[ 𝙑𝙞𝙘𝙚𝙣𝙩 𝙎𝙞𝙣𝙘𝙡𝙖𝙞𝙧. II]

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Nas Sombras de Ambrose - Parte 2

A noite caiu sobre Ambrose, e [Nome] voltou para o museu de cera, ainda refletindo sobre a conversa com Lester. Ele parecia genuinamente preocupado com ela, como se quisesse avisá-la sobre algo que ela ainda não entendia. Mas, mesmo com as advertências, [Nome] sentia uma necessidade quase irresistível de se aproximar de Vincent.

Ao entrar no museu, o familiar cheiro de cera derretida e a luz suave das velas a receberam novamente. Ela caminhou pelos corredores vazios, os olhos fixos nas esculturas perfeitas que Vincent criara. Cada uma parecia contar uma história, mas era a história do próprio Vincent que mais a intrigava.

Subitamente, ela ouviu um barulho de metal contra pedra. Seguindo o som, [Nome] chegou a uma porta entreaberta que levava a uma oficina no subsolo do museu. Ali, Vincent estava trabalhando em uma nova peça. Ele estava concentrado, as mãos habilidosas moldando a cera com uma precisão quase sobrenatural.

"Vincent?" [Nome] chamou suavemente, sem querer assustá-lo.

Ele parou por um momento, mas não se virou. Seus ombros tensos relaxaram ao reconhecer a voz dela, mas ele permaneceu focado em seu trabalho. [Nome] deu alguns passos para dentro da oficina, seu coração acelerado. Ela nunca havia estado tão perto de Vincent por tanto tempo.

"Eu... conversei com Lester hoje," ela disse, na tentativa de quebrar o silêncio. "Ele falou de você. Disse que você é um bom homem."

Vincent finalmente se virou para encará-la, sua máscara refletindo as luzes tênues do local. Ele não respondeu, mas deu um passo na direção dela, o olhar por trás da máscara fixo em seus olhos. Havia algo em seus movimentos que parecia hesitante, como se ele estivesse lutando contra seus próprios sentimentos.

"Você sabe que pode confiar em mim, certo?" [Nome] continuou, sua voz suave e tranquilizadora. "Eu não estou aqui para julgá-lo... só quero entender."

Vincent estendeu a mão lentamente, como fizera antes, e [Nome] a aceitou, o toque mais confiante desta vez. Ela sentiu a pressão leve dos dedos dele em sua pele, como se ele estivesse tentando se conectar de uma forma que as palavras nunca poderiam expressar. Havia um silêncio entre eles, mas também uma compreensão.

Mas, então, o som de passos ecoou pelo corredor, interrompendo o momento. [Nome] virou a cabeça rapidamente, vendo Lester se aproximar da porta. Seu rosto estava tenso, preocupado.

"Lá está você," disse Lester, olhando para Vincent e depois para [Nome]. "Eu queria falar com você, [Nome]."

Vincent recuou um pouco, seu corpo se encolhendo diante da interrupção. Lester se aproximou de [Nome], seu tom mais sério do que antes. "Posso falar com você lá fora?"

Ela olhou para Vincent, que apenas assentiu levemente, e seguiu Lester para fora da oficina. O ar noturno de Ambrose era frio e pesado, mas o silêncio da cidade estava repleto de tensão.

"Eu não queria assustá-la, [Nome], mas você precisa saber de uma coisa. Vincent... ele não é como nós. Ele foi ferido de maneiras que você talvez nunca entenda completamente. Ele viveu a maior parte da vida em dor e escuridão, e não sei se ele pode se abrir para você como você espera."

[Nome] respirou fundo, processando as palavras de Lester. "Eu sei que Vincent é diferente. Mas eu vejo algo nele, algo mais. Ele não é um monstro."

Lester olhou para ela por um longo momento, sua expressão suavizando um pouco. "Talvez não seja um monstro, mas Ambrose tem uma maneira de destruir as pessoas, [Nome]. Eu só não quero que você se machuque. Vincent... ele já perdeu muito, e eu não sei se ele pode lidar com mais dor."

As palavras de Lester a atingiram com força, mas em vez de afastá-la, só fortaleceram sua determinação. "Eu não vou desistir dele, Lester. Eu sei que há algo em Vincent que vale a pena lutar."

Lester suspirou, passando a mão pelos cabelos. "Você é corajosa, eu dou isso a você. Mas só tome cuidado, ok? Eu vou estar por aqui se precisar de mim."

[Nome] agradeceu com um sorriso suave, e Lester acenou antes de se afastar, deixando-a sozinha nas ruas vazias de Ambrose. O vento frio balançava as folhas secas no chão, e [Nome] olhou de volta para o museu, determinada a continuar sua jornada com Vincent, não importando os obstáculos.

Dentro do museu, Vincent observava a cena da janela do andar superior. Ele viu [Nome] conversando com Lester, a seriedade nos rostos de ambos. Embora não pudesse ouvir o que diziam, ele sabia que era sobre ele. E isso o preocupava.

Lester sempre foi o irmão mais sensato, mais prático. Se ele estava advertindo [Nome], talvez fosse melhor ela ouvir. Mas Vincent não queria que ela se afastasse. Ele não sabia por quê, mas algo em [Nome] despertava nele um desejo profundo de se conectar, de ser visto não como uma aberração ou um monstro, mas como um ser humano.

Ao vê-la retornar ao museu, ele sentiu uma onda de alívio. Talvez, apenas talvez, houvesse uma chance para ele, uma pequena fagulha de esperança em meio à escuridão que sempre o envolveu.

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「 Slasher Film 」 : 𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒 - 𝐒𝐥𝐚𝐬𝐡𝐞𝐫𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora