Capítulo 3

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Draco ficou abalado com as palavras dela e com o que tinha acabado de acontecer. Ele não tinha a intenção de que isso fosse tão longe. Ele só tinha a intenção de beijá-la - repetir a memória de antes na esperança de que isso despertasse outra coisa. Mas a resposta dela o desfez completamente. Ela o queria, muito. E é claro que ele a queria. Ela era o vício do qual ele não conseguia se livrar. Seu grande amor não correspondido.

Deuses, eles quase transaram ali mesmo no corredor. Ele estava indo para a fivela do cinto quando o suspiro dela quebrou seu transe. Ela claramente não teria resistido. Parecia que eles já tinham feito isso antes - seu corpo havia reconhecido o dela, suas respostas - mesmo que sua mente não tivesse. E embora o pensamento de que ela o queria fosse inebriante, era realmente ele que ela queria? Ou outra pessoa de quem ele não se lembrava? Ele afastou esses pensamentos e se virou heroicamente da visão que ela apresentava no momento - contra a parede, respirando pesadamente, lábios inchados e olhos escuros, muito obviamente consumidos pelo desejo.

Ele reuniu os restos esfarrapados de seu foco. Era exatamente por isso que ele precisava chegar ao fundo dessa situação, fazê-la lhe contar o que sabia e ajudá-lo a lembrar. O que eles tinham feito juntos e suas implicações poderiam esperar.

— Draco — ela começou, sua voz hesitante e suplicante ao mesmo tempo. Ele podia sentir um esforço final para fazê-lo deixar para lá - seguir em frente.

— Não, Granger — ele disse com firmeza. — Você está me contando tudo e vai me ajudar a lembrar também. Especialmente à luz de... isso. — Ele acenou com a mão entre os dois.

— Não, eu vou — ela suspirou, se afastando da parede. — Eu só quero que você saiba que os curandeiros aconselharam contra isso. Eu não sei o que vai acontecer. Se você vai receber algo de volta. Ou danificar sua memória ainda mais. Mas eu vou te ajudar se é isso que você quer. Eu te devo isso.

— Eu entendo os riscos e é isso que eu quero — ele respondeu.

Ela gesticulou para que ele a seguisse.

— Vamos pelo menos tomar uma bebida enquanto eu conto os detalhes.

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Hermione suspirou e agarrou seu copo de uísque. Draco sentou-se em frente a ela na mesa de jantar, a luz sobre suas cabeças brilhando em seu cabelo claro e iluminando os planos marcantes de seu rosto. Tão familiar e ainda assim tão diferente.

Ela começou.

— Você se lembra do caso em que estava trabalhando? Tráfico de pessoas? Uma rede de bruxos que sequestrava meninas trouxas menores de idade, usava-as para trabalho sexual e as obliviava. Tudo se repetia. — Ele assentiu com a cabeça e ela continuou. — Você entrou como agente disfarçado para tentar identificar os principais participantes e coletar provas suficientes para derrubar o líder da quadrilha. Mas eles devem ter descoberto seu disfarce de alguma forma. Eu não sei os detalhes e acho que você também não sabe, porque isso faria parte das memórias afetadas. Além disso, Robards está mantendo tudo sobre esse caso em uma base de estrita confidencialidade. — Ele acenou novamente com a cabeça, mais pensativo.

— Mas o resultado é que há um mês, você foi jogado na minha porta - sem polissuco e ferido. Torturado. — O rosto dela se contorceu com a lembrança e os olhos dele se voltaram para os dela. — No entanto, deve ter havido um contato entre o grupo. Porque você estava segurando um bilhete que continha informações úteis. O bilhete dizia que o líder do grupo achava que você estava morto pelas mãos do autor do bilhete, portanto, você precisava ficar escondido até que ele fosse preso ou a vida de vocês dois correria perigo. O bilhete também fazia referência à sua perda de memória - e sua cura. — Hermione tomou um gole de uísque. Draco a observou em silêncio.

Fragments and Fissures | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora