𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐅𝐢𝐯𝐞: 𝐆𝐨𝐨𝐝𝐛𝐲𝐞

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[ADEUS]

As minhas pernas trémulas arrastam-se pelo corredor que me guia ao exterior da arena, enquanto sou observada pelos meus colegas e por jovens de outras Habilidades.

Sinto um toque no ombro que me arrepia o corpo. É a Aurora.
Ela tem os olhos muito abertos e a boca aberta na tentativa de me confortar, mas não consegue falar. Forço-lhe um sorriso, desviando o meu olhar para o chão e voltando a caminhar.

O seu corpo permanece imóvel. Apenas a sua mão se estende para me alcançar, agarrando-me o braço.

— Parabéns! — Ela tenta disfarçar a sua tristeza, e animar-me ao mesmo tempo, forçando-se a falar animada. Até que não aguenta mais fingir, e para de sorrir. — Desculpa... Lamento imenso... Eu não sabia que te iam escolher. — Ela abraça-me e sinto as suas lágrimas a escorrer pelo meu uniforme. Tento aguentar-me, mas o meu nariz começa a arder, e rapidamente começo a chorar com ela. — Nunca pensei que te escolhessem a ti. Não sei se consigo aguentar 1 ano sem ti.

Parece que tudo à minha volta desaparece. Os alunos, os professores, os pais, a Arena, Lusting e o mundo desconhecido desaparecem, existindo apenas eu e a Aurora, abraçadas como quando éramos crianças.

— Não quero que te vás embora.

— Eu sei. Eu também não quero ir. — Afasto apenas a minha cara do seu ombro. — Tenho tanto medo... de nunca mais voltar.

— Tu és forte e inteligente. Eu confio em ti, e sei que vais voltar. — A Aurora aconchega a minha face nas suas mãos e limpa-me algumas lágrimas com os polegares. Eu aceno afirmativamente, tentando convencer-me de que o que ela me diz é verdade, e então enrosco a cara novamente no seu ombro.

— Tenho de ir. Tenho de fazer a mala e despedir-me.

— Vai correr tudo bem. Eu vou estar a torcer por ti. Sempre estive e sempre estarei.

Viro-me e caminho em direção à saída. Mais lágrimas escapam descontroladamente dos meus olhos, mas não as sacudo.
Assim que saio da Arena atiro o meu dispositivo "bússola" para o caixote do lixo mais perto e corro até casa.

A minha família ainda não chegou, de modo que me dirijo até ao meu quarto e fecho a porta com força. As minhas costas escorregam pela porta e deixo-me cair, sentando-me. Encolho as pernas, afundo a cara nelas e cubro-me com os braços.

Não sei o que fazer. Não tenho um plano. Não tenho truques.
Sou só eu e um grupo de adolescentes que não sabem o que vão enfrentar lá fora.
Sou um cordeiro mandado para o matadouro pelos lobos. Sem escapatória.

Deixo todas as minhas emoções fluírem através do choro e quando finalmente sinto que não sobra nada dentro de mim, levanto-me e começo a escolher o que quero levar comigo para o exterior.
Encontro uma mochila de campismo que pertencia ao meu pai e levo-a até ao meu quarto. Sou cuidadosa com a organização para que possa levar mais coisas.

No bolso principal coloco um kit de primeiros socorros, uma lanterna, um saco-cama, umas calças
de camuflagem, uma camisola de manga comprida, um chapéu, enlatados e algumas garrafas de água.
Num outro bolso enfio uma corda, umas facas, um revólver, alguma munição e um isqueiro.
Finalmente, no bolso mais pequeno coloco uns elásticos de cabelo, escova de dentes, pasta de dentes e uma pequena escova de cabelo.

Sendo início de verão, decido vestir uma roupa mais leve para que, se necessário, conseguir correr melhor e não ter tanto calor.
Visto uma regata de alças cinzenta, umas calças caqui e sou obrigada a vestir um casaco castanho pois este já não cabe na mochila. Calço as botas do uniforme e olho-me ao espelho. Possivelmente pela última vez.

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⏰ Última atualização: Sep 30 ⏰

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𝐏𝐑𝐎𝐉𝐄𝐂𝐓 𝐕𝐈𝐕𝐄𝐍𝐓𝐈𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora