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Pov

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Pov. Lauren:

Novamente, me encontrei em uma daquelas seções intensas de ensaios. Normani já havia ido para casa, pois como era um sábado ensolarado, ela decidiu que precisava relaxar antes da nossa apresentação. Fui convidada a acompanhar ela e Dinah, mas optei por permanecer na boate e repassar meus passos. O local estava vazio, as poucas meninas que vieram organizar o ambiente também já partiram, me deixando em uma completa solidão. A música soava baixinho, me relembrando de mexer meu corpo no ritmo correto para não perder a cronometragem do tempo da canção.

Me estiquei mais uma vez na barra, o suor já se acumulava em minhas costas e molhava a minha roupa. Precisava de um bom banho antes de retornar aqui, além de analgésicos para lidar com as dores musculares. Fiquei absorta em meu mundo, fechando meus olhos e aproveitando meus minutos de paz.

Que logo chegaram ao fim.

Ouvi aplausos ecoarem pela plateia, me fazendo abrir os olhos e ficar em alerta no momento em que reconheci a morena sentada casualmente na primeira fileira. Hoje ela estava sem roupa social, vestindo apenas uma calça jeans e uma blusa gola alta que delineou seu busto com perfeição. Seus lábios carnudos brilhavam em um tom vermelho intenso, capturando minha atenção mesmo distante.

Camila estava linda.

Ela me analisava com cautela, ainda imóvel no estofado, como se temesse alguma explosão da minha parte. Porém, meu coração traiçoeiro acelerou ao vê-la, as borboletas em meu estômago voando furiosamente dentro de mim. Uma... Saudade inundou meu peito, me recordando dos dias em que passamos sem nos ver.

- Oi - minha voz saiu baixa, praticamente se perdendo em meio a música.

Mas ela me ouviu, ou seus olhos estavam tão focados em minha boca que possibilitaram uma leitura labial perfeita, afinal a morena abriu um sorriso minúsculo e também me cumprimentou:

- Olá.

O que falar agora? Perguntar sobre coisas banais? Se ela estaria bem? Ou deveria perguntar pelas coisas que me interessavam, por exemplo se ela deu um jeito na última polêmica que envolvia o nome da boate, ou se sentiu minha falta do mesmo jeito que senti a dela? Era ridículo estar paralisada assim apenas por me encontrar com ela, mas fugi tanto de um contato direto que encontrei aqui na boate ao meu alcance era tão...

- Você não respondeu as minhas mensagens - ela ficou de pé, se aproximando do palco.

- Estive ocupada - desviei o olhar para onde a minha caixa de som repousava no canto do palco - Minha chefe não gostou nada dos últimos acontecimentos, agora estou cuidando da limpeza todas as noites.

- Sinto muito por isso - declarou e enfiou as mãos nos bolsos da calça - Até ofereceria ajuda, mas sei que você a desprezaria de imediato.

Um gosto amargo se acumulou em minha garganta, como se aquela constatação implicasse em alguma coisa dentro de mim. Camila também estava brava, de certa forma as minhas negativas havia mexido com ela. Observei a mulher subir no palco, parando a centímetros de distância do meu rosto.

Em mais uma dança (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora