cap1

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Em um mês a minha vida mudou drasticamente com o fim de um casamento de 5 anos, eu estava no fundo do poço e estava desesperadamente em busca de um novo emprego, pois deixei tudo para traz e fui morar com a minha tia. Eu tinha que começar a minha vida do zero, ter forças e esperança de que tudo melhoraria algum dia, a mudança não era apenas física; era uma tentativa de recomeçar minha vida e deixar para trás todos os fantasmas que me assombravam desde então.

Sentada no sofá da sala com o celular em mãos procurando vagas de emprego, pego o contato de uma agência de emprego aonde marco a entrevista para o dia seguinte. Eu me encontrava um pouco nervosa com a mente a  mil por hora com a sensação de que faria tudo errado. Já de manhã do outro dia me levantei cedo e fui até a agência aonde havia outras pessoas esperando para fazer a mesma entrevista pois a empresa possuía vinte vagas abertas. Me sentei e aguardei por volta de quinze minutos depois sou chamada para a entrevista aonde respondo todas as perguntas precisas, o nervosismo estava estampados em meu rosto, com as mãos inquietas e as pernas tremendo sutilmente, meus olhos estavam fixos na mulher sentada logo em minha frente, e por sorte a entrevista foi passada com sucesso, um suspiro de alívio escapa de meus lábios, a mulher agenda a visita na empresa para o próximo dia, saí de lá agradecendo a Deus por não deixar o nervosismo tomar conta de mim. Vou para casa e começo a preparar as coisas para o próximo dia, assim que minha tia chega em casa conto tudo para ela animada com essa nova etapa que estava prestes a começar em minha vida. No outro dia acordo me arrumo pego os documentos necessários para ir até a empresa, chamo um Uber e vou para a empresa, chegando lá aguardo na portaria por algum tempo junto com as mesmas pessoas que estavam na entrevista do dia anterior, tempo se passou e chamaram um por um para passar a catraca, nos levaram até uma salinha aonde sentamos e começaram a falar sobre a empresa os benefícios etc, sentei ao lado de um homem de cabelos escuros, pele branca, olhos combinando com o tom de seu cabelo e com alargadores nas orelhas, mas não dei muita atenção a isso já que meu foco naquele momento era prestar muita atenção em tudo que a mulher falava sobre a empresa e as vagas de trabalho. Depois de um longo tempo levaram quase todas as pessoas para conhecer a empresa ficou apenas eu, o cara do meu lado e o outro homem sentados na sala, ficou um silêncio levemente desconfortável por um certo período tempo, até eu e esse sentado logo ao meu começar a falar sobre algumas coisas, rimos muito e conversamos bastante. Alguns minutos depois fomos chamados para ver a empresa, colocamos um uniforme azul e seguimos a mulher pela empresa enquanto ela falava e falava e nos guiava pelos locais, confesso que não ouvia nada do que ela dizendo por conta do barulho que ecoavam pelas paredes e também por conta dos abafadores, saímos da empresa e trocamos de roupa para nossa roupa que estavamos usando assim quando chegamos, encontrei os mesmo homens que estavam comigo na sala onde esperamos anteriormente começamos a falar sobre como não escutavamos nada e apenas concordavam com oque a mulher falava e coisas assim, rimos muito e nos divertimos e percebi que talvez aquele trabalho não seria tão ruim quanto eu havia pensado. Fomos todos para a sala novamente aonde passamos pela segunda entrevista com os líderes da empresa, não sabia aonde e com quem ia trabalhar, mais torcia para que trabalhasse perto daqueles dois garotos já que consegui rir com eles oque eu não ria a anos, depois da entrevista e da ansiedade e pressão que foi, pegamos mais papel para correr atrás de documentos, o nome do cara de alargador era Nomar descobri quando foi chamado para entrar na entrevista, depois de horas dentro da empresa conversando sobre o emprego e algumas outras coisas além disso fomos liberados para ir para casa, ficamos na frente da empresa chamando um Uber , meu Uber estava a alguns minutos então me despedi do pessoal quando estava saindo para entrar no Uber o Nomar me chama de " urubu" oque me tirou uma risada sincera entro do Uber enquanto voltava para casa, aonde conto tudo mais uma vez animada para minha tia e minha prima que também vivia comigo, percebi que meu brilho estava voltando aos poucos, e agradeci por isso.

No primeiro dia de integração Ally estava nervosa. Ela havia se esforçado muito para conseguir aquela vaga, mas ainda sentia o peso da ansiedade e da insegurança. Durante a entrevista, ela mal teve tempo de respirar. A correria para resolver documentos e as formalidades do novo trabalho a deixaram exausta. No entanto, havia algo especial naquele lugar: um colega chamado Nomar, que parecia perceber sua aflição e tentava conforta-la o máximo que podia.

Nomar era o tipo de pessoa que iluminava o ambiente com seu sorriso fácil e seu jeito descontraído, as palavras que Nomar havia dito: "Você está parecendo um urubu vestido tudo de preto" não saia da mente, não por que me ofendi com isso, se não por que acheo engraçado e isso me fazia sorrir involuntariamente só de lembrar. Era a primeira vez em muito tempo que eu me sentia leve.
Eles conversavam sobre os desafios do trabalho e compartilhavam histórias sobre suas vidas como bons amigos, para mim, essas conversas eram como um bálsamo; eu me  sentia que estava se abrindo novamente para o mundo, algo que parecia impossível semanas atrás.

  Eu estava lutando contra uma depressão profunda. O caos em minha  vida parecia interminável, mas Nomar  trouxe um raio de esperança. Ele não sabia das batalhas internas dela, mas as pequenas interações começaram a fazer diferença. Quando ele a chamou de urubu, era como se ele estivesse dizendo: “Você é única e tem seu próprio jeito de voar.”

Com o tempo, as conversas evoluíram para algo mais significativo. Eles começaram a trocar mensagens fora do trabalho, discutindo não apenas projetos da empresa, mas também seus sonhos e anseios pessoais. Nomar sempre tinha uma palavra gentil para me oferecer e me fazer  rir nos momentos em que eu mais precisava.

Eu percebi que estava começando a gostar dele mais do que esperava. Era como se cada risada compartilhada estivesse quebrando as barreiras que eu mesma havia construído ao longo dos anos. Eu começei a entender que poderia ser vulnerável sem medo de ser julgada.

"Às vezes precisamos de alguém para nos lembrar de como é bom viver." Essa frase ficava fixa em minha mente a cada risada e loucura que fazíamos juntos. Eu comecei a compreender que minha vida não era mais um completo caos; era um espaço cheio de possibilidades e novos começos, e cada dia eu tinha mais e mais certeza disso.

between scars and promisesOnde histórias criam vida. Descubra agora