My Heart Will Go On (Reescrita)

Mais uma vez você abre a porta

Notas do Autor

Hey! Como vocês estão? Cheguei com mais um capítulo e esse é o meu preferido. Espero que gostem! Boa leitura! ♥

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Aproveitando o mau humor do meu pai e de Yutaka, escapei para o meu quarto como um rato em fuga e tranquei a porta. A ideia de dormir com meu noivo era repulsiva e eu estava disposto a tudo para evitar esse destino.

A decisão de romper o noivado estava tomada, mas o caminho a seguir era nebuloso. Como romper um compromisso arranjado sem sofrer as consequências? A revelação da nossa situação financeira naquele jantar tornava tudo ainda mais arriscado.

Era preciso agir rápido. Antes que o navio chegasse ao seu destino final, eu precisaria encontrar uma maneira de escapar. Era a única chance de conquistar minha liberdade e traçar meu próprio destino.

Na manhã seguinte, após o jantar que não posso dizer que foi de todo desastroso, finalmente tive a oportunidade de passear pelo navio com Kouyou. Aproveitei a ocasião para questioná-lo sobre o que realmente aconteceu entre ele e Yuu na noite anterior.

— Não aconteceu nada, cara. — Ele respondeu, visivelmente constrangido. — Por que tanta insistência?

— Primeiro, você teve a ideia mirabolante de trazer o moreno para o jantar. Depois, ficaram conversando a noite toda e, para completar, vi seu rosto vermelho como pimenta quando voltaram ao salão — expliquei, observando sua expressão chocada. — Kouyou, eu te conheço bem. Diga a verdade!

O loiro desviou o olhar para as águas cristalinas banhadas pela luz do sol da manhã. Após um longo suspiro, ele finalmente se rendeu e começou a falar.

— A verdade é que eu queria te ajudar com o Akira. — Ele confessou. — Mas não imaginava que o moreno fosse tão... Atrevido e...

Não pude conter uma risada. Atrevimento parecia ser uma característica exclusiva da classe daqueles dois amigos, mas se tinha algo que o Akira definitivamente possuía, era uma ousadia inigualável. A lembrança do nosso beijo ainda me deixava com as pernas bambas. Como pude me entregar daquela forma, com tão pouco contato?

Balançando a cabeça para afastar esses pensamentos, voltei a conversar com Kouyou.

— Então me diga, o que aconteceu, homem? Está me deixando curioso! — exclamei. Ele pediu calma e se aproximando, sussurrou em meu ouvido:

"Antes de sair do quarto deles para pegar a pasta, o Yuu-san se aproveitou da minha distração e... Me beijou."

— Ah! Eu sabia! Aquele sorriso dele quando vocês voltaram com a pasta dizia tudo. Aínn, Kouyou... Vocês ficam tão bonitinhos juntos — falei, feliz com a resposta, mas ele não parecia tão animado assim.

— Nós não estamos juntos, Takanori. Ele só me provocou e eu aceitei porque... Porque não era nada demais. Não significou nada para ele nem para mim. Fim de conversa — disse ele, encerrando o assunto.

No fundo, eu sabia que não era bem assim, mas preferi não insistir, pelo menos por enquanto.

Depois de conseguirmos duas espreguiçadeiras, Kouyou questionou:

— E você? Vai mesmo se encontrar com Akira? Acho melhor vocês tomarem cuidado dessa vez porque o Yutaka está cada vez mais insuportável.

— Vou tomar cuidado, Kou — respondi, com a mente fervilhando em planos. — Só preciso arquitetar esse encontro sem levantar suspeitas. Nem acredito que falta mais de um mês para o fim dessa viagem. Eu quero ir embora daqui.