A Primeira Fuga Temporal

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Capítulo 3: A Primeira Fuga Temporal

Luca e Mia estavam encurralados, com os supervisores cada vez mais próximos. A trena, até então apenas um objeto misterioso, era sua única chance de escapar.

"Segura firme, Mia! Vou puxar a trena. Não sei para onde ela vai nos levar, mas tem que ser melhor do que aqui!" disse Luca, com um misto de desespero e esperança.

"Só vai, Luca! Qualquer lugar é melhor do que continuar sendo caçados por esses caras!" respondeu Mia, olhando ansiosa para trás, onde as figuras sombrias dos supervisores se aproximavam.

Sem pensar duas vezes, Luca puxou a trena com força. Uma luz intensa os envolveu, e ambos desapareceram em um piscar de olhos, deixando os supervisores para trás. Quando a luz diminuiu, eles abriram os olhos, ofegantes, e se depararam com uma paisagem completamente diferente.

O lugar onde estavam agora era vasto e arenoso, com dunas que se estendiam até onde a vista alcançava. No horizonte, algo grandioso chamou sua atenção: as pirâmides do Egito, ainda em seus estágios iniciais de construção.

"Uau... isso é... o Egito?" perguntou Mia, seus olhos arregalados de surpresa.

"Eu acho que sim. E aquelas... são as pirâmides? Mas parecem inacabadas," respondeu Luca, enquanto ambos observavam os blocos de pedra gigantes ainda sem forma definida.

"Isso é incrível! Eu sempre quis ver isso de perto, mas... espera... eles parecem ter dificuldade em montar as pirâmides. Talvez ainda não tenham as ferramentas certas," disse Mia, percebendo a confusão entre os trabalhadores egípcios.

"Talvez estejam faltando mais do que ferramentas. Pode ser que eles ainda não tenham a matemática necessária para concluir a construção..." comentou Luca, pensativo.

Enquanto corriam pelo deserto escaldante, Mia tropeçou e caiu de joelhos, sua mochila se abrindo e espalhando alguns papéis no chão. Luca rapidamente a ajudou a se levantar, sem perceber que um dos papéis, uma folha de tabuada de matemática, havia ficado para trás, perdida nas areias.

"Vamos, Mia, levanta! Não podemos parar!" Luca insistiu, olhando nervosamente ao redor.

"Estou indo, estou indo!" respondeu Mia, enquanto tentava recuperar o fôlego e continuar correndo.

Sem que os dois percebessem, a folha de tabuada que Mia deixou para trás foi encontrada por um grupo de trabalhadores egípcios. Eles estavam frustrados, tentando alinhar os blocos gigantes para construir as pirâmides, mas faltava-lhes o conhecimento exato de ângulos e proporções.

Quando um dos trabalhadores pegou o papel e viu os números e cálculos detalhados, ficou fascinado. "O que é isso... são números? Parece uma fórmula..."

O chefe dos trabalhadores pegou a folha e a estudou atentamente. Logo percebeu que, com aquelas instruções, poderiam calcular as medidas exatas para alinhar os blocos e erguer as pirâmides com precisão.

"Esses números... são a chave! Com isso, podemos finalmente alinhar tudo como os deuses pediram. Vamos usá-los!" exclamou o chefe, sem saber que aquele pedaço de papel era um resquício de uma fuga temporal.

Graças à tabuada deixada por Mia, os egípcios agora tinham o conhecimento matemático necessário para concluir a construção das pirâmides, algo que antes parecia impossível.

Enquanto isso, Luca e Mia estavam cada vez mais preocupados. As vozes dos supervisores ecoavam pelo deserto, mais próximas do que nunca.

"Eles estão chegando, Luca! O que vamos fazer agora?" perguntou Mia, sentindo o coração acelerar.

"Precisamos usar a trena de novo antes que nos alcancem. Mas dessa vez, temos que ser mais cuidadosos. Não podemos continuar mudando o passado desse jeito!" disse Luca, olhando para o horizonte.

"Já é tarde para isso. Acho que já deixamos nossa marca aqui..." respondeu Mia, resignada.

Sem outra opção, Luca puxou a trena mais uma vez. A luz os envolveu novamente, e eles desapareceram, deixando o Egito e os supervisores para trás. Contudo, o impacto de sua passagem pelo tempo já estava selado: a folha de tabuada seria usada pelos egípcios, permitindo a conclusão das pirâmides, algo que eles não teriam conseguido sem essa ajuda acidental.

Quando reapareceram, estavam exaustos e desorientados.

"Isso foi por pouco," disse Luca, tentando recuperar o fôlego. "Mas... o que mais deixamos para trás?"

"Não sei," respondeu Mia, pensativa. "Mas uma coisa é certa: cada vez que viajamos, mudamos alguma coisa. E parece que o impacto só vai ficar maior."

O peso de suas ações começava a se mostrar, e agora, além de fugir, eles teriam que lidar com as consequências de suas intervenções no tempo.

A Terra do Tempo (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora