinha medo do que poderia acontecer se dormisse pesado. Acordava o tempo todo ao longo da noite, com cochilos de menos de uma hora, era a mesma coisa que se manter acordado por três dias.

Queria acreditar que seu cérebro havia ficado tão cansado que apenas desligou, mas sabia que esse não era o motivo. Sentiu-se acolhido nos braços de Chanyeol. Sentiu-se seguro, por isso adormeceu.

— Está se sentindo melhor? — ouviu a voz rouca e direcionou seu olhar para a porta do banheiro, de onde saia o Park, secando os cabelos com uma toalha e vestindo apenas uma calça jeans.

— Eu não acredito que fui o único que comeu, dormiu e teve que fazer xixi em uma garrafa em trinta horas de viagem. — disse por fim, franzindo as sobrancelhas.

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