cap 2

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Era uma noite tranquila, e Ally e Nomar estavam juntos em uma pausa no frigorífico. O barulho das máquinas ao fundo era constante, mas eles tentavam relaxar um pouco. O dia estava cansativo, e ambos sentiam o peso da rotina.

Ally olhou para o relógio, suspirando ao perceber que o turno parecia não ter fim. A vontade de descansar em sua cama era forte, e ela se pegou imaginando como seria a vida fora daquele ambiente frio e agitado. Às vezes, ela se perguntava como era a rotina de quem não trabalhava ali.

Nomar também compartilhava desse sentimento. Ele desejava poder dormir por horas a fio, longe do cansaço acumulado. No entanto, havia algo que tornava tudo mais suportável: a amizade que estava se formando entre eles.

Apesar das dificuldades do trabalho, havia momentos de leveza que surgiam entre as tarefas. As histórias engraçadas de Ally e os sorrisos de Nomar ajudavam a aliviar a tensão do dia a dia. Eles encontraram conforto um no outro, mesmo em meio ao suor e ao esforço.

A amizade deles crescia a cada turno, tornando as longas noites mais leves e suportáveis. E assim, entre risadas e desabafos sobre o cansaço da rotina, Ally e Nomar descobriram que tinham um ao outro para enfrentar os desafios do
frigorífico.
Ally, com seu espírito alegre e uma risada contagiante, logo se destacou entre os novos colegas. Ela tinha um jeito de ver o lado positivo das coisas, mesmo nas situações mais difíceis. Nomar, por outro lado, era mais reservado, mas possuía um senso de humor afiado que frequentemente surpreendia aqueles ao seu redor. Quando os dois começaram a trabalhar juntos no mesmo setor, a ironia do destino os uniu de forma inesperada.
Sentados à mesa do refeitório da empresa, eu e Nomar compartilhávamos um jantar simples, mas reconfortante. O cheiro dos pratos quentes misturava-se com o aroma do café, criando uma atmosfera acolhedora em meio ao ritmo frenético do trabalho. Enquanto mastigávamos, as conversas ao nosso redor se tornavam um pano de fundo distante, e a troca de olhares entre nós revelava mais do que palavras poderiam expressar.

“Esse trabalho tá me matando”, comentei, soltando um suspiro profundo enquanto tentava encontrar uma posição confortável no banco duro. “nao aguento mais a dor nas minhas costas"

Nomar riu, mas sua expressão denunciava que ele também sentia o mesmo peso. “Eu sei bem como é",  forçando um sorriso que não conseguia esconder a fadiga acumulada.

A risada que se seguiu foi um bálsamo para nossas dores. Era incrível como momentos simples podiam aliviar um pouco da carga que carregávamos. No entanto, o cansaço logo voltou a nos envolver como um cobertor pesado. Assim que terminamos de comer, decidimos sair para fumar na rua.

A brisa fresca da noite nos acolheu ao sairmos do refeitório. Caminhando lado a lado, sentíamos o peso do dia se manifestar em cada passo. Ao chegarmos à calçada, encontramos um espaço vazio onde podíamos nos acomodar.

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Deitamos ali mesmo, olhando para as estrelas que pontilhavam o céu noturno.

“Às vezes, só deitar aqui já faz tudo parecer melhor”, murmurei, fechando os olhos por um momento e permitindo que o silêncio nos envolvesse. O concreto frio sob nossas costas era um alívio temporário para as dores que persistiam.

“É verdade”, respondeu Nomar, sua voz baixa e contemplativa.

Enquanto fumávamos e compartilhávamos histórias de dias antigos e sonhos futuros, as risadas voltaram a surgir entre nós. Falamos sobre as coisas mais absurdas: desde as situações engraçadas no trabalho até planos malucos para quando finalmente tivéssemos folga. A leveza das nossas conversas dissipou parte da tensão acumulada ao longo do dia.

Por alguns instantes, esquecemos das dores físicas e emocionais que o trabalho nos impunha. A amizade que cultivávamos se tornava um refúgio seguro em meio ao caos. E assim, entre risadas e reflexões sob o céu estrelado, encontramos consolo nas pequenas coisas: um jantar compartilhado, uma pausa na calçada e a certeza de que juntos poderíamos enfrentar qualquer desafio.

between scars and promisesOnde histórias criam vida. Descubra agora