☆ O olhar da Magia ☆

Arco 4: O Despertar Da Alma, Parte 6

O vento da noite fria soprava na colina, fazendo as gramas se abaixarem com sua força. A única luz que iluminava aquela noite era a da lua e das estrelas. O vento assoviava ao colidir com a espada, que o cortava junto com as cabeças dos ceifeiros que caíam sobre a grama já sem vida. Yuri sentia a adrenalina fluir pelo seu corpo enquanto se movia agilmente, atacado de todos os lados. A cada ataque, um braço ou cabeça decepada caía no chão. A lâmina brilhava com o tom azul do sangue dos ceifeiros.

Ophelia via seu filho eliminar os monstros com maestria, como se não fossem nada. Toda vez que um ceifeiro parecia conseguir atacá-lo, ele se virava e o cortava, como se soubesse que isso aconteceria ou sentisse o perigo. Mas, mesmo impressionada com o que via, Ophelia também observava que a horda aumentava cada vez mais. A colina, antes verde, manchava-se de azul e corpos pálidos que desapareciam ao tocar o chão.

Yuri respirava rapidamente, soltando uma respiração pesada e visível a olho nu, de tão densa. O suor corria por sua face manchada enquanto seu corpo pedia por uma trégua. Sua mãe via isso e notava ao longe uma multidão de ceifeiros se aproximando. Sem pensar duas vezes, ela fez um círculo no ar, apontando para o chão e estalando os dedos, criando um pilar de terra que a impulsionou no ar, suficiente para ser jogada por cima da multidão pálida que deixava um espaço onde seu filho lutava para sobreviver. Ela pousa sobre um dos ceifeiros, que explode em cinzas e sangue azulado. Yuri vê aquilo e fala, ainda lutando:

- Nota dez de dez pela aterrissagem, e mais um ponto por eliminação de inimigo.

Ela ouve isso e chuta o ar, atingindo o rosto de um dos ceifeiros e criando um pilar que acerta outros três, que saem voando sem suas cabeças. Ela responde:

- Estou lisonjeada pela sua avaliação, e eu te dou uma nota dez de dez pela sobrevivência e um ponto extra pelo estilo de luta incrivelmente suave e lindo. Quem te ensinou?

Ela termina mandando mais uma dúzia de ceifeiros para o ar com seus pilares.

Yuri ouve, mas não responde, começando a ficar aflito por causa do aumento repentino da horda. Ele começa a puxar mais ar, e Ophelia ouvia seu filho bufar com o cansaço, ficando preocupada, enquanto também luta. Ela então olha rapidamente para ele e grita:

- Filho, tá tudo bem? Por algum motivo, eu não sei se você vai aguentar lutar do jeito que você tá!

Ela termina, mas ele não responde. Vendo isso, ela cria uma parede de terra que cai sobre um monte de ceifeiros, esmagando-os na hora. Ela então se desloca rapidamente até mais próximo de Yuri, que já estava com sua visão turva pelo cansaço do uso de tantas habilidades ao mesmo tempo. Ela se aproxima e pergunta novamente:

- Yuri? Você tá bem?

Dessa vez, ele ouve um sussurro e olha para trás, vendo Ophelia o olhar preocupada enquanto também prestava atenção na luta e nos ceifeiros. Ao vê-la, ele balbucia algumas palavras enquanto fica pálido:

- E-eu não tô legal...

Ele fala isso defendendo um último golpe que erra, deixando o ceifeiro acertá-lo, fazendo-o voar longe com a força do golpe. Ele sai derrapando na grama, ficando desacordado no chão com sua arma e habilidades sendo desativadas instantaneamente.

Ophelia vê essa cena, coloca as mãos na boca e grita preocupada:

- YURI!!!

Ainda chocada pelo que ocorreu, ela tenta começar a correr até Yuri, mas sente algo estranho. Percebendo o silêncio dos ceifeiros, ela olha em volta, vendo que eles a olhavam firmemente. Ela vê isso e fala baixo:

- Essa não...

Os ceifeiros então pulam por cima dela, só dando tempo para ela se abaixar, conseguindo gerar uma proteção de pedra em volta dela rapidamente antes de ser atacada por eles, que começam a socar a proteção com toda a fúria. Ela, assustada e preocupada, se ajoelha dentro da proteção circular, junta suas mãos e fecha seus olhos, falando: