𝗗𝗼𝗶𝘀: A rigorosa adolescia

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O sol estava baixo no horizonte, tingindo o céu com tons dourados e laranja. A mansão dos Snape, agora menos sombria do que antes, ainda carregava a aura de mistério e severidade que o antigo mestre das poções imprimia. No entanto, a verdadeira mudança não estava nas paredes ou na decoração, mas na jovem que começava a se transformar em uma mulher. Lúcia Snape, com seus 15 anos, exibia uma postura que misturava a tenacidade de sua mãe e a intensidade de seu pai.

Severus Snape observava sua filha com um olhar crítico enquanto ela praticava feitiçaria no jardim da mansão. Sua varinha se movia com precisão e habilidade, mas Snape não parecia satisfeito. Para ele, nada menos que a perfeição era aceitável, especialmente em tempos de incerteza e perigo.

“Lúcia, você deve manter a concentração,” disse Snape com um tom de voz frio e cortante, sua frustração evidente. “O feitiço precisa ser executado com mais precisão. Recomece.”

Lúcia, com uma expressão de frustração controlada, ajustou sua postura e ergueu a varinha novamente. O feitiço que ela estava tentando executar era complexo, e seu pai insistia em manter altos padrões. Ela se lembrou das palavras de Severus sobre a necessidade de ser melhor que qualquer outro, especialmente em um mundo onde as sombras ainda espreitavam.

“Sim, pai,” respondeu ela, forçando um sorriso enquanto se preparava para tentar novamente. Suas mãos tremiam um pouco, não de medo, mas de cansaço e pressão.

A disciplina de Snape era implacável, e isso se refletia na forma como ele treinava Lúcia. Sua metodologia era inflexível e muitas vezes severa, uma maneira de garantir que ela estivesse sempre preparada para enfrentar qualquer desafio que pudesse surgir. A morte de Ariana não havia diminuído a intensidade de Severus; na verdade, havia amplificado sua determinação em proteger e treinar sua filha, mesmo que isso significasse ser implacável.

“Lúcia, você precisa entender que a vida é uma batalha constante,” continuou Snape, com um olhar penetrante. “Não podemos nos permitir erros. Você tem que ser mais forte, mais rápida, e acima de tudo, mais cuidadosa.”

“Eu entendo, pai,” respondeu Lúcia, sua voz firmando-se. “Estou tentando.”

Severus se aproximou e ajustou a postura de Lúcia, suas mãos firmes mas cuidadosas enquanto mostrava a ela a técnica correta. “Tente novamente. E lembre-se, cada movimento deve ser preciso, como se sua vida dependesse disso.”

Lúcia respirou fundo e fez o feitiço novamente. Desta vez, o resultado foi satisfatório, uma pequena faísca de luz dançando no ar antes de desaparecer. Severus observou com um olhar crítico, mas uma pequena expressão de aprovação cruzou seu rosto.

“Melhor,” ele concedeu. “Ainda não é perfeito, mas está melhor.”

Ela se endireitou, suada e cansada, mas também aliviada. “Obrigado, pai.”

A relação entre pai e filha sempre fora marcada por um equilíbrio delicado entre respeito e frustração. Lúcia sabia que a severidade de Severus vinha do amor e da proteção que ele sentia por ela. Ele queria prepará-la para um mundo que ele mesmo conhecia muito bem, um mundo cheio de perigos e traições.

À medida que o sol começava a desaparecer, Snape e Lúcia entraram na mansão. Severus estava mais rígido do que nunca, sua mente constantemente alertando para os perigos que poderiam surgir. Embora ele fosse inflexível, ele ainda estava ciente da complexidade de criar uma adolescente enquanto mantinha suas próprias responsabilidades.

“Você tem estudos para terminar,” disse Snape enquanto entravam na sala de estar. “E lembre-se, há muito mais que você precisa aprender. Seus estudos são tão importantes quanto seu treinamento.”

Lúcia assentiu e se dirigiu para sua mesa, onde os livros e pergaminhos estavam dispostos. Ela sentia o peso da responsabilidade sobre seus ombros e sabia que seu pai esperava muito dela. No entanto, a determinação e a força que ele havia incutido nela a ajudariam a enfrentar os desafios que viriam.

Com um último olhar para o pai, ela se concentrou em seus estudos, sabendo que a estrada à frente seria difícil, mas também marcada por momentos de descoberta e crescimento. Snape a observava de longe, seu coração dividido entre a rigidez necessária e o profundo amor por sua filha, uma combinação que definia a complexa dinâmica entre eles.

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