A Terra do Tempo (Concluído)

Campo Eterno

Capítulo 1 - O Campo Eterno

O sol brilhava forte no céu, iluminando o campo verde à frente de Luca. Pequenos montes se espalhavam por toda a paisagem, e uma brisa suave acariciava o rosto dele. A grama parecia quase perfeita, tão verde e viva que poderia ter saído de um sonho.

Luca olhou ao redor, confuso, como se tivesse acabado de acordar de um longo sono. Algo o incomodava, uma sensação de déjà-vu, como se já tivesse estado ali antes, mas ele não conseguia se lembrar de quando ou por quê.

Ao colocar a mão no bolso, sentiu um objeto metálico e frio. Ao puxá-lo, percebeu que era uma trena de pedreiro. Estranho, pensou. O que uma trena faz aqui?

Ele estendeu a trena, curioso, e, para sua surpresa, ao soltar, o ambiente ao redor tremeu levemente. Ele piscou e, quando abriu os olhos novamente, estava no mesmo lugar, mas algo parecia... diferente. O sol estava um pouco mais baixo, como se algumas horas tivessem passado em um instante.

"Isso não pode ser real...", murmurou ele, puxando a trena de novo. Dessa vez, quando soltou, tudo ao redor brilhou brevemente, como se o tempo estivesse distorcido. E então, de repente, o sol estava mais alto no céu, como se tivesse voltado algumas horas.

Ele franziu a testa, ainda mais confuso. Eu posso manipular o tempo...?

Tentando entender o que estava acontecendo, ele começou a puxar e soltar a trena repetidamente, e cada vez que fazia isso, o cenário mudava: às vezes o campo parecia mais jovem, outras vezes o céu se tornava mais escuro. Era como se ele estivesse preso em uma dobra no tempo, capaz de avançar e retroceder à vontade.

De repente, ele ouviu uma voz.

"Você está brincando com algo perigoso." A voz era feminina, suave, mas com uma ponta de seriedade. Ele se virou e viu uma garota, seus olhos fixos nele, parecendo mais consciente do que qualquer outra pessoa ao seu redor. "O que você está fazendo com o tempo?"

Ele piscou, surpreso. "Como assim? Quem é você?"

"Eu sou Mia," disse ela, aproximando-se lentamente. "E você... você está repetindo as coisas. Eu percebi. O tempo aqui... está fora de controle, e você é o único responsável por isso, não é?"

Luca olhou para a trena em sua mão, depois de volta para ela. "Eu... eu não sei. Eu só encontrei isso, e parece que toda vez que eu puxo, o tempo... muda."

Ela o olhou com desconfiança, mas também com curiosidade. "Você sabe o que isso significa? Você está alterando a linha do tempo, e ninguém além de nós parece perceber. Mas algo está errado... Isso não pode durar muito sem consequências."

Luca engoliu em seco. "Consequências?"

"Sim," ela respondeu, os olhos se estreitando. "E eu acho que nós estamos prestes a descobrir quais."

De repente, o céu escureceu, como se uma tempestade estivesse se aproximando. Mas não era uma tempestade comum. Havia algo no ar, uma sensação de tensão crescente, como se o próprio tempo estivesse se desintegrando ao redor deles. Eles trocaram olhares, alarmados.

"Precisamos sair daqui," disse Mia, pegando o braço dele. "Agora!"