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Capítulo 2

AMÉLIE

—Você tem certeza disso Amélie? — A pergunta é. Por que eu não teria? O melhor jeito de confrontar o inimigo, é cara a cara. Depois de falar com um amigo meu do TI para derrubar todas as páginas de fofoca que falasse sobre a noitada de Nikolai, decidi que precisava lembrar meu noivo, que o mundo não é tão receptivo com os hábitos extraconjugais dele. 

— Preciso desligar Hana, estou prestes a entrar na cova dos leões.

Passo meus dedos pelos cabelos e toco a campainha da enorme mansão à minha frente. Na Columbia existem diversas fraternidades, com diversas finalidades, mas essa daqui é diferente. O pai de um dos alunos achou que seria interessante por todos os filhos de pessoas fluentes no mundo em um único lugar, de mafiosos, herdeiros de conglomerados a príncipes de países estrangeiros. No final eles se tornaram uma fraternidade de grande influência no campos, muitos os temem ou respeitam e tentam puxar seus sacos para quando sair da universidade terem um espaço em seus mundos.

— Cacete. Quem é a essa hora da manhã? — Vladimir um dos moradores abre a porta com uma cara sonolenta e meio bêbado. Parece que a noite passada rendeu muito. Ele tenta ajeitar seu cabelo castanho desgrenhado, mas falha miseravelmente. Seus olhos desfocados tentam decifrar quem está à sua frente. — Ami! Você voltou. — Vladimir me puxa para seus braços nus, o que faz o cheiro do álcool impregnado nos seus poros ressair.

— Vladmir, por que você não toma um banho e veste uma camisa. Não sei como as garotas concordam sair com você, nesse estado. — Afasto seus braços de perto de mim e ajeito meu cardigan.

— Cruel. — Ele finge estar ofendido. — Sabe que a única garota que desejo é você...E sua amiga coreana...E qualquer amiga que você tenha que seja gostosa como você.

— Nojento. Onde está seu amigo? — Digo sem rodeios.

— Eu não acho que seja uma boa ideia Ami.

— Não ligo, preciso falar com ele, agora! — Eu passo pela montanha de carne de homens que passa e atravesso o hall da mansão. Algumas garotas meias vestidas andam pela casa, enquanto alguns dos moradores bebem e fumam. Que saudável. Falta poucas horas para as aulas e eles estão vivendo intensamente. Imaginar que seus pais estão jogando rios de dinheiro fora, para que eles liderem suas empresas só pelo simples fato de serem homens. Meu estômago chega a embrulhar com isso. — Ele está no quarto?

—Ele vai te matar se você for lá agora Ami. — Eu não espero ele falar mais nada e subo as escadas. No caminho eu acabo me esbarrando com Khalid. Ele estuda administração de empresas e geopolítica assim como a maioria daqui. Seus olhos cor de mel e sua pele bronzeada me lembra um leopardo do deserto, pronto para atacar. Desvio dele e vou até o fim do corredor.

Gemidos ressoam pelo corredor e atravessam a porta à minha frente. Paraliso com minha mão na maçaneta.

Eu ia abrir sem bater, mas não tenho psicológico para enfrentar a imagem que está acontecendo atrás dessa porta. Os gemidos aumentam cada vez mais. Eu diria que ela chega a ser escandalosa. Eu devo ser buda em terra, por aguentar ouvir meu noivo transando com sua namorada.

É Humilhante.

Em poucos dias Nikolai conseguiu destruir meu orgulho como um monte de cartas.

Talvez encomendar a morte de um filho de um mafioso não seja tão difícil.

Eu posso dar meia volta e fugir pra longe, mandar um foda-se pra tudo isso e pra esse maldito noivado e ver tudo que conquistei escorrer pelas minhas mãos, mas no fundo eu sei que eu jamais me permitiria perder.

O príncipe quebradoOnde histórias criam vida. Descubra agora