O Começo do Pior

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POV Do Hana

Já havia se passado alguns dias desde que o doutor Lee me deu o diagnóstico, e, a cada dia, eu me sentia mais fraca. As dores de estômago não tinham diminuído, e agora havia novos sintomas para me preocupar. Meu corpo, que antes eu controlava tão bem, estava me traindo.

Acordei naquela manhã com uma sensação pesada na cabeça e um gosto metálico na boca. Quando me levantei para ir ao banheiro, senti algo quente escorrendo pelo meu rosto. Toquei o nariz e vi sangue nas mãos. Droga, pensei. Outro sangramento.

Lavei rapidamente o rosto e tentei controlar o sangramento, sabendo que isso não era um bom sinal. Não poderia deixar ninguém ver. Não agora, com tantos olhares sobre mim, esperando que eu continuasse a ser a caçadora invencível.

Depois de alguns minutos, o sangue parou de escorrer, e eu respirei fundo. Coloquei uma roupa simples, cobrindo minha palidez com uma jaqueta, e saí do quarto. Cada passo era como atravessar um campo de batalha, mas ninguém podia perceber minha fraqueza. Eu não permitiria.

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POV So Moon

Hana estava agindo ainda mais estranhamente. Ela evitava comer com a gente, e, sempre que eu olhava para ela, parecia estar escondendo alguma coisa. Sabia que algo estava errado, mas ela era teimosa demais para falar.

Durante o café da manhã, observei-a de canto de olho enquanto ela forçava um sorriso, mal tocando na comida.

"Hana, você não vai comer?" perguntei.

"Não estou com muita fome," ela respondeu rapidamente, levantando-se da mesa antes que eu pudesse insistir.

Eu a observei se afastar, preocupando-me mais a cada dia.

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POV Do Hana

Eu mal conseguia olhar para a comida sem sentir náuseas. Meu estômago parecia estar em constante revolta, e a ideia de comer me deixava enjoada. Mesmo as coisas mais simples, como arroz ou sopa, pareciam impossíveis de manter. No entanto, era importante fingir que tudo estava bem. Eu não podia deixar que eles percebessem.

Mais tarde naquele dia, quando tentei comer algo leve, senti um enjoo repentino. Corri para o banheiro e vomitei. Eu já estava acostumada com a sensação, mas, dessa vez, havia algo diferente. Quando olhei para o que tinha saído, notei manchas de sangue misturadas com o vômito.

Meu coração disparou. Isso não pode estar acontecendo. O desespero começou a tomar conta de mim, mas eu rapidamente me recompus. Não podia deixar ninguém saber.

Lavei o rosto e saí do banheiro como se nada tivesse acontecido, mas o medo era palpável. Eu sabia que o câncer estava avançando, mas o que eu poderia fazer? Continuar fingindo que estava tudo bem parecia ser minha única opção.

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POV Esmeralda

Do Hana vinha agindo de maneira estranha, e não era só eu quem estava notando. Joo-Yeon e eu conversávamos sobre isso de vez em quando. Durante o treinamento, ela parecia estar no piloto automático. Sempre forte e resiliente, mas faltava algo nela ultimamente.

"Você acha que ela está doente?" Joo-Yeon perguntou um dia enquanto observávamos Hana de longe.

"Talvez. Mas se estiver, ela nunca nos diria," respondi, suspirando.

Nós duas sabíamos como Do Hana podia ser reservada, sempre tentando carregar o mundo nas costas sozinha.

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POV Do Hana

Eu não sabia quanto tempo mais conseguiria esconder. Cada dia parecia um desafio maior. Estava cansada, exausta, e meu corpo começava a me trair. Mesmo nos momentos de calmaria na base, eu sentia que estava à beira de um colapso.

E, mais uma vez, enquanto tentava comer algo, meu estômago se rebelou. Corri para o banheiro, e o resultado foi o mesmo. Vômito. Sangue. O gosto metálico na boca e a fraqueza que me tomava a cada vez que isso acontecia.

Eu me apoiei na pia, ofegante, com o corpo trêmulo. Olhei para meu reflexo no espelho e quase não reconheci a pessoa que via. Eu, a caçadora temida, estava me desmoronando.

Fechei os olhos, sentindo lágrimas de frustração queimarem. Não era justo. Eu tinha uma missão. Tinha a equipe. E tinha... So Moon. Não podia fraquejar. Não agora.

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POV So Moon

Naquela noite, eu não consegui dormir. Hana estava na minha cabeça, e o jeito como ela estava agindo só piorava minha preocupação. Fui até o quarto dela e bati na porta.

"Hana, você está aí?"

Silêncio.

"Hana?"

Eu tentei abrir a porta devagar, preocupado em incomodá-la. Quando entrei, encontrei o quarto vazio. Meu coração deu um salto. Onde ela estava?

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POV Do Hana

Eu estava no banheiro, tentando conter mais um episódio de vômito. O sangue, mais uma vez, manchava o que eu vomitava, e a fraqueza estava me derrubando de vez.

Respirei fundo, tentando recuperar alguma força, e limpei a boca. Precisava me recompor, porque a última coisa que eu queria era que So Moon ou qualquer outro caçador me visse assim.

Mas quanto mais eu tentava esconder, mais pesado ficava. Eu estava perdendo o controle, e, eventualmente, eles iriam perceber.

Depois de limpar a boca e tentar me recompor, senti meu corpo fraquejar ainda mais. A cada dia parecia que minha energia estava se esvaindo. Meu reflexo no espelho mostrava uma versão pálida e exausta de mim mesma, mas eu não podia parar agora.

Voltei para o quarto, tentando agir como se nada estivesse errado. Sabia que os caçadores suspeitavam de algo, mas So Moon, em especial, estava sempre atento. Ele ainda não tinha descoberto, e eu faria o possível para manter assim.

Tomei um pouco de água, respirando fundo, tentando acalmar o corpo. O enjoo tinha diminuído, mas eu sabia que não duraria muito tempo. Amanhã, tudo recomeçaria.

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POV Esmeralda

Durante o treinamento, notei que Hana estava ainda mais distante. Seus movimentos, que antes eram impecáveis, agora pareciam vacilantes. No entanto, ela continuava a insistir, se esforçando além do necessário.

"Hana, você está bem?" perguntei, cautelosa.

Ela me lançou um olhar rápido e forçou um sorriso. "Claro, só um pouco cansada. Nada com que se preocupar."

Sabia que aquilo não era verdade, mas, como sempre, Hana não deixava ninguém se aproximar demais de seus problemas.

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POV Do Hana

Passei o resto do dia me concentrando em manter as aparências. O nariz havia parado de sangrar, e, apesar do gosto amargo que insistia em me acompanhar, tentei continuar com a rotina.

Eu tinha que ser forte. Não importava o que acontecesse, não deixaria isso interferir nas nossas missões. O time contava comigo, e falhar não era uma opção.

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Continua...

Caçadores do Destino: Laços e SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora