03. Vigia

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China, 25 de agosto de 2020, às 23:57

Chanyeol saiu da estrada assim que chegou na rodovia que havia marcado com Junmyeon, entrando em um caminho de terra e seguindo até a beira do rio que ali havia.

Desceu do carro e respirou fundo, seu coração batendo forte como nunca antes.

— Garoto, me dá seu cinto. — pediu impaciente.

— Meu… cinto? Tirar meu cinto? — perguntou um tanto assustado, fazendo o homem curvar os lábios em desgosto. — Não quero nada com você não, preciso fazer um torniquete no meu braço, já devia ter feito isso há horas. — bufou, vendo o garoto levar as mãos trêmulas para o cinto e o retirar.

Chanyeol enrolou o cinto no braço e apertou com força, usando os dentes. Só então avaliou o corte na perna, que havia ocorrido quando estava lutando nas escadas.

— Merda, vou sim precisar de pontos. Inferno. — resmungou.

— Eu quero ir pra casa… — pediu baixinho.

— Que casa, garoto? Você viu o que aconteceu lá? Sabe o que aconteceria se eu não chegasse a tempo? Garanto que com aqueles homens sua morte não seria rápida, provavelmente ainda estaria vivo quando eles estivessem cortando sua cabeça fora. Era isso que queria? — perguntou irritado, vendo o garoto negar com a cabeça, começando a chorar novamente.

— O quê…? O que está acontecendo? Meu pai pediu sua ajuda pra me salvar?

— Seu pai está morto, você sabe né? — pegou um cigarro no bolso de sua calça, o vendo um pouco amassados.

Estava estressado e precisava que Junmyeon chegasse o quanto antes. Antes que acabasse se arrependendo de ajudar o garoto e o esganasse. 

Acendeu o cigarro, dando algumas tragadas e fazendo uma careta.

— Odeio fumar, estamos na merda mesmo.

— Eu… vi que meus pais morreram. Mas você trabalhava com ele? Me diz o que está acontecendo.

— Vamos colocar assim: a cabeça da sua família está a prêmio. O mercenário que conseguir entregar primeiro ganha. Ganha muito bem. — suspirou — Eu achei que fosse apenas seus pais, pelas coisas que eles fizeram, eles até mereciam. Mas então descobri que a sua também estava no esquema e não achei justo, você ainda é um garoto. — Tragou o cigarro mais algumas vezes, passando a mão direita em seu cabelo raspado, impaciente.

— Eu tenho dezesseis anos. O que meus pais fizeram? Quem vai pagar pelo quê? Suas respostas foram completamente confusas e evasivas. — já não estava mais com medo daquele homem, estava com raiva por não ser respondido.

— Graças a Deus. — Chanyeol sussurrou, vendo o furgão de Junmyeon  se aproximando.

O mais velho rapidamente saiu do veículo e foi até o Park, o conferindo.

— Como se deixou levar um tiro, Park? 

— Foda-se isso. Cuide do garoto, eu preciso descansar. — Só então os olhos desviaram de Chanyeol para o SUV, vendo o adolescente dentro do carro.

— Tá, o kit de primeiros socorros está na parte de trás. — deu dois tapinhas no braço bom do Park e foi em direção ao carro. — Oi, eu sou o tio Jun. Tio daquele psicopata. — sorriu — Está com fome? — viu o garoto negar com a cabeça — Como se chama?

— Baekhyun. Byun Baekhyun.

O mais velho concordou.

— Baekhyun, aqui é muito perigoso. O que aconteceu mais cedo vai continuar acontecendo, eles não vão descansar. Quanto mais tempo demorar, maior o pagamento. Precisamos sair daqui. Trouxe roupas limpas para você, mas ficarão grandes, eu não sabia que você era tão pequeno.

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