𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐎𝐧𝐞: 𝐓𝐡𝐞𝐨𝐫𝐲

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[TEORIA]

PHOENIX

Sinto uma pancada nas costas, empurrando-me para o chão. A dor aperta-me os pulmões, forçando a minha mão contra o meu peito, numa tentativa desesperada de regular a respiração.

— Incrível como sempre, 2740. — ouço a Senhora Parks dizer, olhando para os seus apontamentos — No entanto, não posso dizer o mesmo de si, 2849.

Mesmo estando de costas, consigo ouvir os sussurros dos alunos que nos observam, e ouço os risinhos de entusiasmo de Mary, o que me dá forças para me levantar do tapete.
Respiro fundo e coloco-me em posição de combate, posicionando os meus pés numa posição estável e erguendo os punhos. Mary olha para a Senhora Parks, que move a cabeça indicando a Mary para continuar o combate.

Sob a ordem de Parks, a sua assistente coloca-se entre mim e Mary, olhando para as duas, certificando-se se podia dar início ao combate.

O meu coração palpita, sinto a adrenalina percorrer o meu corpo. Olho a minha oponente nos olhos e percebo um sorriso convencido escapar da sua boca.

A mão da assistente levanta e logo Mary tenta pontapear a minha cabeça. Eu prevejo os seus movimentos e inclino o tronco para trás, afastando o seu pé da minha cabeça com a ajuda das minhas mãos.

Mary encara-me irritada e confusa, e desvia rapidamente o olhar para Parks, que não reage.
Num piscar de olhos, Mary leva um dos seus punhos à minha face, mas eu sou mais rápida e agarro-o. Mary arregala os olhos e quando ela menos espera faço-lhe uma rasteira e ela cai, batendo com a cabeça no tapete.

Sem demonstrar sentimentos, volto a erguer os punhos, e regresso à posição de combate. A garota olha para mim enquanto toca com a palma da mão na cabeça. Ouço alguns colegas sussurrar, elogiando-me, e sem que ninguém perceba, solto um pequeno sorriso, porém isso não dura muito, porque logo a seguir ouço alguém bater palmas, e eu e Mary olhamos para a Senhora Parks ao mesmo tempo.

A mulher bate palmas sarcasticamente enquanto caminha lentamente em direção ao tapete.

— A sua defesa é impressionante 2849, mas o ataque... — ela para à minha frente, e eu levanto ligeiramente a cabeça de maneira a observar diretamente os seus olhos.

Sem aviso, ela agarra o meu braço direito com a sua mão esquerda, passando o seu braço direito por baixo do meu braço, esticando-o nas minhas costas, e logo atira-nos ao chão. Bato com a cara no chão e sinto o meu nariz estalar.

— ... É ridículo, e parece que afinal a defesa também não está nos seus melhores dias. — Ri, levantando-se. —Turma dispensada. — Diz alto enquanto agarra a mão de Mary, ajudando-a a erguer-se, e logo saindo do local.

Olho para o tapete e vejo uma mancha de sangue que se começa a formar. Toco no meu nariz dorido e tento apertá-lo, apesar da dor, de maneira a tentar estancar o sangue que por ele escorre.

— Nix, vamos à enfermaria. — sinto as mãos de Aurora nas minhas costas, ajudando-me a levantar.

— Eu estou bem, não é preciso. — afasto-a e acabo de me levantar sozinha. Não lhe quero mostrar o meu lado fraco, embora me doa muito o nariz.

— Já olhaste para ti? — ela pergunta sabendo a resposta. Olho para trás, onde está um grande espelho, que cobre uma das paredes da sala e vejo o meu reflexo. Tenho as calças e a camisa manchadas de sangue, e o sangue que escorre do nariz cobre a minha boca. Ela agarra o meu braço e vira-me em direção à saída do Recinto— Vamos, anda.

Eu cedo ao seu pedido e caminhamos em direção à enfermaria.

🧟‍♀️

𝐏𝐑𝐎𝐉𝐄𝐂𝐓 𝐕𝐈𝐕𝐄𝐍𝐓𝐈𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora