Os Ecos do Passado

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Arthur e Meredith deixaram a sala de jantar, o coração ainda acelerado após o confronto com a entidade. O corredor à sua frente parecia interminável, e a luz fraca das lâmpadas penduradas nas paredes criava sombras dançantes que pareciam sussurrar segredos obscuros. Cada passo que davam ecoava, como se a casa estivesse ouvindo, aguardando ansiosamente o que viriam a fazer em seguida.

— Precisamos encontrar uma saída — disse Arthur, olhando para as portas fechadas que se alinhavam ao longo do corredor. — Mas antes disso, precisamos entender o que está acontecendo aqui.

Meredith concordou, sua mente fervilhando com as possibilidades. A casa tinha uma história, e eles precisavam desenterrar os segredos que poderiam explicar a presença da entidade. Com um impulso, Arthur puxou uma das portas, revelando uma biblioteca empoeirada. As prateleiras estavam repletas de livros antigos, seus lombares desgastados e cobertos de poeira.

— Isso é perfeito! — Meredith exclamou, entrando na sala. — Talvez possamos encontrar algo que nos ajude.

Eles começaram a examinar os livros, passando os dedos pelas capas empoeiradas. Muitos deles eram tratados sobre ocultismo e rituais, temas que Arthur achou inquietantes. Um livro, em particular, chamou a atenção de Meredith. Com uma capa de couro desgastada e um símbolo que parecia pulsar, ela puxou-o da prateleira e começou a folhear suas páginas.

— Olha isso! — ela disse, seus olhos brilhando. — Este livro fala sobre a casa e seus antigos moradores. Parece que houve muitos eventos trágicos aqui.

Arthur se aproximou, inclinando-se para ver o que ela estava lendo. À medida que Meredith folheava as páginas, histórias de mortes misteriosas, desaparecimentos e rituais sombrios começaram a se desenrolar diante deles.

— Aqui! — Meredith apontou para uma passagem. — Diz que, há muitos anos, uma família foi condenada a viver na casa, incapaz de deixar suas almas vagarem. Acreditava-se que a escuridão se alimentava de suas angústias e que qualquer um que entrasse na casa seria forçado a enfrentar seus próprios medos.

Arthur franziu a testa, sentindo uma onda de terror ao perceber que o que haviam enfrentado até agora era apenas a ponta do iceberg.

— E se a entidade que encontramos é uma das almas presas aqui? — ele conjecturou. — Se a casa se alimenta de suas angústias, isso significa que temos que enfrentar não apenas a escuridão externa, mas também nossos próprios demônios internos.

Meredith assentiu, a expressão em seu rosto tornando-se sombria. — Isso significa que o que vimos não foi apenas um teste físico, mas emocional também. Precisamos nos preparar para o que está por vir.

Enquanto folheavam o livro, uma passagem em particular chamou a atenção de Arthur. Ele começou a ler em voz alta: "Os que vêm à casa devem enfrentar não apenas a escuridão que a habita, mas também a escuridão que carrega em seu coração. Aqueles que sucumbirem ao medo se tornarão parte da escuridão, enquanto os que enfrentarem seus demônios encontrarão a liberdade."

— Isso é... aterrorizante — disse Meredith, olhando para Arthur com uma expressão de preocupação.

— Então, o que fazemos agora? Precisamos enfrentar isso de alguma forma — Arthur disse, sentindo que a pressão da situação começava a pesar sobre eles.

— Devemos nos aprofundar mais na história da casa. Se soubermos o que aconteceu, talvez possamos entender como quebrar essa maldição — sugeriu Meredith.

Com uma nova determinação, eles continuaram a explorar a biblioteca, descobrindo relatos de outros que haviam tentado escapar da casa, mas que foram consumidos por suas próprias sombras. Cada relato parecia mais perturbador que o anterior, e Arthur começou a sentir a ansiedade aumentar à medida que suas esperanças de fuga pareciam se esvair.

Pratos e Sombras: O Macaco que Desafiou a EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora