𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐓𝐎 𝐇𝐀𝐓𝐀𝐊𝐄 | 𝑲𝒂𝒌𝒂𝒔𝒉𝒊 𝑯𝒂𝒕𝒂𝒌𝒆

𝐓𝐚𝐤𝐞 𝐭𝐡𝐞 𝐁𝐞𝐥𝐥𝐬

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Hayuna adormeceu por algumas horas, acordando apenas quando a lua já brilhava alto no céu. O silêncio da noite em Konoha era acolhedor, mas a inquietação dentro dela não a deixava em paz. Levantando-se da cama, ela sentiu o peso da marca da maldição em sua pele, como se a observasse, julgando cada passo que dava.

Sem saber ao certo o que fazer, decidiu sair novamente. A brisa da noite era fria e revigorante, mas o desconforto de ser observada a acompanhava. Enquanto caminhava pelas ruas desertas, Hayuna parou subitamente. Ela viu de relance, à distância, dois olhos. Eram olhos que ela reconhecia de seus pesadelos - frios, sombrios, quase irreais. Seus pés congelaram no chão, e ela piscou rapidamente, incrédula. Quando abriu os olhos novamente, os olhos desapareceram.

"Isso foi coisa da minha cabeça," murmurou para si mesma, tentando afastar o medo crescente. Mas algo em seu instinto a dizia que aquilo não era só uma ilusão.

Ainda assim, ela continuou andando, seu coração acelerado, até que resolveu ouvir seus pensamentos intrusivos. "Tsunade ainda deve estar no escritório" pensou, tomando a direção do prédio da Hokage.

Ao se aproximar do prédio, ouviu uma voz furiosa saindo de dentro: "Shizune, pare de me trazer essa papelada toda! Eu estou farta! FARTA!"

Hayuna soltou uma risada curta, não esperando ouvir algo assim. Respirando fundo, bateu à porta. Uma resposta veio logo em seguida: "Entre!"

Ela entrou, sendo recebida pelo olhar surpreso de Tsunade. A Hokage a observou, erguendo uma sobrancelha com certa curiosidade. Não era comum receber visitantes naquele horário.

- Hayuna, a essa hora? - Tsunade falou, tentando esconder a surpresa com uma expressão amigável.

- Hokage-sama, desculpe a hora... Eu queria te perguntar uma coisa...- Hayuna hesitou. O nervosismo se espalhou por seu corpo. Ela havia passado a noite se perguntando se deveria ou não fazer aquela pergunta, e agora que estava ali, a dúvida só aumentava. - Eu... eu gostaria de saber sobre o meu clã.

A expressão de Tsunade mudou levemente, agora mais intrigada. Ela realmente acreditava que Hayuna sabia sobre suas origens.

- Seu clã? - Tsunade franziu o cenho. - Você não sabe?

Antes que a Hokage pudesse continuar, Hayuna explicou rapidamente, as palavras saindo de sua boca quase atropeladas:

- Quando eu morava em Amegakure, nunca quiseram me dizer. Diziam que eu não tinha clã, mas eu nunca acreditei nisso.

Tsunade a observou por alguns instantes, pensativa. Hayuna não notava, mas havia uma preocupação discreta no olhar da Hokage. Não era uma preocupação profunda, afinal, elas mal se conheciam, mas Tsunade podia perceber que havia algo maior envolvendo a jovem. Talvez o mistério do clã fosse apenas a ponta do iceberg.

- Entendo... - Tsunade respondeu, suavizando o tom. - Podemos descobrir isso, mas precisarei de uma amostra do seu sangue, tudo bem?

Hayuna assentiu com a cabeça, seguindo Tsunade até uma sala que parecia um consultório. Tsunade indicou uma cadeira, e Hayuna se sentou, observando a Hokage preparar os equipamentos com a habilidade tranquila de uma médica experiente. Tsunade colheu o sangue com rapidez e cuidado.

- O resultado ficará pronto amanhã. - Tsunade disse, selando o frasco com o sangue. - Tudo bem para você?

- Sim, claro. A que horas eu posso vir buscar o resultado? - perguntou Hayuna.

- Pode vir às 14:00, - respondeu Tsunade, ainda a observando atentamente.

- Certo, muito obrigada! - Hayuna levantou-se, pronta para sair.