Na manhã seguinte, durante o café da manhã, todos estavam bastante quietos, com exceção de Duda, claro. Ele gritou, bateu em Harry com seu bastão, chutou sua mãe, bateu em Harry com seu bastão, jogou sua tartaruga pelo telhado da estufa, bateu em Harry com seu bastão e ainda assim não conseguiu seu quarto de volta. Para ser justo, ele batia no pai também, mas não com tanta frequência quanto batia em Harry, o que era estranho, porque naquele momento Harry ficava ativamente a pelo menos três metros de distância do bastão o tempo todo.
Tio Válter e tia Petúnia trocaram incontáveis olhares sombrios durante o café da manhã. Falando nisso, Harry foi convidado para tomar café da manhã com eles na mesa, pela primeira vez. A cadeira vaga, onde Guida sentava com mais frequência do que Harry, foi oferecida ao menino. A suspeita cresceu rapidamente nele. Eles queriam que ele se sentasse mais perto para que Duda pudesse bater nele com mais frequência? Ele tinha cinco hematomas e ainda estava contando. Ao final do café da manhã, ele deverá ter mais cinco.
Quando a correspondência chegou, Harry fez menção de se levantar para pegá-la. Para surpresa dele (e de Duda), tio Válter, que Harry supôs estar tentando ser legal com ele, fez Duda ir buscá-lo. Claramente, Duda não estava muito feliz com isso, se as batidas irregulares de seu bastão no corredor servissem de referência.
Harry pensou que a tensão iria estrangulá-lo, pela maneira como seu tio e sua tia ficavam olhando um para o outro e depois para ele.
— Sem chance! Há uma carta endereçada a Harry. — Veio o grito de Duda do corredor. — Sr. H. Potter, O Menor Quarto, Rua dos Alfeneiros, 4...
Tio Válter saltou da cadeira com um grito estrangulado e disparou pelo corredor o mais rápido que pôde. A cadeira arranhou o chão quando tia Petúnia se levantou abruptamente, o rosto mais pálido do que as cortinas desbotadas com estampas de flores. Uma série de uivos e gritos percorreu o corredor enquanto tio Válter derrubava Duda no chão para pegar a carta. Tia Petúnia saiu da sala de jantar para se juntar a eles, e Harry ficou feliz por não ter se levantado quando sua tia e seu tio retornaram, parecendo bastante abatidos. Se Harry tivesse que dar um palpite... o bastão de beisebol.
— Vá para o seu armário, quero dizer, para o seu quarto. — Tio Válter ofegou, parecendo um tomate maduro com suas bochechas inchadas e vermelhas. A carta estava segurada, parecendo bastante miserável em seu estado amassado, em sua mão. O homem parou por um momento para recuperar o fôlego antes de continuar. — Dudley... vá... apenas vá.
Obedientemente, Harry saiu da sala, saindo do caminho quando Duda passou trovejando. Tio Válter e tia Petúnia raramente diziam não para Duda. Na verdade, Harry conseguia contar o número de vezes com as duas mãos. Era bastante estranho que Duda estivesse mais chateado do que Harry por não poder ver a carta de Harry, mas, novamente, Harry estava acostumado com a decepção.
Enquanto se sentava na cama, Harry se perguntou como o remetente sabia que ele havia trocado de quarto. Em sua primeira carta, seu endereço incluía "O armário embaixo da escada", e agora, em sua segunda carta, estava escrito "O menor quarto". Foi bastante peculiar como eles souberam da mudança. Era ainda mais estranho que parecessem saber que ele não tinha lido a primeira carta.
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Amoreira Negra - Uma aventura em Hogwarts.
FanficE se Harry James Potter fosse uma criança quieta e sensata? E se ele fosse um sonserino? E se as pessoas se lembrassem de que ele era filho tanto de James quanto de Lily? Em um universo alternativo, o Chapéu Seletor toma uma decisão surpreendente: H...