Quase morremos (de novo)

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CAPÍTULO 15 P.O.V ANNABETH.

Assim que abro os olhos de manhã, tenho o pressentimento que hoje será um dia especialmente péssimo.

Os lençóis então úmidos de suor depois de uma noite turbulenta de pesadelos revivendo memórias (não tão) antigas e os arranhões da luta de ontem ainda ardem na pele. A lembrança do acontecimento me faz sentir um bocado de raiva de mim mesma.

Eu sinceramente não sei o que aconteceu, no meio do combate eu simplesmente travei, alguma coisa na expressão de Percy e a velocidade de seus ataques me paralisou e não consegui me defender depois daquilo. Realmente não sei explicar, me senti indefesa; de novo. Eu odeio essa sensação com todas as forças. É... aterrorizante.

Mas hoje é um novo dia então vamos deixar os problemas de ontem de lado e se frustrar com os problemas de hoje. Até porque, dias ruins se vão para que piores possam vir, não é mesmo?

Considerando o corpo dolorido, os pesadelos intermináveis e o balanço excessivamente incomum do navio, é de se imaginar que minha noite não foi nem um pouco agradável, então hoje vou me dar um pouco de descanso para me reorganizar. Para fazer isso começo pelo quarto, colocando coisas caídas no seu devido lugar. Eu não me lembrava o barco balançava assim.

Depois de terminar, troco para uma roupa confortável e minimamente boa para passar o dia: uma blusa verde claro de verão e um short branco um pouco justo na cintura e largo na coxa, além de deixar o cabelo meio preso. Logo saio do quarto, — que é, para o bem ou para o mal, bem semelhante ao meu quarto da minha casa — indo em direção ao salão onde tomaremos café da manhã e que é o mesmo do almoço.

...

Chegando no salão, sento em uma mesa qualquer e espero que Grover e Percy apareçam, mas apenas o sátiro entra no lugar, também parecendo meio cansado.

— Bom dia, Annabeth... Acho que o Percy vai tomar café mais tarde, ele tava capotado no convés, então o arrastei até o quarto dele. — Grover informa.

— Ele dormiu no chão do convés? — Pergunto um tanto surpresa ao que o sátiro apenas dá de ombros e se senta na mesa, pegando um cardápio e o folheando com indecisão.

Depois de alguns minutos, peço apenas um omelete de ovos com Bacon, um suco de amora (que a propósito é muito bom) e um pudim de chia com frutas vermelhas, já que, embora não esteja com tanta fome, é importante se alimentar bem de manhã. Já Grover pede um pudim de chia com manga, torradas veganas e suco de folhas, então logo começamos a conversar.

Ontem Grover não teve tempo de praticar com a flauta, então combinamos de deixar Percy tirando seu cochilo enquanto eu fico observando e dando apoio moral ao sátiro em sua prática individual, já que não tenho muito mais o que fazer.

Terminamos de comer e seguimos para a área do navio que tem um pequeno gramado e um jardim, facilitando no treino de Grover e impedindo que todo o lugar vire uma estufa gigante.

Sem muitas opções, me sento num banco e observo o sátiro pegar sua flauta e começar a tocar uma melodia. Não me perguntem como, mas ontem Grover achou vários bonecos em tamanho real feitos de plástico ou tecido com feno e os trouxe para fora. Estavam um pouco empoeirados mas não faria tanta diferença, então resolvemos usá-los para praticar golpes, já que se nem os funcionários daqui sabiam que os bonecos estavam ali, ninguém daria falta deles.

A música não é das melhores e me faz questionar as habilidades de Grover com a flauta, embora as plantas do jardim comecem a se mover de forma anormal quase instantaneamente. O sátiro toca mais algumas notas e uma raiz grossa e resistente sai da terra em direção ao boneco; um golpe que provavelmente deveria tê-lo atravessado, mas houve um pouco de falta de mira, a raiz errando por pouco. Sem mostrar desistência, Grover toca mais alto e o chicote de natureza mágica se prende em volta do corpo feito de plástico e o aperta até quebrá-lo ao meio.

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⏰ Última atualização: Sep 08 ⏰

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