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Capítulo 1: Vittorio
Era uma noite comum. Eu caminhava pela cidade, apreciando a brisa noturna e a movimentação que me rodeava. Se não fosse pela poluição, talvez as estrelas fossem visíveis, como uma tela de calmaria. Decidi ir ao cemitério – meu refúgio pessoal, onde a tranquilidade da escuridão sempre me recebia.
Ao chegar, deparei-me com uma garota sentada no chão, diante de um túmulo, conversando com quem parecia estar ali enterrado. Escondi-me atrás de uma árvore, observando-a. Nunca a havia visto antes, mas algo dentro de mim despertou, uma certeza inabalável: ela seria minha princesa, a futura rainha do Inferno, ao meu lado.
Ela se levantou e caminhou para fora do cemitério. Segui-a silenciosamente até uma casa, que supus ser a dela. Na janela do que parecia ser seu quarto, a vi pela primeira vez de perto, e ali fiquei, admirando sua presença serena. Porém, a paz daquele momento foi interrompida pela aproximação de meu pai.
— O que faz aqui, papai? — perguntei, sem me virar. Sabia que ele vinha me cobrar novamente.
— Você sabe muito bem por que estou aqui, Vittorio. Está fugindo do seu compromisso — disse ele, com sua voz autoritária.
— Já te disse que não vou me casar com a filha de Lúcifer só por um capricho seu. Nem a conheço! — respondi, lutando contra a raiva que subia dentro de mim. Acendi um cigarro, tentando me acalmar.
— Isso é importante para nossa família. É um bom negócio para nós — insistiu ele, como se eu não soubesse de suas verdadeiras intenções.
— Nossa família? Não me faça rir. Você só quer isso para pagar suas dívidas. Você não se importa nem com ela — retruquei, soltando a fumaça no ar.
— Insolente! É claro que me importo. Logo, você será o rei do Inferno, e precisa seguir a lei, o que inclui se casar com a filha de Lúcifer! — rugiu ele, cada vez mais impaciente.
— Eu já disse que não vou me casar com ela. Posso muito bem me tornar rei sem isso. Agora, sou eu quem faz as leis, papai — encerrei a conversa e me afastei, cansado de suas cobranças.
Caminhei pela cidade, pensativo. A pressão para me casar era constante. Meu pai queria a aliança entre as famílias, mas eu estava determinado a seguir meu próprio caminho. E esse caminho, eu sabia, passava por aquela garota.
Voltei para a casa dela. Lá estava ela, dormindo como um anjo, abraçada a um urso de pelúcia. Entrei em seu quarto silenciosamente e me sentei em uma cadeira, observando-a. Nunca senti nada assim por nenhuma outra garota. Havia algo nela que me atraía de uma forma irresistível, como se fosse uma droga e eu, completamente viciado. Desde o momento em que a vi, soube que ela seria minha. Não importava o que fosse preciso, ela seria minha esposa, minha princesa do Inferno, queira ela ou não.
Enquanto a observava, senti ciúmes do urso que ela segurava. Quem deveria estar ali era eu, não ele. Havia uma estranha sensação de familiaridade entre nós, como se nossas almas já estivessem conectadas há muito tempo.
Ouvi passos se aproximando, e sabia que era hora de partir. Antes de sair, aproximei-me dela e deixei um beijo suave em sua testa.
— Amanhã eu volto, querida. Vou sentir sua falta, mas logo estarei aqui novamente — sussurrei, deixando-a descansar em paz.
Com isso, saí em direção à "oficina do diabo", a casa do meu querido pai, com a mente já tomada por planos para o futuro.
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The princess of hell
FantasyUm demônio que decidiu-se da uma volta cidade, oque será que pode acontecer quando ele avista uma garota no cemitério , e depois descobre que a garota que ela vai ter que se casar se houver casamento e o passado volta junto com as lembranças que não...