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𝐆𝐔𝐈𝐌𝐀𝐑𝐀̃𝐄𝐒 𝐏𝐎𝐈𝐍𝐓 𝐎𝐅 𝐕𝐈𝐄𝐖
A medalha de bronze pesava em nossos pescoços. Assim como os pensamentos que não paravam de martelar, o ouro deveria ter sido nosso.
Fizemos várias fotos para registrar o momento. Tanto para mídia, quanto para nós mesmas. Gabi e Carol já haviam lotado meu celular de fotos zuadas, fotos que mais tarde eu usaria para ameaça-las.
- Vou postar uma foto com a medalha e agradecer a Turquia na legenda. Vou até colocar o arroba delas. - Carolana falara, depois de dar um gole em sua garrafa de água.
- Eu chamo isso de sorte. - Disse Karakurt, tocando em minha medalha. Sinceramente, demorou demais para que Ebrar comparecesse.
Conheci Karakurt no início de nossas carreiras, jogamos no mesmo club mirim por um tempo. Por pouco minha situação seria a mesma que a de Vargas. Um estrangeira jogando pela Turquia. Com o divórcio dos meus pais, minha mãe decidiu morar uma amiga na Turquia.
- E eu chamo de talento. - Me apressei em tirar suas mãos do meu bem.
Algumas meninas da seleção turca vieram nos prestigiar, incluindo Meliha, uma grande e velha amiga. Recebi elogios, assim como os fiz.
Minha amizade com Díken havia começado da mesma forma como com Ebrar, a diferença é que deu certo.
- A Hande queria falar com você, mas está com receio de vir. - Falar com ou sobre Baladin ainda era um grande desafio para mim. O máximo que fiz foi sorrir para Meliha e puxar um novo assunto até Ana Cristina me salvar.
Thaísa, em meio a muitas lágrimas, decidiu que queria sair e comemorar sua última medalha Olimpica. A mais velha decidiu que queria ir em um restaurante perto da arena, ele era bem grande e, aparentemente, confortável.
Voltamos para o hotel e cada uma foi até seu quarto se trocar, logo entrei no meu alojamento, onde eu dividia com minha irmã. Gabi estava com seu celular na mão, curtindo a foto de uma francesa que ela tinha ficado quando chegou.
- Será que eu devo ligar para ela? - Pergunta, virando-se para mim.
- Eu acho que não deveria. Relacionamentos a distância são uma ova. - Digo por experiência própria. Vi minha irmã se levantar e ir até sua mala, onde pegou um de seus pares de sapatos e o calçou.
- Vou te esperar lá embaixo. - Não falei nada, apenas observei Gabriela sair do quarto.
Não demorei muito para me arrumar, tomei um banho rápido e vesti a roupa, enquanto o meu cabelo já estava com uma trança que Lorenne havia feito naquela manhã. Desci, encontrando todo o time, menos Carolana, que chegara minutos depois com Anne ao seu lado.
- Hora de se divertir! - Exclamou Thaísa, me dando um leve empurrão.
O caminho trilhado até o restaurante havia sido divertido. Piadas e ofensas estavam sempre presentes.
Chegamos no restaurante e logo fomos conduzidas até nossa mesa, reservada horas antes. Sentei no meio de Gabi e Rosamaria, que não paravam de conversas, me fazendo ficar paralisada ali no meio. Não demorou para que uma garçonete viesse pegar nossos pedidos. Todas pediram diversos pratos diferente, sabendo que, provavelmente, roubaríamos um pouco uma da outra.
Pela quantidade de pedidos achei que a entrega seria demorada, mas não foi. Entregaram todos os pratas foram entregue no mesmo instante. Quando a garçonete colocou um dos pratos na frente de Daher, não pude deixar de olha-la. Seus olhos estavam marejados, foi um instante até a primeira lágrima descer.
- Obrigada a todas vocês. - Começou em meio a lágrimas. - Sinceramente, não era essa medalha que eu esperava, mas acho que valeu a pena todo o choro e suor.
- Faltou o "Eu amo vocês". - Disse Nyeme, em forma de piada.
- Ai já é demais, meu amor. - Thaísa disparou, fazendo com que todas nós caíssemos na gargalhada.
Comemos em meio a conversas, choro, risos e mais choro. Pedimos sobremesa e vinho também.
Eu conversava com Rosamaria, que estava ao meu lado, até Gabi me chamar para fazermos uma ligação para os nossos pais. Nos levantamos, avisando o que iríamos fazer em fomos em direção ao banheiro.
Pelo meu celular, ligamos para nosso pai, logo em seguida adicionando nossa mãe a chamada. Fomos parabenizadas pelo esforço e trabalho, além de ouvir diversas vezes que somos muito amadas.
Nossos pais decidiram se divorciar em 2005, eu com cinco anos e Gabriela com quinze. Confesso que não lembro muito de como era a vida com todos juntos, mas nossas vidas seriam outras sem essa separação. Eu não teria entrado no vôlei por pura influência de uma garota, e Gabriela por querer ficar longe de casa.Saímos do banheiro, depois de secar-mos nossas lágrimas e fomos até nossos assentos. Algumas meninas decidiram ir até uma boate ali perto. Sem pensar muito, eu e Gabi aceitamos. A conta do restaurante foi paga, fomos até a saída e nos despedimos das garotas que não iriam. O caminho até a boate foi curto, chuto que não foram nem vinte minutos. Sorte nossa que a fila estava pequena, certa de dez pessoas na nossa frente. Pagamos e entramos naquele mar de maravilhas. Gabriela foi a primeira a sumir, depois Carolana e Anne, restando só eu, Thaísa e Rosamaria.
- Vou beber alguma coisa. - Falei, indo em um
caminho diferente das outras duas. Pedi um shot de tequila e o bebi rapidamente.- Guimarães! - Escuto uma voz familiar e meu nome soando, me viro encontrando Meliha junto com Hande, Melissa, Ebrar e Eda. Que sorte a minha.
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𝐑𝐈𝐕𝐀𝐈𝐒 - 𝐇𝐚𝐧𝐝𝐞 𝐁𝐚𝐥𝐚𝐝𝐢𝐧 × 𝐘𝐨𝐮
FanficCom um passado e termino suspeito, Guimarães e Baladin terão que se encarar por um mês. Treinando no mesmo clube, morando no mesmo alojamento e, pior, dividindo o mesmo quarto. @pwspll