CAPÍTULO 6

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                    Hellena Sophie

É hoje, 10 de dezembro, o dia da formatura de Kyo.
Eu não havia recebido nenhuma notícia sobre o plano, nem ele e nem Gabriella haviam se pronunciado sobre nada. Vai ver não conseguiram arranjar um plano, e como Kyo não queria me magoar, preferiu manter o silêncio.
  Agora eram 16:00 da tarde, eu estava organizando algumas coisas da casa, enquanto minha mãe me passava um sermão sobre algo que eu nem ao certo sabia o que era, ela não perdia uma oportunidade de me rebaixar.

- Menina mimada e mal agradecida! Ninguém te suporta e gosta de você! Só sabe infernizar e atrapalhar a vida dos outros. – ela repetia diversas vezes ao gritos.

Talvez ela realmente tivesse certa, a única explicação para Kyo ter desistido de ir a formatura comigo, eu dava muito trabalho a ele. Vai ver ele achou outra garota sem problemas familiares como eu, uma garota livre, muito melhor que eu, ele se cansou de mim... assim como todos.
  A campainha toca, abro imediatamente a porta, talvez minha mãe parasse de gritar assim, afinal ela me tratava “bem” na frente dos outros.
Me surpreendo com quem estava lá do lado de fora, toda sorridente.
- Oii Heh! Pronta pra ter um dia de princesa? – Diz Gabriella.

- Hã? Como assim?

- Sua mãe está em casa ?- pergunta ela.

- Bom, ela está lá dentro, entre – aceno para que ela entrasse.

Admito que estava receosa sobre a maneira que minha mãe trataria Gabriella, e ao mesmo tempo também não entendia nada. Será que eu estava errada e Kyo não havia desistido de mim?

- Então senhora, eu sou integrante do conselho estudantil, e não sei se sabe ou se lhe interessa mas, sua filha é ajudante do presidente.

- E o que me interessa isso? – responde de forma grosseira.

  Eu sempre soube que ela não dava a mínima, e muito menos sentia orgulho de mim. Ela só ligava pra Lúcia. Porém não imaginava que ela faria questão de deixar isso tão claro pros outros.

- Vim fazê-la um pedido, hoje é a formatura do Terceiro ano, a formatura do Presidente. Sua filha é o braço direito dele, sendo mais clara ela é obrigada a ajudar no evento, por questões pessoais da escola.

- Ela pode ir, contanto que parem de me atazanar.

Era isso mesmo que eu ouvi? Ela me deixou ir? Pela primeira vez ela não arrumou um caso com isso, talvez fosse porque Gabriella mencionou a escola, e como ela era rígida sobre eu manter o “bom senso”, acabou deixando.

- Mas!... – acrescenta ela.

Eu sabia, tava bom demais pra ser verdade.

- Quero ela em casa no máximo às 23:00hrs.

- O que!? A senhora ouviu o que eu falei? Acha que a formatura vai acabar quantas horas? E ainda tem a festa!– Gabriella já apresentava uma pilha de nervos em poucos minutos conversando com minha mãe.

- Ou isso, ou ela pode esquecer ajudar o tal presidente. – diz deixando claro que não iria mudar de ideia, era a decisão final dela.

  Por outro lado, eu tinha consciência de que Gabriella não pararia por ali, então eu teria que intervir na conversa, antes que o desfecho fosse o pior possível pra mim.

- Olha Gabi, assim está ótimo! Acho que já estamos atrasadas, com tantas coisas pra fazer né – digo a fim de encerrar aquela “discussão”.

Ela entende imediatamente a situação e assente.
  Saímos de casa a rumo de um lugar que nem eu ao menos sabia.

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