"A civilização é o avanço de uma sociedade em direção à privacidade. O selvagem tem uma vida pública, regida pelas leis de sua tribo. Civilização é o processo de libertar o homem dos outros homens."
Ayn Rand///////////////////////////////////////////////////////////
Começo sendo arrastado por dois homens fortemente armados até os dentes, felizmente ou não, eles não estavam me apertando nem me agredindo, parece que ser um moleque de 10 anos tem suas vantagens afinal.
Eram todos albinos, alguns loiros, outros tinham cabelos e olhos brancos. Eles usavam roupas estranhas, parecem roupas de coro, tingidas de branco e cinza, braçadeiras nos antebraços, calças largas amarradas com um pano na região tornozelo, e um tecido amarrado sobre o peitoral (alguns nem usavam esse tecido); eles também possuíam pinturas ao redor dos braços e peitoral (alguns tinham até no rosto). Três homens da mesma classe puxavem meu irmão brutalmente enquanto ele seguia chutando e gritando com eles, como se isso fosse resolver nossa situação.
- ARGH...ME SOLTEM SEUS--! - Olho pro meu irmão com a expressão surpresa.
- Nick, o que houve? - Ele me olha indignado.
- COMO ASSIM!? ELES ESTÃO NOS ARRASTANDO! E por que você tá tão calmo?! Talvez nós estejamos indo virar sopa! - A ideia de ser canibalizado me assusta, mas eu somente suspiro.
- De que adianta gritar? Eles não entendem o que você diz aparentemente, e mesmo se entendessem e você escapasse, eles poderiam atirar contra você, são 2 contra 10, estamos em desvantagem numérica. - Ele solta um suspiro irritado, mas parece parar de se debater, vejo os três homens que o seguravem soltarem um suspiro e afrouxarem um tanto o aperto.
- Acha que Nicolau foi levado por eles além? - Pergunto receioso, enquanto meu irmão suspira.
- De que adianta saber? Ele já deve estar morto a essa altura. - Agora é minha vez de ficar indignado.
- Escura aqui, Nikolai, se você acha que eu vou parar de procurar meu irmão, você tá muito enganado! - Ele se vira na minha direção, aparentemente irritado, mas antes que possamos tentar nos bater, um som estrondoso nos faz parar, um Didgeridoo.
Os homens nos soltam e nos empurram pra frente, vejo uma campina aberta que se estende a quilômetros, e árvore gigantesca no centro ao londe, que pode ser facilmente a maior árvore que já vimos, aquilo era simplesmente enorme. As folhas verdes caiam lentamente do alto, conforme o sol ia se podem, sua folhagens verde se tornava azul clara, brilhando nos tons escuros da floresta.
- Wow... - Acabo soltando sem nem notar.
Antes que pudéssemos aproveitar mais de sua visão, 10 homens nos empurram pra frente, nos fazendo andar mais rápido. A base da árvore se encontra no solo gramado, enquanto andávamos, vejo alguns deles cochichando palavras que eu não poderia entender nem se eu quisesse, parece uma língua complicada.
Quando chegamos na entrada, depois de 1 hora e 20 minutos de caminhada chegamos na abertura que leva ao acesso interno da grande árvore, e é claro que tinha mais homens nos esperando lá, de braços cruzados e uma expressão estoica no rosto. Um deles se aproxima com um cajado na mão e um pouco de pó cinza na outra, parece o mesmo pó que eles usam no rosto como pintura.
Ele parece o mais velho de todos, mas não idoso, com um aspecto sábio, parece o líder de lá. Ele respira fundo e põe o cajado no chão de terra, desenhando alguns símbolos, eu e Nikolai nos entre olhamos, confusos, enquanto isso o homem desenha três símbolos, um barco, uma pessoa, e uma árvore. Meu irmão Nikolai franze as sobrancelhas.
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Crônicas De Um Sonhador - Sussurros Do Ar
Historical FictionSinopse: Um jovem russo que sempre foi hostilizado pelos irmãos, desprezado pelos pais, tem seu destino colocado à prova, após um naufrágio de um navio de guerra...