Treze

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Meu reflexo no espelho me encara com desaprovação, como se estivesse julgando minha decisão. Suspiro e toco meu rosto lentamente. O que estou fazendo? Por que decidi ficar? Não era para eu estar aqui.

Mas como eu poderia dizer não? Ele me perguntou com aqueles olhos gentis, a súplica evidente em seu rosto. Ninguém pode me julgar, nem mesmo meu reflexo; ter o garoto que você gosta bem na sua frente, todo sexy, molhado, implorando para você ficar com ele, é demais. O efeito do álcool também não ajuda a fazer boas escolhas. Além disso, minha mãe não está em casa hoje, então não terei problemas.

Sacudo o cabelo úmido e o seco com a toalha. Já tirei a roupa molhada e coloquei uma camisa que Louis me emprestou antes de eu entrar no banho. Não acredito que estou aqui no banheiro do quarto dele. É como se eu estivesse invadindo sua privacidade. O banheiro é impecável, a cerâmica branca brilha. Tenho medo de encostar em alguma coisa e arruinar tanta organização.

Olhando para minha imagem no espelho, seguro a camisa de Louis tentando me cobrir o máximo possível. Por baixo, estou só com a cueca boxer dele, que fica boa em mim. Não podia recusar, era isso ou ficar molhado e pegar um resfriado. Eu me questiono se não deveria ficar trancado aqui dentro, mas sei que ele está me esperando. Louis não falou nada desde que viemos andando da piscina até o quarto. Ele me deixou usar seu banheiro, avisando que usaria o do corredor. Por alguma razão estranha, sei que já está do outro lado da porta.

Você pode sair, Harry. Ele prometeu não tocar em você. Se você não quiser...

Esse é o problema, eu quero. Tudo o que eu quero é beijá-lo de novo, voltar a senti-lo, mas sei que não devo. Por que tudo que é proibido sempre dá mais vontade de fazer? Por que eu aceitei? Por quê? Agora estou na toca do lobo. Determinado, abro a porta do banheiro e volto para o quarto.

O ambiente está à meia-luz, com apenas uma pequena luminária acesa. O quarto de Louis é grande e surpreendentemente arrumado. Meus olhos inquietos procuram por ele do outro lado do cômodo e o encontram sentado na cama, sem camisa, apoiado na cabeceira. Uma parte de mim esperava que ele já estivesse dormindo, mas Louis está acordado e tem uma garrafa de tequila na mão. Seus olhos encontram os meus e ele sorri.

— Você fica bem com a minha camisa.

Não sorri assim! Você não vê que desse jeito meu coração se derrete?

Devolvendo o sorriso, fico sem saber o que fazer.

— Vai ficar parado aí a noite toda? Vem cá.

Louis aponta para um espaço próximo a ele.

Hesito e ele percebe.

— Está com medo de mim?

— Lógico que não.

— Sei, sei, vem cá, então.

Eu obedeço, sentando na beirada da cama e deixando o máximo de distância entre nós. Ele ergue a sobrancelha, mas não diz nada.

— Que tal continuarmos jogando? — Ele ergue a garrafa, se virando na minha direção.

— O jogo da piscina? — pergunto, e ele assente. — Já está tarde, não acha?

— Você tem medo de jogar comigo?

— Eu já falei que não tenho medo de você.

— Então por que está quase caindo da cama? Você não precisa ficar tão longe. Eu fiz uma promessa, não fiz?

Sim, mas você disse que não me tocaria se eu não quisesse; o problema é que eu quero.

— Só para garantir.

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